Publicidade
Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Vinte afluentes do rio Doce ainda recebem lama da Samarco, diz Ibama

Compartilhar

Publicidade

Relatório do Ibama divulgado nesta quinta-feira (26) aponta que, até o mês de agosto, 20 dos 109 afluentes do rio Doce vistoriados ainda recebiam lama de rejeitos minerais vinda do rompimento da barragem de Fundão, operada pela Samarco, que aconteceu em 5 de novembro de 2015.

Essa lama pode poluir a água. Nesses 20 afluentes, foram verificados processos erosivos que carregam o rejeito para dentro dos rios -ou seja, a lama não foi contida ou retirada das margens por ações emergenciais mesmo após dois anos do rompimento.

Publicidade

Os braços do rio que ainda recebem rejeito, segundo o instituto, devem “passar por intervenções corretivas relativas às ações emergenciais, tendo em vista que foi constatada ausência ou deficiência na implementação das técnicas que resultam na contenção de processos erosivos e consequentemente no carreamento de rejeito para os cursos d’água”.

Publicidade

A inspeção foi realizada entre os dias 21 e 30 de agosto deste ano. Foram analisados 109 afluentes na área mais danificada pela passagem da lama, nos 100 km entre Mariana (MG) e a usina hidrelétrica de Candonga, que conteve a maior parte dos rejeitos.

No geral, a vistoria do Ibama aponta que todos os parâmetros de recuperação do meio ambiente melhoraram nos últimos meses.

Publicidade

As ações de recuperação ambiental são de responsabilidade da Fundação Renova, entidade criada e bancada pela Samarco e suas controladoras (Vale e BHP Billiton), e foram determinadas por um acordo assinado entre as mineradoras e os governos federal e dos Estados de Minas e Espírito Santo.

O acordo, contudo, não foi homologado pela Justiça e deve sofrer revisões. A reportagem da Folha aguarda um posicionamento da Renova.

O acordo determina a reabilitação de 2.000 hectares de rios e afluentes impactados —as obras foram concluídas em 1.685 hectares, segundo a Renova. As ações incluem reconstrução das margens, drenagem, controle de erosão e revegetação emergencial com plantas de crescimento rápido.

Segundo o Ibama, dos 109 afluentes, 17 estão em um estado ideal para que se inicie o plantio de mudas nativas de Mata Atlântica —última etapa da recuperação ambiental. Outros 72 afluentes também podem receber as mudas nativas, mas ainda precisam de ações de correção.

O acordo prevê recuperar 40 mil hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs). Segundo a Renova, o plantio de mudas nativas deve começar ainda neste ano.

Histórico

O rompimento da barragem de Fundão matou 19 pessoas e devastou 650 km até desaguar no mar do Espírito Santo.

Foi o maior derramamento de rejeito mineral do mundo. No total, 40 bilhões de litros foram despejados no ambiente e se misturaram com metais pesados durante o percurso. Ainda não se sabe exatamente quais locais estão contaminados e o impacto na saúde da população.

Atualmente, as três empresas, a consultoria VogBR e 22 pessoas respondem por processo criminal na Justiça Federal de Ponte Nova (MG) pelo episódio. (Folhapress)

Leia mais:

 

 

 

Publicidade