Foi criada pelo governo do estado uma força tarefa para tentar barrar o avanço da violência em Goiás. Várias medidas foram anunciadas pelo governador Marconi Perillo (PSDB). Entre as ações, o envio de uma carta para o governo federal mostrando a necessidade de a União investir em Segurança Pública. O governo pretende realizar concursos para as polícias.
VEJA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA.
{youtube}ejDIXmW18yM{/youtube}
Cobranças ao Governo Federal
Foi realizada uma reunião nesta quarta-feira (24) entre chefes dos Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Diversas autoridades participaram do encontro. O principal resultado foi à realização de uma força tarefa para combater a violência.
Uma das missões da força tarefa é para colocar em prática o Programa Goiás com Vida, Cruzada pela Paz. A cada 30 dias vão participar de reuniões de avaliações. De acordo com o governador de Goiás, Marconi Perillo, várias medidas foram discutidas e serão colocadas em prática. A primeira delas é o envio de uma carta ao Governo Federal.
“Uma carta firme com medidas que precisam adotadas urgentemente. Medidas que passaram de hora de serem tomadas. Primeiro que o governo federal assuma a tarefa de coordenar uma política nacional de segurança pública, e que crie conforme prometido pelos candidatos na última campanha eleitoral o ministério da segurança pública. Que seja enviada proposta de Emenda Constitucional vincule recursos dos estados e municípios para a segurança pública. Criando assim um fundo para a segurança publica. Não é possível que apenas os governos estaduais sejam responsáveis pela segurança dos cidadãos”, afirmou Perillo.
A carta também será enviada para o Senado, Câmara dos Deputados e Supremo Tribunal Federal.
O governador de Goiás ressaltou que o Governo Federal precisa fazer mudanças na legislação penal para endurecer ações contra os bandidos. Outro pedido que a ser feito na carta é que a União utilize recursos do Fundo Penitenciário para construção de presídios de segurança máxima e que estão sendo direcionados para formação de Superávit Primário.
“Descontingenciar e cumprir uma determinação do Supremo Tribunal Federal que manda a União Descontingenciar recursos do fundo nacional penitenciário que hoje somam quase R$ 12 bilhões e hoje são usados para superávit primário e deveriam ser utilizados para construção de presídios de segurança máxima”, destacou.
Outro ponto na carta e que não sejam enviados recursos do BNDES para países que estimulam a produção de drogas e armas. De acordo com o governador Marconi Perillo não é possível financiar obras e facilitar que as drogas cheguem até o Brasil. Ele defende ainda que as forças armadas vigiem as fronteiras.
Marconi Perillo ressaltou ainda que outra reinvindicação é que traficantes de alta periculosidade sejam transferidos para presídios federais. O governador pedirá ainda na carta que o BNDES não empreste dinheiro para países que facilitem a entrada de drogas no Brasil.
Concursos e outras medidas
Outra medida anunciada foi a intenção de realizar concursos para as polícias. Marconi Perillo descreveu em entrevista que pretende se reunir com a secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa e com o secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, para saber as condições reais que o governo tem para realizar os certames, inclusive com a definição de vagas.
“Estamos estudando os impactos para a realização de novos concursos para a polícia militar, polícia civil e a efetivação para o concurso da polícia técnico científica, que vai prover 500 vagas”, explicou.
Além da intenção de realizar novos concursos, o governador Marconi Perillo ainda relatou que pretende intensificar trabalhos de prevenção de repressão a drogas. Participantes da reunião com o governador solicitaram mais horas extras a serem pagas a policiais e promoções que já estão na Casa Civil. Segundo Perillo, as promoções serão efetivadas.
O governador ainda destacou que seja realizada a regionalização do sistema prisional, fortalecimento dos Conselhos Comunitários de Segurança, contratação de temporários e ainda a instalação de 280 câmeras de segurança em Goiânia.
Marconi Perillo ainda ressaltou que pretende adotar medidas mais duras para bloquear sinais de celulares nas proximidades dos presídios. Ele argumentou que as empresas de telefonia móvel não têm colaborado da forma devida.
Efetivo
Uma das questões mais destacadas pelo governador Marconi Perillo foi à falta de efetivo. O chefe do Executivo destacou que precisa sim aumentar o efetivo das polícias por isto a intenção de se realizar concursos.
Ele destacou que para que se chegar a um efetivo ideal seria necessário o governo federal colaborar com recursos financeiros. O governador reconheceu a gravidade na área da Segurança Pública e apontou que quando assumiu o governo a situação era pior, pois os carros eram velhos, armamentos inadequados e polícia estava desmotivada.
Marconi Perillo ressaltou que o problema de insegurança não é exclusivo de Goiás e que faz parte da crise vivida pelo Brasil.
Joaquim Mesquita
Questionado sobre a possível saída do secretário Joaquim Mesquita, o governador apenas destacou que “É um assunto que não está sendo cogitado”.