O prejuízo da Companhia Celg Participações (Celgpar) no primeiro semestre de 2014 foi superior a meio bilhão de reais.
A Celgpar engloba a Celg Distribuição (D) e a Celg Geração e Transmissão (G&T).
A consultoria Economática fez levantamento e foi constatado que entre os meses de janeiro a março, o déficit foi de 276 milhões e 600 mil reais.
Este foi considerado o pior resultado entre todas as 362 empresas de capital aberto do País.
De abril a junho deste ano, a CelgPar teve prejuízo na ordem de 238 milhões e 700 mil reais.
A Celg Par só não teve resultado pior que o da Eletropaulo, do mesmo setor.
De acordo com o vice-presidente e diretor de Regulação da Celg D, Elie Chidiac, a situação pode ser revertida a partir do momento em que for resolvido com impasse com a Eletrobras.
Desta forma, a estatal nacional passará um bilhão e 900 milhões de reais a Celg.
“ Esse prejuízo veio por uma situação conjuntural com os preços da energia que subiram muito até 800 reais megawatt hora e isto deu uma lacuna de 600 reais entre a compra e a venda da energia negativa. Certamente isso abateu muito forte no nosso balanço”, analisa Elie Chidiac.
O vice-presidente da Celg D espera que nos próximos meses a situação mude.
Um dos indícios de melhora seria o reajuste tarifário que é previsto pela Aneel dentro de uma média nacional. O outro ponto seria a resolução do impasse com o governo federal.
“ Ainda estamos esperamos o final da negociação entre a Eletrobrás e o governo de Goiás para federalização da empresa e assim o aporte de um bilhão e 900 milhões para a empresa, tudo isso vai resolver e tentar mitigar este balanço negativo que tivemos neste primeiro semestre”, avalia Elie Chidiac.
O vice-presidente da CELG afirma que nas últimas semanas a Eletrobrás tentou impor quatro cláusulas para que recursos fossem liberados.
Cláusulas:
Primeira: liberação de um bilhão e 900 milhões de reais. Eletrobrás liberaria somente um bilhão e 500 milhões de reais.
Celg reclama que não estava prevista nenhuma parte dos recursos para investimentos em melhoria do fornecimento de energia para a população goiana.
Segunda: a mais valia na época da prorrogação da concessão.
Terceira: Caso não ocorra a prorrogação da concessão, o Estado deveria retornar até o vencimento dela o valor do aporte de um bilhão e 900 milhões que será repassado pela Eletrobrás.
Quarta: A Eletrobrás ficaria responsável por promover algumas melhorias para a gestão da CELG.
Elie Chidiac destaca que houve conversas para que as cláusulas apresentadas fossem retiradas. Ele acredita que a Eletrobrás teria acatado os argumentos
Foi informado que está sendo aguardada a redação final desse acordo.
Processo eleitoral:
A situação financeira da CELG tem refletido no posicionamento de candidatos.
Alguns já argumentaram que há demora na liberação de planta industrial e que isto tem atrapalhado a atração de mais empresas para o estado.
“ As obras da Celg são gigantescas e requerem um período mais longo de maturação, certamente o empresário tem uma agilidade muito maior do que a CELG sendo que a empresa é regida pela lei 8666 que é a lei das licitações e tem todo um tramite burocrático a ser atendido”, argumenta que o vice-presidente da CELG D, Elie Chidiac.