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Volta das doenças erradicadas; Pediatra Imunologista alerta sobre os riscos de não vacinar as crianças

A baixa cobertura vacinal infantil e a volta de doenças já erradicadas, como o sarampo, estão preocupando os profissionais da saúde. De acordo com a  Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), no período de agosto de 2019 a março de 2020, foram registrados 20 casos da doença no estado. 

A nível nacional, somente nos dois primeiros meses de 2022 o sarampo teve mais de 17 mil casos notificados. A intenção da campanha de vacinação é evitar surtos de doenças infectocontagiosas. 

Em entrevista ao Diário de Goiás, a médica Alergista e Imunologista, membro da Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), Lorena Diniz, explicou que as vacinas não têm a capacidade de controlar os surtos e alerta para a necessidade de prevenção dessas doenças por meio da imunização. “Vacinas existem para prevenção, não é o intuito da vacina controlar o surto. Depois que tem surto é muito mais difícil o controle”.

Baixa cobertura

De acordo com os dados divulgados pela SES-GO, em Goiás os índices da vacinação da tríplice viral, que é a vacina que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola, estão abaixo da meta desde 2017, quando chegaram a 80,99%. O ideal, para o Ministério da Saúde, é que esse índice de cobertura chegasse a, pelo menos, 95%. 

Com o advento da pandemia de coronavírus a procura por vacinas básicas, como a tríplice viral, diminuiu.“As pessoas estavam protegidas com o uso de máscaras, mas em contrapartida deixaram de se vacinar, e agora a gente está vendo o resultado disso com o reaparecimento de doenças importantes que matam ou deixam sequelas. Não é uma coisa futura, é uma coisa real que já está acontecendo”, alerta a imunologista.

Segundo a especialista, os dados em relação a diminuição da imunização e aumento de casos são muito preocupantes. “O sarampo é uma doença extremamente grave, letal, que pode levar à morte e deixar sequelas nas crianças”, afirma a médica.

Outro fator que pode ter agravado a diminuição da procura pela imunização infantil é a pouca divulgação e crença de que as doenças não representam mais riscos.“Com as altas coberturas de anos atrás, várias doenças deixaram de ser do nosso dia a dia, muitas pessoas não viam mais as notícias dessas doenças e deixaram de dar a devida importância, deixaram de se vacinar e com isso agora as doenças estão voltando a nos assombrar”, ressalta Lorena. 

Importância da vacina

Para combater o aumento e reverter o quadro de baixa na imunização, o Ministério da Saúde antecipou a campanha de vacinação para tríplice viral no calendário para crianças de 6 meses a 5 anos de idade. A campanha deve se estender até o dia 6 de junho.

A médica pontua que a vacinação nessa faixa de idade, de 6 meses a 5 anos, possui uma importância ainda maior e tem uma explicação para ser administrada na faixa etária determinada. “Até 6 meses de idade os bebês ficam protegidos pelo aleitamento materno onde a mãe passa anticorpos naturais.A partir daí a criança se torna vulnerável porque o sistema imunológico dela não está completamente maduro para que tenha uma defesa robusta frente às infecções”, enfatiza.

A vacina age como uma proteção contra a ação do vírus no organismo da criança, prevenindo o adoecimento ou o desenvolvimento da forma grave da doença. “ A vacina age como estímulo inicial à criança. O sistema imunológico vai estar produzindo, a partir desse contato, anticorpos necessários para o combate da infecção selvagem, se a pessoa tiver frente ao vírus ou a bactéria de verdade, ela vai ter a memória e vai estar prontamente com anticorpos circulantes para neutralizar essa doenças, para essa doença não ser invasiva e não levar a óbito”, acentua a imunologista. 

O Brasil é referência mundial em vacinação infantil e já recebeu certificados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O programa de vacinação gerenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) consegue dar a proteção das principais cepas circulantes relacionadas a todas as doenças e as vacinas são reguladas pela  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Todas as vacinas, os esquemas indicados, eles passam por todas aquelas fases de estudos, de dose ideal, de quantidade de doses impostas e, geralmente, elas são colocadas no calendário vacinal baseado nas probabilidades de infecções daquele período etário mais provável”, explica a especialista. 

Para as crianças que estão com doses atrasadas e com o cartão de vacinação incompleto, Dra. Lorena lembra que não é preciso esperar pela campanha. “Nunca é tarde, o esquema nunca é perdido.Se atrasou a sequência a gente não ignora aquela dose que já foi dada, a gente só completa o esquema, não tem que começar tudo de novo. É muito importante as pessoas olharem para o seu cartão de vacina e colocarem esse cartão em dia”, pontua. 

Para finalizar, a especialista conclui que as vacinas aplicadas pelo SUS são extremamente confiáveis e que os riscos de eventos adversos são mínimos. “O risco de uma complicação, de uma sequela de uma doença transpõe significativamente qualquer risco iminente de um evento adverso pós-vacinal. As vacinas hoje em dia são extremamente seguras e eficazes”, afirma. 

Live no Instagram esclarecerá dúvidas e conscientizará sobre importância da imunização infantil. Foto: Reprodução/Instagram

Serviços
Para esclarecer dúvidas e incentivar a vacinação de crianças, a Sociedade Goiana de Pediatria (SGP) realizará uma live no próximo dia 26 de maio às 20 horas na rede social Instagram.

Redação / Diário de Goiás

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