19 de novembro de 2024
Cidades

“2015 é um ano inesquecível para nós”, diz Paulo Garcia sobre administração municipal

O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), concedeu entrevista à Rádio Vinha FM esta semana e fez um balanço sobre o terceiro ano de seu segundo mandato. O gestor municipal disse que “2015 é um ano inesquecível”, fazendo referência à crise econômica e demais fatos mundiais.

“É realidade e todos sabem que o mundo passa por um período de grandes conturbações. Goiânia quase que viveu uma situação de ilha isolada desse contexto [de crise econômica e conflitos mundiais]. Nós estamos executando R$ 1 bilhão em obras, com recursos oriundos do governo federal, em todas as áreas, da educação, saúde, mobilidade urbana”, afirmou.

Para o prefeito, o fato de Goiânia estar entre as três capitais brasileiras que mais receberam investimentos, se deve a ajudas, principalmente do governo federal que disponibilizou recursos para que obras fossem feitas e entregues à população goianiense.

“Significa que nós precisamos agradecer a Deus, fomos abençoados por Deus. Nós vivemos um momento, por exemplo, em que entregamos oito novos Cmeis, temos mais três em construção, criamos cinco mil vagas no ensino público municipal”.

Paulo Garcia ainda ressaltou avanços na área da saúde. “As demandas na saúde são infindáveis, principalmente nas capitais, e Goiânia, pela sua posição geográfica, é uma cidade de atração para vários municípios brasileiros. Nos nossos arquivos vivos, atuais, da Secretaria Municipal de Saúde, nós prestamos atendimento ao usuário do Sistema Único de Saúde de 600 municípios brasileiros”.

Confira a entrevista na íntegra:

Altair Tavares: Ao fazer uma análise sobre o ano de 2015, considerando os outros anos deste mandato, como este mandato evoluiu?

Paulo Garcia: Acho que 2015 é um ano inesquecível para nós. É realidade e todos sabem que o mundo passa por um período de grandes conturbações. Costumo dizer que além da grave crise mundial, com repercussão no Brasil e por consequência em todos os níveis da República, governo federal, governos estaduais e principalmente nos governos municipais, nas cidades, onde as pessoas vivem, onde as demandas são maiores e os obstáculos precisam ser superados. Problemas de conflitos entre nações, terríveis dentro de alguns países, com atos abomináveis, desde posições extremistas até posições que ceifaram a vida de milhares de inocentes. Goiânia quase que viveu uma situação de uma ilha isolada desse contexto, porque não sei se vivenciamos a crise antecipadamente e isso fez com que planejássemos, pagássemos com rigor fiscal muito acentuado, com a reforma administrativa, com planejamento econômico-financeiro, vivemos 2015 quase que sem sentir a crise, executando muitos programas e projetos como quase nenhuma cidade brasileira fez. Nós estamos executando R$ 1 bilhão em obras, com recursos oriundos do governo federal, em todas as áreas, da educação, saúde, mobilidade urbana. Esta semana foi publicado em um dos jornais que Goiânia, através de um estudo feito por uma organização internacional, se demonstrou como a melhor cidade da região Centro-Oeste para se empreender e viver. Além disso, há poucos dias, com dados do Tesouro Nacional, saiu uma análise de investimentos em todas as capitais brasileiras, e Goiânia só foi superada em investimentos em 2015 por duas capitais, por Porto Velho e Cuiabá. Nós fomos a terceira capital em investimentos.

Altair Tavares: Com recursos próprios?

Paulo Garcia: Recursos próprios e grande quantidade recursos que nos foram destinados pela União, governo federal, governo da presidente Dilma. Mas o que mais chama atenção, além de sermos a terceira capital que mais realizou investimentos, é que das 27 ou 26, porque BRasilia não foi considerada nesse estudo, porque é uma miscigenação entre município e estado, mas dessas 26, somente sete tiveram investimentos positivos. Todas as outras tiveram negatividade no índice investimentos no relatório do Tesouro Nacional.

Altair Tavares: O que isso significa do ponto de visto do que acontece na cidade?

Paulo Garcia: Significa que nós precisamos agradecer a Deus, fomos abençoados por Deus. Nós vivemos um momento, por exemplo, em que entregamos oito novos Cmeis, temos mais três em construção, criamos cinco mil vagas no ensino público municipal. Quer dizer, nós não temos necessidade de vagas no ensino fundamental, da 1ª a 9ª série. Ainda temos algumas que eu quero, até o final do meu mandato, zerar essa demanda no ensino infantil, de seis meses a cinco anos. Nós distribuímos e continuamos a distribuir mais de 100 mil kits escolares,  isso significa o material de escola com o uniforme completo, inclusive com tênis, para todos os alunos e alunas da rede municipal. Nós aumentamos o piso salarial dos professores em 13,01%, acima do piso salarial nacional. Na saúde, nós inauguramos na minha administração 22 novas unidades, sendo que a mais recente foi a UPA Curitiba, na Região Noroeste, com capacidade de atendimento por mês entre 15 e 18 mil usuários do SUS, com 24 horas de atendimento.

Altair Tavares: No começo da sua gestão houve uma crise de atendimento na saúde. Neste ano, com esses investimentos, houve uma melhora no atendimento?

Paulo Garcia: Eu diria que o termo adequado é que houve avanço. As demandas na saúde são infindáveis, principalmente nas capitais, e Goiânia, pela sua posição geográfica, é uma cidade de atração para vários municípios brasileiros. Nos nossos arquivos vivos, atuais, da Secretaria Municipal de Saúde, nós prestamos atendimento ao usuário do Sistema Único de Saúde de 600 municípios brasileiros. Quer dizer, Goiás tem 246 contando com Goiânia. Então, além dos 245, nós atendemos centenas de outros municípios brasileiros. Então, essa demanda é muito alta, faz com que a nossa estrutura, que nós é liberada pelo Ministério da Saúde através de recursos Fundo Nacional e Fundo Municipal, que nós temos plenitude na hierarquia SUS de alto regulação. As nossas estruturas são construídas com dados do IBGE, com uma população de aproximadamente 1,5 milhão. Mas nós atendemos uma média de 4,5 a 5 milhões de usuários do SUS em Goiânia. Ela é três, quatro vezes maior que a nossa capacidade real. Por isso é que os gargalos continuam existindo.

Altair Tavares: Ao fazer algumas avaliações sobre a saúde, recentemente o deputado Virmondes Cruvinel disse que o Estado teria emergência e urgência com a melhor qualidade na prestação de serviço e que haveria problemas de atendimento da Prefeitura nas unidades básicas. Como o senhor avalia essa crítica?

Paulo Garcia: Isso é uma consequência da política adotada pelo Estado e pelo município. Nós trabalhamos com o atendimento universal gratuito e público, que é o que preconiza o Sistema Único de Saúde. O Estado fez a opção por terceirizar pelas Organizações Sociais e tem uma barreira. Essa barreia Essa barreira filtra quem atende. São dois modelos distintos. Eu não estou, com isso, fazendo nenhum julgamento de mérito.

Altair Tavares: Eles se complementam?

Paulo Garcia: Eles se complementam, mas sobrecarregam a ponta, que somos nós, que recebemos a todos e a todas que procuram a cidade. Então, o primeiro atendimento passa por nós, e como não há uma descentralização, o Estado ainda não investiu tudo que deseja em unidades regionais, quase todos vem, quando tem problemas de saúde, procurar Goiânia, e há uma sobrecarga. Então, é uma visão muito simplista. Eu diria que é uma visão quase inocente de quem não tem a menor noção do que é um sistema de saúde. 


Leia mais sobre: Cidades