Por Marcos Cipriano, especial para o DG
Um dos ícones do desenvolvimento brasileiro, o presidente Juscelino Kubitschek certa vez cunhou uma frase que entraria para a história: “Não nasci para ter ódio, nem rancores, nasci para construir”.
Nesse tempo de incompreensões que vivemos, vale realçar os ensinamentos de JK, marcados pelo equilíbrio e serenidade, nesta entrevista que chamaria de “apelo a um Brasil solidário e compreensivo”. Sua visão de mundo cai como uma luva nestes tempos de bravatas e caras feias. A entrevista fictícia revela a habilidade política e a visão nacionalista de Juscelino, marcas de sua gestão conciliadora e de espetaculares índices de desenvolvimento. Os depoimentos são originais, embora as perguntas, é claro, foram adaptadas à realidade atual.
O senhor tem uma visão otimista do mundo, apesar te todos os dissabores?
JK – Claro que sou um otimista. O otimista pode até errar, mas o pessimista já começa errando.
O Brasil precisa superar o desafio do pleno desenvolvimento, com regaste da cidadania para todos?
JK – Creio que apressar a marca do Brasil, ativar o seu desenvolvimento é imperativo da defesa de nossa própria sobrevivência.
Existe um debate intenso sobre o Brasil fictício, na boca dos políticos, e o real, aquele de 13 milhões de desempregados. Dá para fazer vistas grossas para essa realidade?
JK – É inútil fechar os olhos à realidade. Se o fizermos, a realidade abrirá nossas pálpebras e nos imporá a sua presença.
Como o senhor vê essa polêmica do Brasil se envolver na crise da Venezuela e ainda pregar a desarticulação do Mercosul?
JK – Queremos conviver pacificamente com todos os povos da terra, somos fervorosos partidários da paz. Queremos, em uma palavra, a paz da justiça, a paz da liberdade, a paz do desenvolvimento.
Se o senhor fosse os ministros do STF Dias Toffoli e Alexandre de Morais, na polêmica da censura à imprensa, voltaria atrás?
JK – Costumo voltar atrás, sim. Não tenho compromisso com o erro. Sou visceralmente democrata. Para mim, a liberdade é algo fundamental.
O senhor entende que chegou a hora de desarmar os espíritos e desmontar os palanques, buscar uma conciliação nacional?
JK – Um governo se faz perdoando. Recebi um país convulsionado e entreguei um país tranquilo. O perdão é a marca da grandeza, sobretudo quando se tem em vista um objetivo mais alto. Sou conciliador por natureza.
Voltando à questão do posicionamento do atual governo sobre o Mercosul. O senhor considera essa articulação do Cone Sul algo inútil e superado?
JK – A união das Américas, além de um ideal, é um imperativo da nossa sobrevivência.
A construção de Brasília foi um erro histórico ou um grande acerto para o Brasil?
JK – Brasília é a mani
festação inequívoca de fé na capacidade realizadora dos brasileiros, triunfo de espírito pioneiro, prova de confiança na grandeza deste país, ruptura completa com a rotina e o compromisso.
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