04 de outubro de 2024
alimentação

7 benefícios da fermentação natural

A fermentação natural não é nenhuma novidade: essa técnica remonta ao Egito Antigo, por volta de 3.700 a.C., e continua a provar seu valor até hoje. Em um mundo em que a pressa e a praticidade dominam, a tradição ressurge, trazendo consigo sabores únicos e uma série de benefícios que vão além da mesa.

O processo para criação da “massa-mãe”, que dá origem à fermentação natural, é totalmente artesanal. Consiste em uma mistura de farinha de trigo e água que é “contaminada” por bactérias e leveduras presentes no ambiente. Esses microrganismos se desenvolvem na farinha e digerem os açúcares, permitindo que a massa cresça e fique aerada. Dessa forma, não se usa fermentos químicos, biológicos ou artificiais.

A mistura pode ser usada na fabricação de alimentos variados, desde pães e biscoitos, até massas de pizzas, deixando um sabor mais suave e aumentando a crocância depois de pronta. Muitos restaurantes passaram a incorporar o método em seu cardápio como forma de se destacar diante da concorrência, com massas de preparo rápido e industrializado. 

Benefícios da fermentação natural

O paladar não é o único a se beneficiar com esse tipo de alimento, pelo menos é isso que afirma a nutricionista Andrea Mosqueira, fundadora do Mr. Lenha, tradicional casa italiana localizada no Rio de Janeiro. De acordo com ela, o uso da técnica traz inúmeros benefícios à saúde e até mesmo ao meio ambiente.

A popularidade crescente da fermentação natural é prova de que o antigo muitas vezes é o caminho para o futuro. Abaixo, confira sete motivos pelos quais essa técnica está em alta e como ela pode transformar sua relação com a alimentação!

1. Melhor digestão

Como as bactérias e leveduras digerem os açúcares, os carboidratos e proteínas da massa são quebrados, o que torna a digestão mais fácil. Dessa forma, a massa fica menos pesada para o estômago, evitando desconfortos e a sensação de “barriga cheia”

2. Menor índice glicêmico

Por se tratar de um processo lento, ocorre uma redução do índice glicêmico da massa, diminuindo os picos de açúcar após o consumo. Isso faz com que as massas de fermentação natural sejam ideais para pessoas com diabetes ou problemas relacionados ao açúcar no sangue.

Mãos segurando pão grande e dourado
No processo de fermentação natural ocorre uma quebra dos antinutrientes presentes nos grãos (Imagem: Kitreel | Shutterstock)

3. Melhor absorção de nutrientes

No processo de fermentação natural ocorre uma quebra dos antinutrientes presentes nos grãos, como o ácido fítico. Esta quebra melhora a absorção de minerais como magnésio, ferro e zinco, aumentando as propriedades nutricionais do alimento. 

4. Maior tolerância ao glúten

A fermentação longa pode reduzir a quantidade de glúten na massa, tornando-a mais acessível para pessoas com sensibilidade ao glúten, embora ainda não seja adequada para celíacos.

5. Tem produção artesanal

Sendo uma produção artesanal e sem a adição de fermentos químicos ou biológicos, ela se torna mais sustentável, promovendo o uso de ingredientes naturais e técnicas tradicionais de panificação. A presença de fermentos industrializados leva consigo todo o processo prejudicial relacionado à indústria.

6. Sabor mais rico

O processo realizado pelas bactérias e leveduras criam ácidos orgânicos e outros compostos que conferem ao alimento um sabor levemente mais ácido, profundo e equilibrado. Graças a estes fatores, é comum que as massas de fermentação natural tenham um sabor mais rico e complexo do que as demais, industrializadas.

7. Massa mais leve e aerada

No caso das massas e pães, a técnica permite que o glúten se desenvolva de maneira mais gradual, resultando em uma textura mais leve. Isso resulta em uma massa com crosta crocante e um interior macio e aerado.

Por Gabriela Nunes


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