Na última terça-feira (28), a Chapecoense surpreendeu ao noticiar o afastamento do grupo principal de um de seus jogadores mais experientes: Wellington Paulista. Nesta quinta (30), foi a vez de o atacante se manifestar pela primeira vez sobre o episódio através de uma nota oficial.
Em texto divulgado por sua assessoria de imprensa, Wellington Paulista diz não entender o motivo do afastamento. Ele ainda relembra momentos de sua passagem pelo clube, desde o começo de 2017, inclusive de jogos em que precisou atuar machucado.
“O momento que estou passando é difícil, inexplicável e sem nenhum motivo aparente, pois nada me foi passado, e por incrível que possa parecer há 20 dias eu era um atleta inegociável e neste momento passo a ser um atleta imprestável, descartado e encostado. O que será que pode ter acontecido em 20 dias, sinceramente ainda busco uma resposta”, diz.
Em entrevista coletiva, o diretor de futebol da Chape, André Figueiredo, disse que o afastamento do atacante de 34 anos aconteceu por uma questão técnica: “O problema é técnico, não está ajudando. Em uma reunião entendemos que ele não irá ajudar no ano que vem. Estamos pensando para próxima temporada. Com isso, abre espaço para um novo atleta chegar a Chapecoense”.
“Fazemos avaliações periódicas. Não pensamos apenas no hoje, mas para frente. Temos planejamento para não ter problemas nos outros anos. É pesado falar que o Wellington foi afastado. De maneira colegiada achamos que não ajudaria a Chapecoense neste momento”, acrescentou.
Wellington Paulista vinha sendo titular com Gilson Kleina, mas perdeu espaço desde a chegada de Guto Ferreira. Foi titular contra Corinthians e São Paulo, mas ficou no banco de reservas na derrota para o Vasco, no último domingo (26).
Como já fez mais de sete partidas pela Chapecoense no Campeonato Brasileiro, Wellington Paulista não poderá se transferir para outro time da Série A. Wellington Paulista é o artilheiro da Chapecoense na temporada, com 11 gols em 37 partidas. Ele tem contrato com o clube de Chapecó até o fim de 2019.
Leia a nota completa:
Hoje foi um dia diferente na minha carreira. Fiz meu primeiro treino longe dos meus companheiros e quando escolhi estar neste projeto da Chapecoense isso não fazia parte dos meus planos.
Estou no clube desde o início da temporada de 2017 e participei da reconstrução de uma equipe abalada por um desastre. Conquistamos o bicampeonato catarinense, fizemos uma campanha marcante na Libertadores de 2017 e histórica no Campeonato Brasileiro do mesmo ano, em que tivemos uma arrancada incrível para a conquista do título do segundo turno e a classificação para Libertadores 2018.
Aprendi a amar esse clube, essa torcida e essa cidade, dei a vida dentro de campo e neste período foram mais de 100 jogos e aproximadamente 30 gols.
Em 2018 me tornei artilheiro do time com 11 gols e também recebi propostas para deixar o clube, mas fiz questão de renovar recebendo um salário menor para seguir no projeto que tinha escolhido. Na vida nem sempre devemos colocar questões financeiras em primeiro lugar, mas sim nosso bem estar, alegria e felicidade.
Este ano eu cheguei a jogar machucado, na partida contra o Corinthians, pela Copa do Brasil, para ajudar o treinador que tinha acabado de chegar e estava sem atacantes disponíveis. Da mesma forma que aconteceu ano passado, quando joguei três partidas com uma lesão grau dois na panturrilha sempre pensando no coletivo.
O momento que estou passando é difícil, inexplicável e sem nenhum motivo aparente, pois nada me foi passado, e por incrível que possa parecer há 20 dias eu era um atleta inegociável e neste momento passo a ser um atleta imprestável, descartado e encostado. O que será que pode ter acontecido em 20 dias, sinceramente ainda busco uma resposta.
Gostaria de reiterar que vou seguir cumprindo as minhas obrigações profissionais no time de aspirantes, até o final do meu contrato, da mesma forma que me dediquei até este momento nos profissionais. Quero aproveitar para agradecer a todas as mensagens enviadas com palavras de carinho, conforto e consideração.