O closet é mais do que apenas um espaço para armazenar roupas; integrado ao dormitório, ele serve para organizar todos os itens pessoais de forma prática e funcional. Quando planejado corretamente, facilita a rotina, deixando tudo ao alcance e economizando tempo. Ao incluir prateleiras, cabideiros, gavetas e nichos personalizados, é possível atender às necessidades específicas do morador.
Contudo, com tantas opções, como defini-lo no projeto? Segundo a arquiteta Karina Alonso, sócia da SCA Jardim Europa, quanto mais minucioso o profissional for para entender o seu cliente, mais tranquilo será determinar o closet. “Nesses momentos, o morador precisa ser um livro aberto para compartilhar hábitos, preferências sobre como gosta de guardar suas peças e quais itens são prioridades para ele, entre outros detalhes”, explica.
A seguir, a arquiteta responde as 15 perguntas que mais recebe no seu dia a dia sobre o closet. Confira!
1. O que não pode faltar em um closet ideal?
Segundo Karina, sempre vai depender das prioridades e necessidades do morador. “Essa é uma questão bem subjetiva e vai depender da rotina de cada pessoa e do que ela deseja guardar”. Para ela, não se deve esquecer de incluir espelho de corpo inteiro – se as portas dos armários já não forem espelhadas –, nichos para os sapatos, gavetas para acessórios, como óculos de sol, bonés, relógios, perfumes e, no caso das mulheres, vãos para as bolsas, além do cantinho da maquiagem.
2. De que maneira deve ficar a disposição do closet?
Novamente, este é outro ponto bastante pessoal. No entanto, a arquiteta propõe um layout funcional, sempre se pautando em simplificar o acesso às peças mais usadas pelo morador. “Podemos considerar a inclusão de araras para pendurar os cabides na altura dos olhos, de forma que o usuário esteja de frente para as suas camisas e jaquetas logo que abrir o armário”, aconselha. Por outro lado, malas de viagem podem ficar nas prateleiras superiores, uma vez que não são acessadas com frequência.
3. Há diferença entre closet masculino e feminino?
A arquiteta explica que existe diferença entre os closets femininos e masculinos. “Sim, afinal, homens e mulheres possuem necessidades diferentes. Cada morador nutre seus gostos e paixões, então é claro que o closet se torna um reduto de bens pessoais”.
Conforme detalha, homens gostam de acomodar elementos que, muitas vezes, requerem gavetas ou divisórias específicas, como o caso de bonés, cintos, gravatas e relógios. Já as mulheres costumam ter bolsas, maquiagem, joias e bijuterias. Ademais, os closets femininos precisam considerar o espaço para um vestido longo, por exemplo.
4. Quais são as medidas ideais?
Outro ponto que varia conforme as peças que o morador possui. “Uma das vantagens de executar um closet sob medida está em poder personalizar considerando a altura e largura que as roupas ocupam. Consequentemente, podemos liberar alguns centímetros a fim de obter um nicho ou uma gaveta a mais para o morador”, afirma a profissional. Contudo, de modo geral, Karina define:
- Para vestidos e casacos: a altura ideal é de 1,40 e 1,60 m;
- Para camisas, saias e calças dobradas ao meio: entre 90 e 1,10 m;
- Para gavetas: altura entre 10 e 15 cm são ideais para roupas íntimas e acessórios. Para roupas dobradas, recomenda-se uma altura maior, em torno de 18 cm e largura de, pelo menos, 25 cm;
- Prateleiras para sapatos: uma altura de 12 e 20 cm.
5. Como planejar a iluminação?
A iluminação do closet também figura entre tópicos relevantes, pois é fundamental entregar uma visualização mais precisa das roupas e suas cores, facilitando montar looks para diferentes ocasiões. Para Karina, o luminotécnico abrange não apenas o espaço geral, como spots direcionados para prateleiras, cabideiros e gavetas. “Um detalhe que sempre chama atenção por seu charme, mas que também tem o seu lado funcional, é o espelho com perímetro luminoso”, observa.
