25 de novembro de 2024
Leandro Mazzini

A blindagem do juiz Sérgio Moro

Uma velada apreensão toma conta dos juízes federais em torno do processo da Operação Lava Jato, coordenada pelo juiz Sérgio Moro. Há risco de a investigação levar um baque se ministros do Supremo Tribunal Federal decidirem, por liminar, soltar alguns empreiteiros que poderiam entrar em delação premiada e contribuir muito para o caso. De passagem ontem por Brasília, em evento da AJUFE, Moro evitou falar da investigação e até citá-la. Agora só classifica a Lava Jato de ‘Caso Pendente Concreto’. A entidade de classe se esforça para blindar o juiz junto ao Supremo.

Pedalada

Moro disse à Coluna que não fala de escoltas. Mas foi aconselhado a ter mais cuidado. Ele estava indo trabalhar de bicicleta em Curitiba.

Em alta

Ontem, no aeroporto de Curitiba, rumo a Brasília, o juiz foi cercado por pelo menos 40 pessoas entre o check-in e o salão de embarque.

Não adianta fugir

A Polícia Federal está de olho agora em servidores da Receita que atuavam no Carf. Quem tem ingerência sobre a turma ali é o ex-secretário da Receita Jorge Rachid.

O viajante

Mais um da lista da FAB que assustou a presidente Dilma, a ponto de decidir proibir a farra com os aviões oficiais. O novo chanceler Mauro Vieira esnobou voos comerciais e fez em jatinho um roteiro por Gana, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola, países com inexpressivas embaixadas. As viagens foram entre 27 de março e 2 de abril.

Do seu, do nosso

Cada voo do trecho custa em média entre R$ 50 mil e R$ 100 mil no mercado de aviação executiva. A despeito  de ter usado avião oficial, há custos com equipes, querosene, hangaragem. O desdém por voo comercial não foi bem visto por setores do Planalto diante da crise orçamentária pela qual passa o próprio Itamaraty.

AeroCorte

O presidente do STF, ministro Lewandowski, tem voado nos jatinhos da FAB. Não há registro de que o antecessor, Joaquim Barbosa, tenha viajado de avião da Força, apesar do direito. Aliás, Joaquim adorava um voo comercial para ser reconhecido e tietado.

Entendeu tudo

O deputado federal Sérgio Costa (PTB-PE) se desdobrava ontem no fundo do plenário para convencer Tiririca (PR-SP) a votar pró-Terceirização, que ele mal entende.

Dançou

A relatoria do PL 882 do deputado Jean Wyllys pela legalização do aborto caiu nas mãos do evangélico João Campos, evangélico e autor do projeto da ‘Cura gay’.

Êpa, Êpa

O ministro Valdir Simão, da Controladoria Geral da União, implanta ponto eletrônico e deixou muito servidor de boca torcida. Em  tempo, a turma da CGU é que fiscaliza a conduta dos servidores federais, e demite centenas por ano por irregularidades.

Trapalhada federal

Mais uma trapalhada da presidente Dilma lhe custou o quarto ministro em três meses de segundo governo. Ela se esqueceu de falar para Pepe Vargas que queria substituí-lo. Ao saber pela imprensa que Eliseu Padilha fora convidado, Pepe se demitiu.

Fantoche

Aliás, a presidente é craque em fritar seus subordinados. Durante a campanha eleitoral de 2014, Dilma também constrangeu o então ministro da Fazenda Guido Mantega, ao dizer que trocaria equipe. Ele já havia pedido demissão, mas ela o segurou.

Já cansou

A decisão do estadual Jardel (PSD) de exonerar o gabinete inteiro na Assembleia gaúcha lembra Gilberto Gil quando vereador de Salvador. Mal aguentou um mandato. Fim de 1992 botou a viola no saco (sem trocadilhos), desistiu da reeleição e foi cantar.

Termômetro da crise

A situação anda feia. O número de famílias endividadas no DF, maior PIB per capita do País, subiu 5,7 mil de fevereiro para março e chegou a 602.980, segundo a Fecomércio.

Cofrinho

Quem comprou dólar em 1994 com a equiparação de valor com o real e guardou se deu bem. Um investimento com 200% de valorização em 20 anos. Muito além da Poupança.

Ponto final

Percebe-se a crise no Governo quando o senador Renan Calheiros se recusa a atender telefonema da presidente Dilma. Estava em Brasília e mandou avisar que viajara.

Com Equipe DF, SP e Nordeste


Leia mais sobre: Leandro Mazzini