105 fugitivos do sistema prisional ainda estão sendo procurados pelas autoridades da área de Segurança Pública. Até no início da tarde desta terça-feira (2), pelo menos 143 presos da Colônia Agrícola do Regime Semiaberto em Aparecida de Goiânia foram recapturados pela Polícia Milita. Eles fugiram durante rebelião que ocorreu na tarde desta segunda-feira (1). Na ocasião fugiram 242 presos.
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Outros detentos foram recapturados por demais forças de segurança, mas o número total ainda não foi confirmado pela polícia. De acordo com o superintendente de Administração Penitenciária, tenente coronel Newton Castilho, no momento da rebelião estavam na área do Semiaberto 768 detentos em situação de bloqueio. Eles estavam num regime fechado, pois ainda não haviam recebido a carta de trabalho para sair para atividades externas
O oficial confirma que era pequeno o número de agentes na hora do fato, apenas cinco, quando há a necessidade de um agente para cada cinco presos.
Segundo a Polícia Militar, alguns presos já estavam a uma longa distância, cerca de 15 km do complexo prisional. Detalhes sobre a rebelião serão apresentados por autoridades da Segurança Pública e Administração Penitenciária às 10 horas desta terça-feira.
Equipes da Rotam iniciaram buscas na região, incluindo propriedades rurais. Após intensas buscas, especialmente em ambiente fechado de mata, foram realizadas as prisões de 29 foragidos em diversos pontos. Todos foram reconduzidos ao sistema prisional com o fito de continuar o cumprimento da pena.
Governador
Após a rebelião, houve uma reunião na manhã desta terça-feira, entre representantes da área de Segurança Pública e Administração Penitenciária e o governador Marconi Perillo. Foi destacado que várias providências serão tomadas.
“Com o governador foi a aceleração da sanção do projeto para regionalizar as unidades penitenciárias do estado, bem como a gestão de vagas, e adoção de medidas para concluir obras de presídios no estado. Já para as próximas semanas devem ser convocados 1,6 mil agentes penitenciários temporários”, explicou.
Transferência
Após a rebelião, 153 presos foram transferidos para outras unidades. 99 foram levados para o Núcleo de Custódia e outros 54 para o Módulo de Segurança da Penitenciária Odenir Guimarães (POG).
Invasão e violência
Detentos da ala C invadiram as alas A, B e D da Colônia Agrícola do Regime Semiaberto em Aparecida de Goiânia. O motivo foi uma rixa antiga entre os criminosos. Homens iniciaram uma troca de tiros e colocaram fogo em colchões. O prédio ficou bastante danificado e foi interditado para reconstrução. Não há prazo para que a área seja novamente liberada e receba detentos.
“Dali se iniciou os atos de barbárie. Houve ferimento, carbonização de corpos e duas decapitações. Houve divergência na atuação do mundo do crime e no comando do tráfico de drogas.
O confronto entre os detentos foi bastante violento. Segundo testemunhas, vísceras de um dos presos foram retiradas do corpo dele e penduradas no arame no alto do muro da unidade. Telhados foram destruídos durante a rebelião, conforme mostram imagens cedidas por agentes prisionais.
Cinco equipes do Corpo de Bombeiros foram enviadas para combater o incêndio e encaminhar os feridos a unidades de saúde. Equipes do SAMU também estiveram no local para prestar socorro aos feridos na rebelião. Equipes do Gope (Grupo de Operações Penitenciárias Especiais) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar retomaram o controle da unidade no final da tarde desta segunda. No local, foram encontradas três armas, sendo duas pistolas calibre 9 mm, um revólver calibre 38 e materiais perfurantes.
Reclamações
Além das questões relativas à área de Segurança Pública, foi destacada a informação de que a rebelião teria ocorrido por falta de água, energia elétrica e de qualidade na comida fornecida. O superintendente de Administração Penitenciária discordou da colocação. “Falta de água existiu ontem, pontualmente. Não há falta de comida. É terceirizada, há um cardápio feito por nutricionistas”, afirmou.
Falta de informação
Durante a rebelião foram 9 mortos, 14 feridos. 242 fugiram. Outros 100 saíram do local, mas ficaram nas redondezas até que os ânimos se acalmassem no complexo prisional. Muitas famílias reclamaram da falta de informações. O responsável pela área penitenciária disse que providências estão sendo tomadas para identificação dos mortos e dos que fugiram da unidade.
“Na questão dos óbitos, aguardamos a definição técnica, os laudos da polícia técnico científica. Quanto a recontagem de presos e a relação nominal dos que evadiram, nós estamos elaborando para isso precisávamos do sistema cartorário, que voltou após o feriado”, explicou.
Os nomes dos nove mortos não foram revelados até o momento. Dos 14 feridos, quatro ainda permanecem internados em unidades de saúde. Dois estão em estado grave no Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa) e outros dois estão internados em estado regular no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO).
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