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A Copa de 2018 na Rússia me trouxe uma surpresa boa, e olha que não foi à chegada da Croácia ao final da disputa ou as campeãs mundiais irem caindo pelo caminho, uma a uma, até restar somente a França. O que a Copa da Rússia vai marcar em mim, é que essa é a primeira Copa do meu filho.
Filipe nasceu em 2009, ele tem 9 anos e adotou nos últimos meses as camisas da Seleção Brasileira como roupa de uso quase que direto.
Ele é da geração dos super-conectados, acompanha várias coisas ao mesmo tempo, tem pouca paciência para ver filmes que não sejam de ação ( fica insuportável quando tem aquela pausa antes do clímax) por ser assim, tem pouca, mas pouca paciência com os jogos da Campeonato Brasileiro. Ele prefere séries do Netflix uma após a outra, ou joga Minecraft.
Nesses meses de junho e julho pude perceber algo estranho, acabamos por conversar sobre o futebol e a Copa do Mundo, lógico que ele tem as informações meio que bagunçadas na cabeça e há horas que não sabe por que alguns jogadores, mesmo de nacionalidades diferentes não estão em campo juntos, na mesma equipe.
Ele adora Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, considerados “heróis” dessa geração. Mas ao ver um xará seu surgir no primeiro jogo da Seleção Brasileira, logo o colocou entre os melhores do mundo, automaticamente. Desse dia em diante ficou admirado com o Philipe Coutinho. Ele torceu e muito pela seleção achou lindo o gol do Paulinho e disse que Neymar jogou muito contra o México.
Me causou surpresa quando com naturalidade falava de outros nomes como o goleiro alemão Manuel Neur e o atacante inglês Harry Kane. Ele nunca viu um jogo de uma liga estrangeira. Gente! Eu “ralo” para que ele assista comigo um jogo do Mengão, e mesmo assim ele mostra pouco interesse. Agora eu espero que ele continue acompanhando o futebol, espero que ele veja o hepta brasileiro do Flamengo, espero que ele veja o hexa em 2022.
Os nomes dos craques, ou dos principais nomes de outras seleções foram saindo da boca desse garotinho de 9 anos, como se ele estivesse assistindo todos os jogos o tempo todo. Defendeu o Alisson, que segundo ele é um bom goleiro “é um dos melhores pai!”, disse ele.
Quando a Bélgica ganhou do Brasil, ele virou pra mim e disse que sabia que isso ia acontecer, não chorou, nem ficou triste. Voltou a jogar bola com os amigos que tinha acabado de fazer. Aquele jogo não saiu da cabeça dele. Dias depois o Filipe me falou que no dia do jogo com a Bélgica o Neymar não queria jogar, ficou em campo, mas não queria jogar.
Após a eliminação do Brasil, Filipe simplesmente passou a torcedor para o Harry Kane “ele é um bom artilheiro pai”, “o melhor da copa”. Ficou feliz com a Inglaterra nas semifinais, mas depois ficou triste porque eles perderam e demostrou desprezo com o jogo que definiu o terceiro lugar, após o Kane perder um gol feito. Ele sentou e foi colar figurinha no álbum da copa.
O Filipe é uma criança tem 9 anos, mas já é um torcedor como cada um de nós, ele vai mudando de time a cada fase, agora ele é França, gosta do Mbapé, mas me disse que o camisa 10 do outro time “é muito bom né pai”, então ele ficara feliz com qualquer resultado.
O legado da copa sempre existe, essa foi a primeira copa do meu filho.
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