Você costuma brigar e discutir o relacionamento na frente dos filhos? Saiba que isso pode ser prejudicial para o desenvolvimento e para a vida da criança. Ansiedade, culpa, insegurança, comportamento agressivo e dificuldade de se relacionar com outras pessoas são alguns dos problemas que meninos e meninas podem apresentar após presenciarem atritos constantes dos pais.
“O pai e a mãe são as primeiras e principais referências das crianças. Já sabemos que, desde pequenos, antes dos dois anos, os filhos conseguem observar e repetir o comportamento deles. Portanto, se as brigas são muito recorrentes, se há demonstração de raiva e xingamentos, existe uma predisposição maior da criança a ter mais ansiedade e insegurança”, afirma a psicóloga Thaís Quaranta, especialista em neuropsicologia.
Ela acrescenta que até mesmo o desenvolvimento neurológico da criança pode ser prejudicado pela situação. Estudo recente do departamento de ciências psicológicas da Universidade de Vermont, publicado no “Journal of Social and Personal Relationships”, confirma essa informação.
Realizada com 99 crianças, a pesquisa mostrou que as que veem brigas, mesmo leves, frequentes dos pais tendem a se tornar mais ansiosas. A psicóloga Thaís diz que é preciso ficar atento aos sinais que o filho emite. Até por volta dos cinco anos, a criança não tem recursos emocionais para lidar com o problema e pode manifestar o seu incômodo por meio de mudanças de comportamento, como voltar a fazer xixi na cama, entre outros.
“Elas estão desenvolvendo os seus padrões de crença. Se observam que os pais vivem em conflito, vão acreditar que relacionamentos são assim, o que pode afetar a sua convivência com os colegas e professores, além dos primeiros relacionamentos amorosos.”
Mas como não brigar na frente dos filhos? A terapeuta Denise Miranda de Figueiredo, cofundadora do Instituto do Casal, explica que o ideal é que os pais discutam os assuntos mais tensos fora de casa ou quando os filhos não estiverem no local. “As diferenças em um casamento não são ruins. A questão é como isso será administrado pelo casal.”
Especializada em psicologia infantil, Carol Braga concorda e complementa dizendo que um cenário sem brigas é irreal. “Discordâncias ensinam as crianças a lidar com o outro e com a frustração. Só não podem ser brigas excessivas. Tudo precisa de equilíbrio.” (Folhapress)
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