10 de agosto de 2024
Operação

Mais de 500 trabalhadores resgatados em condição de escravidão no Brasil em agosto; 126 em Goiás

Operação Resgate 3 foi realizada em agosto e a maior já realizada por órgãos envolvidos na fiscalização de condições de trabalho precárias e tráfico de pessoal
Goiás foi o segundo estado com mais trabalhadores resgatados. (Foto: reprodução/Polícia Federal)
Goiás foi o segundo estado com mais trabalhadores resgatados. (Foto: reprodução/Polícia Federal)

O Ministério do Trabalho e Emprego informou que ações de fiscalização realizadas em agosto deste ano em todo Brasil resultaram no resgate de 532 trabalhadores em condições análogas à escravidão. Desse total, Goiás foi o segundo com mais pessoas resgatadas, foram 126, atrás apenas de Minas Gerais, com 204. Em São Paulo foram 54, no Piauí e Maranhão, 42 cada.

A operação Resgate 3 é uma ação conjunta de combate ao trabalho análogo à escravidão, resultado de parceria entre 6 órgãos: PF (Polícia Federal), DPU (Defensoria Pública da União), MPT (Ministério Público do Trabalho), MPF (Ministério Público Federal), Ministério do Trabalho e Emprego e PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Essa terceira edição operação, inclusive, foi a maior já realizada pelo órgãos envolvidos na fiscalização de condições de trabalho precárias e tráfico de pessoal. Vale lembrar que, em 2022, foram resgatados 338 pessoas em situação de escravidão contemporânea, de acordo com os investigadores. Ou seja, apenas em agosto de 2023, foram resgatados quase o dobro do que registrou 2022.

Apesar dos dados serem de agosto, o resultado da operação foi informado nesta semana depois de divulgado nesta terça (5). Além disso, segundo os órgãos envolvidos, um dos casos que mais chamou atenção das equipes foi o resgate de 97 trabalhadores da colheita de alho no município Rio Paranaíba, em Minas Gerais. Na força de trabalho estavam seis adolescentes, dos quais havia, até mesmo, uma jovem grávida.

Relatos das autoridades afirmaram que, no local em que trabalhavam, os jovens não tinham acesso a banheiros suficientes ou cadeiras para descanso, por exemplo, e faltava onde aquecer comida. Foi constatado que nenhum dos empregados tinha registro formal em carteira assinada ou recebeu equipamento de proteção individual (EPI).

O relatório da Operação Resgate ainda informou que as atividades econômicas com maior número de resgatados são cultivo de café, alho, cebola, batata, carnaúba e ovos, na zona rural, e restaurantes, costura, serviços domésticos, construção civil e clínicas de recuperação (quando há falsa oferta de tratamento em troca de trabalho), entre as urbanas.


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