16 de agosto de 2024
Cidades

3ª fase da Operação Regalia apreende R$ 13 mil dentro de presídio

Material encontrado durante a Operação Regalia (Foto: MPGO)
Material encontrado durante a Operação Regalia (Foto: MPGO)

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Centro de Inteligência (CI-MP) do Ministério Público de Goiás, realizam nesta sexta-feira (4) a terceira fase da Operação Regalia, que visa desarticular organizações criminosas voltadas à prática de crimes contra a administração pública e tráfico de drogas. Na investigação, o MP constatou diversas situações em que presos atuavam no abastecimento da Penitenciária Odenir Guimarães com drogas, armas de fogo, munições, armas brancas e outros ilícitos.

Ao todo estão sendo cumpridos 15 mandados de prisão em Goiânia e Aparecida de Goiânia, além de 15 mandados de busca e apreensão – inclusive na Penitenciária Odenir Guimarães. A operação é realizada em parceria com as polícias Civil e Militar e ainda com a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP). De acordo com o Ministério Público de Goiás, entre os investigados que tiveram prisão temporária, está um ex-vigilante penitenciário temporário. Os demais dividem-se entre pessoas em cumprimento de pena no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia e mulheres que eram portadoras dos ilícitos durante visitas na POG.

Em entrevista coletiva, a promotora Gabriella de Queiróz, do Gaeco, explicou que foi identificada a entrada de munição, armas, facas, drogas, bebida alcóolica e celulares. “Isso acontecia com a conivência de agente já identificado, corrupto, que integrado a esse grupo e de presos que trabalhavam, conhecidos como cela livre, nesse controle de entrada das visitas. Para esse material passar pelo scanner e não serem identificados, eram depositados em tambores de lixos propositalmente, deixados bem próximo ao portão de entrada, onde os presos, esses celas livres tinham acesso, e no momento mais adequado da rotina do dia de visita, eles conseguiam fazer o ingresso dessas sacolas e posteriormente através das próprias visitantes levar o material até o destino, que eram presos vinculados a essas visitas”, disse.

Os produtos ilícitos não eram vendidos, mas já tinham um destino. “Não havia uma distribuição por venda já identificada. Esse material ia sobretudo para abastecer a própria ala de destinação. É importante registrar que a droga dentro do ambiente penitenciário é dinheiro, é mercadoria, é sinal de poder. Isso gera muita insegurança, muito conflito dentro da unidade, esse armamento que entra torna o ambiente inseguro para os próprios agentes que estão ali fazendo um bom trabalho e o que a gente vê são rebeliões armadas como aconteceu no início do ano”, ressaltou Gabriella de Queiróz. 

Além das armas e drogas encontradas nas celas, a equipe também apreendeu R$ 13 mil em espécie. Além do ex-vigilante penitenciário, outras pessoas também participaram do esquema facilitando a entrada dos produtos na unidade prisional. “Em relação aos agentes e presos envolvidos na portaria, na entrada da POG havia o pagamento de R$ 5 mil por malote, digamos, de ilícitos que passavam por ali. Em relação às mulheres, grande parte delas era membro da própria associação para o tráfico. Então, ela retirava dessa atividade de comércio de drogas seu lucro. Em alguns casos pontuais havia o pagamento específico de R$ 400 por sacola que era deixada na entrada”, explicou.

Atuação das mulheres

Conforme a promotora, as mulheres, muitas vezes esposas ou companheiras dos detentos, tinham um papel fundamental no esquema. “Eram elas as portadoras desses itens. Elas levavam esses itens até os tambores de lixo, depositavam o material, e depois que se conseguia a entrada com ação desses presos celas livres e do agente envolvido, elas então conduziam as sacolas até as celas onde as visitas aconteceriam. A grande maioria delas era esposa ou companheira de presos que já eram destinatários desses ilícitos. […] As investigações prosseguem nesse sentido. Até o momento existe a conclusão segura do envolvimento de um agente, que na verdade é um ex-agente, ele já se encontra desligado do sistema penitenciário, ele era um vigilante temporário cujo contrato venceu e diante das informações que já existiam do envolvimento dele, esse contrato não foi renovado. Repito, as investigações prosseguem e outras identificações estão sendo buscadas”

Participaram da operação cinco promotores de Justiça, cinco delegados de Polícia, 32 policiais civis, 25 agentes do GOPE e 20 policiais militares. 

Atualizada às 18h33

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