Em entrevista ao editor-chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares, o arquiteto Luciano Caixeta, que integra o conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) e professor da PUC-GO, afirmou que até o momento só foram feitos reparos paliativos na Marginal Botafogo, e não foi pensada a reforma geral da via.
“A Prefeitura de Goiânia precisa dar garantias de que a Marginal Botafogo tem condições de trafegabilidade, de que não vai haver desmoronamentos e segurança para a população. Caso contrário, é melhor que se faça a interdição do trecho mais antigo, essa é a recomendação do CAU”, destacou Luciano Caixeta.
Assista a entrevista:
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O trecho antigo da Marginal Botafogo, considerado o mais problemático da via, vai do Cepal do Setor Sul ao parque Mutirama. Caixeta ressalta que o trecho entre o Cepal e a Avenida Jamel Cecílio, é diferente. Segundo ele, há um distanciamento maior da pista em relação ao leito (canal), e que a interdição deste trecho não está em discussão.
De acordo com o arquiteto, a Marginal Botafogo deve ser analisada sob diversos aspectos para ser possível consertá-la. “Nós temos que pensar no padrão de mobilidade que queremos para a cidade para daqui 10, 20 anos. Foram feitos reparos a curto prazo, mas a via está saturada. Os problemas apresentados não são recentes, são reincidentes. A marginal está bastante machucada. Fica a indagação se a gente não teria uma alternativa melhor que não dependesse tanto da marginal, um outro padrão de locomoção”, disse Luciano Caixeta.
Para o professor, uma questão não muito discutida, mas que deveria ser colocada em debate, é a diminuição do tamanho das pistas, o que consequentemente, diminuiria a velocidade na via. “A pista é proporcional a velocidade. Se a gente diminuir cerca de 60 ou 70 cm de cada pista, da direita para esquerda, significa que vamos ter uma distância de até 1,5 metro de segurança da marginal. Nós diminuiríamos a velocidade, teríamos mais segurança, a área que está afetada, que são as contenções, teria menos pressão e nós daríamos longevidade à via e até uma segurança para a Prefeitura de Goiânia trabalhar em futuras intervenções”, sugeriu.
Segundo o conselheiro do CAU/GO, há muita discordância em relação ao muro de contenção de Marginal Botafogo. “O muro de contenção é bastante estreito, mas, segundo os técnicos da Prefeitura de Goiânia, o problema não seria o muro, e sim, o canal, mas há muito discordância quando a isso, a estrutura está muito danificada”. “A água procura o menor caminho, o caminho mais fácil, e quando há um excesso de água no canal ela infiltra e cria seus próprios caminhos, criando grandes buracos. Os muros estão desnivelados, inclinado para dentro do canal, o que acontecer por causa da pressão da água, do peso dos veículos, a água vai procurando seu espaço”, ressaltou ele sobre os pontos de infiltração da pista.
Luciano Caixeta ainda ressaltou que o problema na Marginal Botafogo diminui na época da seca, já que o solo fica menos encharcado, no entanto, ele volta a aparecer assim que começarem as chuvas.
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