Categorias: Mundo

Voo estava irregular desde o início, diz jornal

O plano de voo da aeronave Avro RJ85, que transportava o time da Chapecoense, estava irregular desde o início. Segundo o documento, publicado nesta quinta-feira (1) pelo jornal boliviano “El Deber”, o piloto informou que o tempo previsto para o voo era de 4 horas e 22 minutos. Em outro campo do plano de voo, o piloto ainda informa que a capacidade da aeronave é voar exatamente de 4 horas e 22 minutos.

“Ele não teve nem o trabalho de mentir no plano de voo”, comentou à Folha de S.Paulo um oficial de alta patente da Aeronáutica brasileira ao analisar o plano de voo.

Levando em conta essas informações, não haveria margem alguma de segurança quanto ao consumo de combustível ao longo da viagem. A principal hipótese investigada é de que, ao ser orientado a voar em círculos devido o tráfego aéreo em Medellín, na Colômbia, o avião ficou sem combustível.

O plano não considerava escalas para abastecimento no meio do trajeto.

Segundo o documento apresentado pelo jornal, o voo descumpriu desde o início o que estabelecem as regras internacionais de segurança em voo. Segundo a lei boliviana, um voo deve ter combustível suficiente para chegar a seu aeroporto de destino, mudar de rota para um segundo aeroporto e ainda voar por pelo menos 45 minutos. De acordo com as autoridades colombianas, no entanto, o avião da Lamia não tinha nem mesmo combustível para ir até o seu aeroporto de apoio, que seria em Bogotá, capital da Colômbia.

Segundo o jornal boliviano, a Aasana (autoridade boliviana de aviação) questionou cinco pontos do plano de voo. Mas a entidade teria sido convencida por um funcionário da LaMia que o voo seria seguro. Miguel Quiroga, que morreu no acidente, é um dos donos da empresa LaMia e assina o plano de voo.

A mesma aeronave já havia feito uma viagem na mesma rota em que ocorreu o acidente, em 28 de outubro. O percurso, no entanto, foi feito no caminho contrário, entre Medellín e Santa Cruz de la Sierra. A viagem ocorreu praticamente em linha reta, sem que a aeronave tivesse que aguardar por muito tempo pela liberação para o pouso, como ocorreu na noite do acidente. No dia 28 de outubro, o voo durou 4 horas e 32 minutos. No dia do acidente, antes de cair, o voo durou 4 horas e 42 minutos. Baseado nesta viagem, o piloto conseguiu a autorização para transportar o time da Chapecoense.

“A viagem que deu certo, deu certo por sorte. E a sorte uma hora acaba”, disse o oficial.

Segundo o oficial brasileiro, o plano de voo não deveria ter sido autorizado pela s autoridades bolivianas. A Folha de S.Paulo procurou a autoridade boliviana de aviação, que não comentou o caso.

Folhapress

Leia mais:

 

Thais Dutra

Notícias Recentes

Licença-paternidade : Conheça a importância e as regras desse benefício

Conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 115 países oferecem o benefício da licença-paternidade. No…

11/08/2024

“Saúde não é despesa, é investimento”, afirma Vanderlan Cardoso

“Saúde não é despesa, é investimento, principalmente na atenção primária”, ressaltou Vanderlan ao tratar da…

11/08/2024

Acidente em Vinhedo: Cristais de gelo pode ser uma das hipóteses da queda da aeronave

As caixas-pretas contendo os gravadores de voz da cabine e de dados do voo 2283,…

11/08/2024

Preso homem que ludibriava idosos em caixas eletrônicos e aplicava golpes em Uruaçu

A Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da Delegacia de Polícia de Uruaçu,…

11/08/2024

Brasil fecha participação em Paris 2024 com histórias inspiradoras e mulheres no topo

O Brasil termina os Jogos Olímpicos Paris 2024 com muitos motivos para se orgulhar. Do…

11/08/2024

GoiásFomento promoverá a Semana do Crédito em Catalão a partir desta segunda (12)

Entre os dias 12 a 16 de agosto, o Governo de Goiás, por meio da…

11/08/2024