6. O que é um walk-in closet?
Este termo que está no hype corresponde aos closets em um cômodo separado, em que o morador pode circular nele. “O walk-in é um sonho de consumo de boa parte das pessoas. Nele, podemos propor móveis adicionais como uma ilha, penteadeira ou um pufe”, conta a arquiteta.
7. Tenho um quarto pequeno, é possível ter um closet?
Segundo Karina, é totalmente possível, sempre acompanhando as características do projeto de arquitetura. “Em um dormitório com dimensões compactas, o remanejamento do layout pode aproveitar a área de um quarto extra que o cliente não pretende usar, ou reduzir o espaço de um banheiro, ou de uma sala de estar a fim de ampliar o cômodo e receber o closet”, explica.
8. Closet fechado ou aberto?
Essas duas possibilidades abrem um leque de vantagens e desvantagens. Ela defende que, embora o closet aberto seja esteticamente mais vistoso, também é a opção mais caótica se a pessoa não o mantiver sempre organizado e com tudo nos seus devidos lugares. Por outro lado, o fechado representa uma forma mais coerente de guardar. “Assim, o morador pode manter a sua ‘baguncinha’ e ninguém, exceto ele próprio, saberá”, afirma.
9. Existem opções para quem quer um closet fechado e aberto?
Há sim uma saída. Alguns closets modernos apresentam estruturas limpas que privilegiam perfis metálicos e fechamentos em vidro. “Esta questão também resolve outro problema do closet aberto, que é lidar com a poeira”, explica a arquiteta. Porém, ela reforça novamente a importância de o morador ser uma pessoa organizada.
10. Closet com porta de vidro ou espelho?
Experiente, Karina não retira a importância de ter um espelho. Portanto, em closets com dimensões diminutas, vale sugerir portas espelhadas para que o morador possa se olhar por diferentes ângulos. Diferente do walk-in closet, que há espaço para se colocar um espelho de corpo inteiro, os armários podem ter portas de vidro. “É uma boa forma de resolver esta questão”, afirma.
11. Ilha: luxo ou indispensável?
Em um walk-in closet, a ilha pode ser acessada como uma bancada de apoio e até espaço para gavetas e compartimentos, criando mais possibilidades de organização, em especial quando a marcenaria é bem planejada. “Quando há como fazer uma ilha, vale a pena apostar neste recurso, tanto para homens quanto para mulheres”, avalia a arquiteta.
12. O que guardar na ilha?
Desde relógios a roupas íntimas, a ilha pode armazenar itens menores, mas que são usados frequentemente. “Algo já feito em alguns dos nossos projetos foi aproveitar a gaveta de cima para receber joias e bijuterias. Fechamos a parte superior com um tampo de vidro de modo que a moradora possa escolher quais acessórios pretende usar sem abrir a gaveta”, conta Karina.
13. Devo considerar uma penteadeira?
Uma penteadeira pode ser interessante no closet. “Especialmente no caso das mulheres, transformar o closet em um espaço multiuso, onde a cliente pode também arrumar o cabelo e se maquiar, incluir uma penteadeira é algo que vale a pena ser considerado”. Entretanto, de acordo com ela, o espaço da maquiagem ocupa uma área generosa e, por isso, apenas um closet walk-in admite essa estrutura.
14. Vale a pena adicionar um pufe?
Para Karina, em um walk-in closet ele é indispensável. “O pufe auxilia o morador para calçar um sapato e o ideal é que ele fique no centro para propiciar uma visão 360° do look”, defende. Fora do uso, ele pode ser facilmente movido para um canto, uma vez que é uma peça pequena e não atrapalha a circulação.
15. Como organizar os sapatos no closet?
Há várias maneiras de se guardar os sapatos, porém a arquiteta prevê um espaço que facilite a visualização dos calçados. “Nichos individuais com divisórias são boas pedidas para deixar os pares juntos e organizados e, para eliminar o acúmulo de poeira, podemos sugerir uma porta de vidro para proteger”, indica.
Por Alexandre Agassi
Leia mais sobre: arquitetura / Decoração / design de interiores / edicase