A Delegacia Estadual de Repressão a crimes contra a Administração Pública (DERCAP) indicia o vereador Anselmo Pereira (PSDB) pela utilização de servidores do Estado de forma ilegal no gabinete dele. Pelo menos 4 servidores do IPASGO teriam sido contratados para atuar no instituto, mas foram cedidos a antiga Secretaria de Governo e de Assuntos Institucionais, então comandada por Armando Vergílio (SDD). Segundo a polícia, os funcionários não trabalharam na secretaria, mas sim para o atual presidente da Câmara Municipal de Goiânia.
De acordo com o delegado, Rômulo Figueredo, os contratos temporários são correspondentes ao período entre 1º de julho de 2006 até 1º de fevereiro de 2007. As investigações indicam que o presidente do IPASGO da época, Nelson Siqueira de Morais, havia solicitado a contratação de servidores temporários, mas não foram utilizados. Anselmo, Armando e Nelson estão sendo denunciados pelo crime de Peculato.
“Ocorre que estes servidores nunca trabalharam nem no Ipasgo, nem na Secretaria. Os mesmos foram trabalhar no gabinete do vereador Anselmo Pereira”, ressalta o responsável pelas investigações.
O responsável pelas investigações informou ao Diário de Goiás que não houve ato de disposição dos servidores do Estado para o município, o que configuraria a prática ilegal. Funcionários teriam exercido função no gabinete do parlamentar de motorista, secretários e até cabos eleitorais.
De acordo com a denúncia, não há folhas de ponto ou de prestação de serviço que comprovariam que os servidores realmente trabalharam na Secretaria de Governo e de Assuntos Institucionais. O delegado entende que Anselmo Pereira poderá ser denunciado pelo Ministério Público de Goiás por improbidade administrativa.
Os acusados foram ouvidos pela polícia ainda no fim do ano passado. As investigações foram iniciadas antes mesmo do processo eleitoral de 2014. No entanto, as apurações deveriam ter sido feitas em 2007. Na época a Procuradoria Regional Eleitoral havia enviado ofício solicitando a apuração de denúncia.
Se condenados, os envolvidos podem pegar de 2 a 12 anos de prisão para cada um dos casos considerados irregulares. A polícia não descarta a hipótese de outros servidores terem sido contratados. Além dos 4, pelo menos outros 16 teriam atuado no gabinete de Anselmo Pereira.
O vereador Anselmo Pereira foi procurado de forma insistente durante toda segunda-feira, mas não foi encontrado.
Já o ex-deputado Armando Vergílio através de nota se diz perseguido. Destacou que o nome foi citado de forma “injusta e indevida”, por ter sido o secretário de Governo à época e talvez por comandar hoje um partido que não se submete às vontades do governo.
Armando Vergílio se diz “perseguido”