Até as 11h40 desta quarta-feira, 20 corpos das vítimas do avião que caiu na cidade de La Unión, a 60 km de Medellín (Colômbia), já haviam sido identificados por técnicos da Polícia Federal e do Itamaraty que chegaram nesta madrugada à cidade, em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira).
A expectativa das autoridades brasileiras e colombianas é que todos os 71 mortos sejam identificados até o fim desta quarta-feira (30) ou nesta quinta (1º). A FAB tem dois aviões preparados em Manaus para buscar os corpos das vítimas. Entre elas, estão a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros.
O Ministério das Relações Exteriores cogita fazer viagens escalonadas para trazer os corpos, ou seja, liberá-los conforme os atestados de óbito forem concluídos. De qualquer maneira, o objetivo é de que até sexta-feira (2) todos eles já estejam em solo brasileiro. As autoridades brasileiras ainda não definiram para onde seguirão os aviões.
Os seis sobreviventes do acidente mostram evolução. Segundo médicos, o goleiro Jackson Follman continua em estado crítico e em observação, mas disseram que já houve evolução.
Já o lateral Alan Ruschel teve uma fratura na coluna vertebral, passou por cirurgia e, segundo a médica Ana María González, não teve danos neurológicos nem no movimento dos membros inferiores. Inicialmente, especulou-se que Ruschel poderia ficar paraplégico.
O zagueiro Neto continua entubado, em estado grave, mas abre os olhos e começou a tossir. Também é mantido em aparelhos o jornalista Rafael Henzel, mas seu estado é estável.
De acordo com a médica, os membros da tripulação Ximena Suárez e Erwin Tumiri estão estáveis e em recuperação, e seguem internados. Ainda não há data para eles retornarem ao Brasil -a volta dependerá da evolução do quadro clínico dos feridos.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que montou um núcleo 24 horas para dar apoio a brasileiros no terminal executivo do aeroporto Olaya Herrera, em Medellín (Colômbia).
O núcleo conta com a presença de médico, psicólogo, funcionários da prefeitura local, do Ministério de Relações Exteriores colombiano, e de agentes consulares da Embaixada do Brasil na Colômbia. Foram confirmadas 71 mortes na queda do avião, incluindo 19 jogadores do time da Chapecoense, e 20 jornarlistas de TV e rádio.
Além de atender familiares e amigos das vítimas do acidente, a equipe do núcleo cuidará dos trâmites burocráticos para que os corpos possam ser rapidamente transportados para o Brasil.
As duas caixas-pretas do avião, encontradas na noite desta terça-feira (29) deverão ser analisadas nesta quarta-feira.
As caixas-pretas gravam os áudios e registram informações do avião durante o voo. Com elas pode ser possível esclarecer o que aconteceu com a aeronave que caiu a 60 km de Medellín.
Uma das explicações, especula-se, pode ser a declaração do estado de emergência em uma aeronave Airbus logo antes da queda do avião da Chapecoense.
Instantes antes da queda da aeronave Avro RJ85 que transportava o time da Chapecoense, um Airbus da Viva Colômbia havia declarado emergência em seu voo, segundo a associação de aviadores civis da Colômbia, e solicitado para a torre de Medellín a prioridade para descer no aeroporto da cidade.
Informações ainda preliminares apontam que os tanques de combustível da aeronave dão conta para uma viagem entre as duas cidades sem muita folga. Ou seja, é possível que a aeronave tenha tido problemas com a quantidade de combustível.
Diversos governos e autoridades manifestaram solidariedade às vítimas e a suas famílias. Entre eles o papa Francisco, que “pede ao Senhor que derrame sobre os familiares das vítimas os dons da serenidade espiritual e da esperança cristã, e compartilha de coração a bênção apostólica”.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse nesta quarta-feira que ficou consternada com a tragédia aérea na Colômbia.
Merkel expressou suas condolências em uma carta ao presidente brasileiro Michel Temer, dizendo que transmitia a compaixão do povo alemão.
A chanceler expressou seu sentimentos às famílias das vítimas e enviou os melhores votos para uma recuperação rápida dos sobreviventes da catástrofe.
O governo federal decretou luto oficial de três dias. A cidade de Chapecó, decretou 30.
Folhapress