Nesta segunda-feira (2), uma criança de 11 anos levou dois facões para a Escola Municipal Dona Alexandrina, no Bairro Jardim Alexandrina, em Anápolis, e tentou ferir colegas. Quem conseguiu evitar a tragédia foi o vigia Carlos Alberto, de 66 anos.
Em coletiva de imprensa, o vigia relatou que o menino chegou ao colégio já com um comportamento estranho. Seu Carlos então acompanhou o garoto e, quando chegou na sala, se deparou com um ambiente de terror.
“Vi a turma toda com medo. Devagar, falei para os meninos saírem correndo. Daí ele (o estudante que estava com facões) acertou uma menina com o lado contrário do facão. Nisso, eu disse a ele ‘você sabe que eu gosto de você e todos aqui também, larga isso’. Em seguida, em bati minha bengala na mesa. Ele assustou e largou um facão. Então eu mandei ele soltar o outro, o peguei e disse para conversarmos lá fora”, contou o vigia.
Após o ato heroico do vigia, a Polícia Militar foi acionada e três viaturas se deslocaram para a escola. Os pais do garoto foram chamados e levados à delegacia e, posteriormente, ao Juizado da Infância e Juventude. O Conselho Tutelar está trabalhando com a família.
Inspirado em Suzano
Conforme a diretora da Escola Municipal Dona Alexandrina, Patrícia Pereira, o garoto não é um mau aluno e se relacionava bem com os colegas. No entanto, professores já haviam notado alguns desvios de comportamento e orientado os pais a buscarem auxílio.
Pereira afirmou que o menino se identificou com os atiradores que provocaram a tragédia em um colégio de Suzano (SP), que deixou 10 mortos em março deste ano. Desde o caso, de acordo com a diretora, a criança ficou fascinada e consumiu todo tipo de informação sobre o caso. “Ele deveria estar planejando há dias. Ele tinha o nome dos atiradores de Suzano no caderno”, relatou.
Vigilância
Durante a coletiva, o prefeito Roberto Naves (PTB) anunciou que pretende agilizar um projeto para que os vigias possam atuar durante o horário das aulas. A expectativa do Executivo Municipal é que, a partir da próxima semana, os vigilantes já trabalhem no período de aulas. “Precisamos dos vigias cuidando das pessoas, não de máquinas”, disse.