Vini Jr. recebe apoio de Lula e internautas contra mais um caso de racismo em estádio; confira

Depois que o atacante Vinicius Jr., do Real Madrid e da Seleção Brasileira, sofreu mais uma vez, ataque racista de torcedores rivais na Espanha, a internet se mobilizou para falar do assunto e defender o jogador. Além disso, o presidente Lula se posicionou e pediu que providências fossem tomadas pelo episódio. O jogador brasileiro foi hostilizado por torcedores do Valencia no estádio de Mestalla na tarde deste domingo (22) em uma partida que chegou a ser paralisada pelo árbitro.

Com o fim do jogo, a internet, principalmente usuários brasileiros, fizeram o assunto se tornar o mais comentado. O nome de Vini Jr e a palavra racismo seguem em destaque até a manhã desta segunda-feira (22). Entre outros pedidos, as pessoas também pedem que providências reais sejam tomadas pelos ataques de Vini e outros jogadores negros vêm sofrendo.

Lula, por sua vez, manifestou solidariedade com Vini Jr. e disse que a Federação Internacional de Futebol (Fifa), a liga espanhola e as ligas de futebol de todos os países devem tomar providências para que o “racismo e o fascismo” não tomem conta do futebol.

“Não é possível que quase no meio do Século 21 a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários estádios de futebol na Europa”, disse. “Não é justo que o menino pobre que venceu na vida, que está se transformando possivelmente em um dos melhores [jogadores] do mundo – certamente do Real Madrid é o melhor – seja ofendido em cada estádio que ele comparece”, acrescentou Lula.

Durante a derrota do Real Madrid para o Valencia por 1 a 0, no Estádio Mestalla, casa dos adversários, Vini escutou insultos racistas e gritos de “macaco” vindos das arquibancadas. Esta não é a primeira que o jogador é atacado. Pelas redes sociais, ele manifestou sua revolta com a LaLiga, a liga espanhola de futebol.

“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, desabafou Lula.

Além dos pedidos na internet, nas redes sociais e do posicionamento do presidente brasileiro, internautas também foram até as redes sociais de Javier Tebas, presidente do LaLiga, cobrar pelos episódios de racismo que vêm acontecendo. Isso por que, também houve um desentendimento online entre Vini Jr e Javier, já que o jogador também pediu para que Tebas tomasse providencias, mas ele tem sido acusado de ser omisso com os casos.

No Twitter, em uma das primeiras publicações, Javier disse que Vini “deveria se informar adequadamente” antes de criticar LaLiga. Logo depois, o atacante do Real Madrid retrucou dizendo que “mais uma vez, em vez de criticar racistas, o presidente da LaLiga aparece nas redes sociais para me atacar”.

Por fim, há pouco, Tebas voltou a se pronunciar, ainda no mesmo tom escrevendo vários pontos sobre sua justificativa. Confira na íntegra e, abaixo, traduzido.

“1. Nem a Espanha nem a LaLiga são racistas, é muito injusto dizer isso

2. Desde a LaLiga denunciamos e perseguimos o racismo com toda a dureza ao nosso alcance

3. Nesta temporada, insultos racistas foram relatados 9 vezes (8 deles foram por insultos contra Vinicius). Sempre identificamos os loucos e denunciamos aos órgãos sancionadores. Não importa o quão poucos sejam, nós somos sempre implacável

4. Não podemos permitir que seja manchada a imagem de uma competição que é acima de tudo um símbolo de união entre os povos, onde mais de 200 jogadores negros em 42 clubes recebem diariamente o respeito e o carinho de todos os torcedores, sendo o racismo uma caso extremamente específico (9 denúncias) que vamos erradicar”

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