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Política
| Em 2 anos atrás

Vereador diz que foi mal interpretado e projeto é pedido de vizinhos dos estádios

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Autor do polêmico projeto que restringe horários dos jogos para depois das 20 horas, nos estádios da Serrinha, Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA) e Antônio Accioly, o vereador Paulo Magalhães (União Brasil) diz que houve um “mal entendido” em torno do texto mas o mesmo trata-se de um pedido de vizinhos aos locais citados. 

Em entrevista ao Diário de Goiás, Paulo Magalhães voltou a falar que jogos nestes três lugares prejudicam o “direito de ir e vir” do goianiense, especialmente para os vizinhos dos estádios. “Quem mora ali perto não consegue sair nem entrar nas suas casas. Naquele lugar temos um posto de saúde que vai ser inaugurado”, pontua. Ele também cita o posto de vacinação, a sede da Polícia Federal e o Hospital de Urgências de Goiânia. “A interdição de uma das principais avenidas acontece fora de hora. O direito de ir e vir fica prejudicado”

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Magalhães espera que o projeto mova discussão na Câmara dos Vereadores e disse que vai promover uma audiência pública com participação de moradores das regiões, jornalistas e cronistas esportivos, além de outros vereadores. O colunista de esportes do Diário de Goiás, Charlie Pereira já reforçou que o projeto de lei irá fomentar “um bom debate”.

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Já o presidente da Câmara dos Vereadores, Romário Policarpo (Patriota) que também é membro da diretoria do Vila Nova, criticou o projeto e disse que o texto já ‘nascia morto’. Em tom jocoso, disse que se fosse aprovado, ‘comeria um saco de esterco‘. Magalhães responde o colega: “O Policarpo está certo em criticar, ele não mora em nenhuma das regiões. Eu legislo para a população sacrificada em dias de jogos, não estou em nome do Romário Policarpo”, ironiza. 

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Leia a entrevista na íntegra com Paulo Magalhães, autor do projeto que restringe horários de jogos nos estádios da Serrinha, Antônio Accioly e OBA.

Domingos Ketelbey: Como o senhor acompanhou a repercussão do seu projeto?

Paulo Magalhães: Houve um mal entendido. Eu disse que, por exemplo, uma final de campeonato deve ser disputada no Serra Dourada. São torcidas que enchem o estádio e realmente, a Serrinha foi construída num local que não dá para acontecer grandes jogos naquele local. O impacto do trânsito e da vizinhança é grande. Quem mora ali perto não consegue sair nem entrar nas suas casas. Naquele lugar temos um posto de saúde que vai ser inaugurado. Um posto de vacinação, a Polícia Federal e o Hospital de Urgência de Goiânia. A interdição de uma das principais avenidas acontece fora de hora. O direito de ir e vir fica prejudicado. Não é que eu seja contra os jogos: jogos pequenos de até 6 mil pessoas podem ocorrer. Passou de 10 mil pessoas fica complicado haver. Eu sou atleticano, qual área de estacionamento tem no Accioly? A mesma coisa com o Vila, não tem area de estacionamento. Jogos pequenos podem ser disputados nos estádios do Vila, Goiás e Atlético. Agora grandes jogos, aqueles internacionais ou contra grandes times como Palmeiras, Flamengo e Corinthians tem de ser no Serra Dourada porque vai dar maior público e conforto para os torcedores. Vamos discutir em audiência pública e sessões na Câmara. Não estamos proibindo, estamos dando sugestão.

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DK: O senhor fala em levar esses grandes jogos ao Serra Dourada, mas os próprios clubes reclamam que a estrutura do estádio não é das melhores para o custo do aluguel. O projeto não seria um contrassenso já que eles construíram esses espaços para não dependerem do Serra Dourada?

PM: O caro torna-se barato. Nós temos o imposto mais caro do Brasil e temos o direito de ir e vir. Vamos tentar negociar um valor mais barato para o Serra Dourada. É um estádio bonito e está virando um museu porque nunca é usado. Eu acho que o Serra Dourada foi feito para receber grandes eventos. Os pequenos eventos fica nos estádios de cada time. Nada contra realização de jogos desde que não proíba o direito de ir e vir. Tem um jogo do Goiás e cinco horas [da tarde] já interdita a avenida? Não tem jeito.. Hospital, Polícia Federal…

DK: O projeto foi recebido com muita polêmica entre os torcedores, crônica esportiva e até seus colegas vereadores. O que pretende fazer para convencê-los que é um bom texto para ser aprovado?

PM: Eu fui eleito para ser fiscal e legislador de Goiânia. Tenho direito de apresentar o projeto, de ir para a comissão… Podemos aceitar emendas, tudo é conversado. Não vou forçar ninguém a votar no projeto, mas que vamos apresentar, nós vamos. Tem muita gente que reclama, é uma demanda dos moradores. Tanto da Serrinha como no Accioly. Não estou completamente certo, mas não estou errado. O impacto do trânsito é muito grande. Fora as quebradeiras quando ocorre.

DK: O Romário Policarpo fez críticas contundentes ao projeto, disse que o projeto é uma grande besteira e já nasce morto. O que achou dessas declarações?

PM: O Romário Policarpo tem razão em fazer a crítica. Ele não mora perto de nenhum dos três estádios. Ele tem o direito de opinar e de criticar o meu projeto, mas vamos levantar o debate, vamos aceitar emendas, o projeto pode até ser arquivado mas estou em nome da população que são sacrificadas em dias de jogos. Não estou em nome do Policarpo.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.