Em tramitação no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala 6×1 tem dado o que falar. De um lado, trabalhadores defendem a iniciativa. Do outro, representantes do setor empresarial discordam da proposição, com a afirmativa de que ela pode aumentar os custos da economia.
Um exemplo é demonstrado pela Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial). Ao Diário de Goiás, o presidente-executivo da entidade, Edwal Portilho, conhecido como Tchequinho, disse que as propostas para uma semana de trabalho reduzida para quatro dias “poderiam aumentar consideravelmente os custos das empresas, uma vez que o custo médio de um trabalhador formal para o empregador é atualmente o dobro do salário pago”.
“A discussão de novos modelos de jornada de trabalho precisa levar em conta as especificidades dos vários segmentos do setor produtivo, bem como não podemos deixar de lado questões importantes como aumentar a produtividade, agregar valor à produção e enfrentar obstáculos estruturais”, pontuou.
Apesar da afirmativa, o presidente da Adial reforçou o compromisso da entidade em criar um ambiente de trabalho mais justo e produtivo, seguindo os princípios do Pacto Global da ONU. “Nosso propósito é equilibrar o aumento da produtividade com uma maior valorização da qualidade de vida dos colaboradores, promovendo um ambiente de trabalho que respeite sua dignidade e bem-estar”, enfatizou.
Segundo Tchequinho, o Brasil enfrenta um sério desafio em relação à produtividade, o que impacta a competitividade e também a satisfação dos trabalhadores. “Nos últimos 40 anos, a produtividade média do trabalhador brasileiro cresceu apenas 0,6% ao ano. Hoje, um trabalhador brasileiro produz cerca de um terço do que um europeu e um quarto do que um trabalhador norte-americano,” explicou.
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