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Política
| Em 4 anos atrás

Vereadora eleita em Joinville é vítima de racismo e ameaças; Brasil registra vários casos de violência nas eleições

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Primeira mulher negra eleita para a Câmara de Vereadores de Joinville, maior cidade de Santa Catarina, Ana Lúcia Martins (PT) vem recebendo ameaças desde domingo (15), após a divulgação do resultado das eleições.

Segundo ela, um perfil fake enviou ameaças de morte por duas vezes após a notícia de sua eleição. “Por meio de um perfil fake, recebi, por duas vezes, ameaças de morte, evidenciando que o problema central era eu ser a primeira mulher negra eleita da cidade”, disse em uma rede social.

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Em uma das ameaças à vereadora eleita com mais de 3 mil votos, fica envidenciado o racismo. “Agora só falta a gente m4t4r el4 [sic] e entrar o suplente que é branco”. O comentário é de um perfil não identificado.

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A Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) instaurou inquérito na tarde desta quarta-feira (18) por injúria racial e ameaça, após um boletim de ocorrência pelos mesmos crimes ser registrado.

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A vereadora disse em uma rede social que esperava ataques, mas não tão violentos como vem recebendo. O Partido dos Trabalhadores divulgou nota repudiando as ameaças. A advogada do partido está prestando apoio e acompanhou Martins na delegacia. Segundo a profissional, a possibilidade de pedir proteção à vereadora eleita é avaliada.

Histórico de ameaças nas eleições deste ano

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O período eleitoral de 2020 está sendo marcado por várias ameaças a candidatos por todo o país. Além de Ana Martins, em Joinville, houve casos também na Baixada Santista, onde postulantes do PSDB e partidos aliados aos cargos eletivos foram proibidos de fazer campanhas em comunidades carentes como forma de retaliação ao governador João Doria.

No Ceará, o TRE registrou cinco ameaças de morte a candidatos, nas cidades de Caucaia, Granjeiro, Sobral e outras. Em Amontada, o candidato a prefeito Paulo César dos Santos (PT) foi abordado por dois homens em uma moto, que abriram fogo contra o carro dele.

Também houve ameaças a vários candidatos petistas no Piauí, onde o coordenador de campanha do candidato a prefeito do partido foi seguido em uma estrada vicinal. No Mato Grosso do Sul, em Nova Alvorada do Sul, candidatos a vereadores do DEM e do Republicanos também registraram boletins de ocorrência por ameaça.

Em Goiânia, a candidata a prefeita pelo PT, Adriana Accorsi, foi ameaçada nesta quarta-feira (18). Por um perfil nas redes sociais, um homem ameaçou até as filhas da deputada estadual. Presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis também foi ameaçado.

Um levantamento do jornal Folha de S. Paulo, no dia 3 de novembro, mostrou que entre 17 de setembro e 3 de novembro, pelo menos 15 candidatos nas eleições municipais foram assassinados no país. As vítimas são 14 postulantes a vereador e um candidato a prefeito.

Os casos aconteceram em cidades do interior de 12 estados. Também houve, no período, 19 tentativas de homicídio. Pará, Paraíba e São Paulo estão entre os estados que mais registraram episódios de violência nesta campanha, quatro cada um. No Pará, houve um candidato a prefeito morto e três candidatos a vereador alvos de atentados.

Foram mortos os candidatos Valter Rafael da Silva em São José da Coroa Grande (PE), Cássio Remis em Patrocínio (MG), Evangelista de Souza Jerônimo em Caucaia (CE), João Carraro em Flores da Cunha (RS), Denis Viana em Embu das Artes (SP) e Leide Rodrigues em Ninheira (MG), Odair Lima em Amélia Rodrigues (BA), José Júlio em Camocim de São Félix (PE), Joel Henrique Macedo em Salvaterra (MA), Valdinei Brito em Nova Canaã do Norte (MT), Bernardo Milbradt em Cruz Machado (PR) e Adervan Rocha em Flexeiras (AL). Em Nova Iguaçu (RJ), morreram Mauro Miranda da Rocha e Domingos Barbosa Cabral.

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