Contrariando a ideia de que as armas de fogo utilizadas durante as práticas criminosas no Brasil e, principalmente, em Goiás são fruto de contrabando, uma pesquisa realizada em parceria com o Instituto Sou da Paz e divulgada nesta quinta-feira (8) pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) aponta que 70,6% das armas analisadas são nacionais.
Referente à origem das armas, 5% são oriundas dos Estados Unidos; 1,3%, da Argentina; 1,1%, da Itália; 1%, da Áustria; 0,4% da República Tcheca; e 0,1% de Israel. Além disso, 11% das armas não têm informações e 9,5% são de outros locais.
Ao todo, foram analisadas 6.067 armas apreendidas pelas forças de segurança de Goiás. Do total, 85% são de fogo industrial; 5%, de fogo artesanal e 9%, simulacro. A pesquisa também aponta que 47,7% são da marca Taurus e 13,04%, da Rossi.
“Fizemos uma parceria gratuita para o Estado de Goiás, com o Instituto Sou da Paz, que fez uma pesquisa inédita para o Brasil. Goiás, neste momento, é o estado que tem a melhor pesquisa sobre o perfil das armas apreendidas, o que é fundamental para que nós tenhamos políticas públicas científicas de combate à criminalidade. Por exemplo, antes se acreditava, como mito, que a maior parte das armas eram de contrabando. Nós descobrimos que a maior parte das armas são brasileiras, de não longo calibre, são armas curtas, desviadas de cidadãos comuns, de segurança privada”, explicou o secretário de Segurança Pública, Ricardo Balestreri.
Ainda conforme o levantamento, 52,8% das armas analisadas são revólver; 16,2%, pistola; e 3,8%, garrucha, ou seja, de cano curto. Enquanto isso, as espingardas correspondem a 15,4%; carabinas, 3,9%; rifles, 1,3%; fuzis, 0,4%; e submetralhadoras, 0,3%.
“São armas que circulam indevidamente, normalmente calibre 38, e que faz com que a gente tenha uma maneira mais científica de abordar isso, controlando cada vez mais a questão das armas e premiando a apreensão de armas. Ou seja, se nós percebemos que as armas que circulam em Goiás são pequenas e desviadas, precisamos premiar a apreensão de armas”, disse.
Segundo Balestreri, para incentivar os policiais militares em apreender mais armas de fogo e cumprir mais mandados de prisão, são oferecidos prêmios, custeados com recursos do governo estadual.
“Estamos premiando, então, os policiais com R$ 300 com a apreensão de armas e estamos também premiando junto a isso os policiais que cumprem mandados de prisão. São duas novas legislações que ainda antes da minha saída eu tive a satisfação de deixar, dentro do processo de modernização, que me havia sido pedido pelo governador e vice-governador”, disse.
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