22 de dezembro de 2024
Saúde

⁠Teste da orelhinha: Exame auditivo em recém-nascidos permite diagnóstico precoce

Segundo a especialista o exame ajuda a constatar se a audição do bebê está se desenvolvendo de acordo com o esperado
O exame é de extrema importância e simples de ser realizado. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado).
O exame é de extrema importância e simples de ser realizado. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado).

Realizado em bebês de até 6 meses, o exame, também conhecido como teste da orelhinha, tem como objetivo a prevenção e detecção precoce da deficiência auditiva. Trata-se de um exame rápido, indolor e sem contraindicação. Conforme a médica otorrinolaringologista pediátrica Juliana Caixeta, o exame é de extrema importância pois ajuda a constatar se a audição do bebê está se desenvolvendo de acordo com o esperado.

A especialista também destaca que a realização do exame permite diagnósticos precoces. “Quando o teste aponta alguma alteração auditiva no bebê, ele é encaminhado para a realização de exames complementares confirmatórios. Uma vez confirmada a perda auditiva, o bebê passa pelo programa de intervenção precoce, que inclui o uso de aparelhos de amplificação, terapia fonoaudiológica e, até mesmo, a cirurgia de implante coclear”, explicou.

Conforme a otorrinolaringologista, além de realizar o teste da orelhinha, é importante que os pais estejam atentos ao desenvolvimento auditivo do bebê. Quando a audição do recém-nascido é normal, ele é capaz de reconhecer o som da voz da mãe e diferenciá-la da voz de outras pessoas. Já no 5° mês após o nascimento, a criança identifica quando é chamada pelo próprio nome. 

Já aos dez meses, o bebê se concentra ao ouvir música, olha para familiares quando nomeados, compreende ordens simples e é capaz de identificar objetos pelo nome. Esse aprendizado avança e, entre nove meses e 1 ano e 4 meses, o bebê já fala suas primeiras palavras. Não reconhecer e não tratar uma deficiência pode afetar gravemente a capacidade de uma criança de falar e de compreender a linguagem.

Juliana explica que a deficiência pode conduzir a um baixo rendimento na escola, dificuldades de comunicação com os colegas, isolamento social e dificuldades emocionais. Além disso, a deficiência auditiva de grau leve e moderado pode ser mais difícil de ser detectada, tanto pelos familiares quanto pelos médicos. Nesses casos, o desenvolvimento da fala ocorre, porém de maneira mais lenta. Já na escola, muitas vezes a criança pode apresentar dificuldades escolares ou ficar irritada quando o barulho na sala de aula é intenso.

Estímulo na gestação

Segundo a otorrinolaringologista pediátrica, o desenvolvimento auditivo do bebê é gradual. “No início, ele só consegue processar sons de baixa frequência, e essa função vai se aperfeiçoando conforme a gestação avança”, explica a médica. O bebê começa a ouvir por volta da 20ª semana de gestação, ou 5º mês de gravidez. Nesta etapa, já é capaz de captar os batimentos cardíacos da mãe, sua voz e alguns sons externos.

“Por estar dentro do útero e dentro de uma bolsa cheia de líquido, os sons que chegam ao bebê apresentam distorções, a maior alteração ocorre no som das consoantes. Já que nas vogais, o tom da fala e as melodias musicais parecem ser bem reconhecidas entre o 6º e o 8º mês de gestação”, explica Caixeta.

A especialista esclarece que a audição intrauterina tem um papel importante na construção da relação familiar.“A partir do 6º mês de gestação, os pais podem e devem conversar com seu bebê, colocar música para que ele ouça, além de estimulá-lo pelo toque e com carícias no barrigão, pois as vibrações causadas no líquido dentro do útero proporcionam ao feto também uma experiência tátil”, aconselha a médica, que também destaca a importância do pai participar desses momentos.


Leia mais sobre: / / / Cidades / Saúde