{nomultithumb}
As vendas de caminhões no mês de abril no Brasil indicam sinais de reaquecimento da economia.
A afirmação é de Antonio Megale, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), e foi feita na tarde desta segunda-feira (30) na Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).
De acordo com ele, o mês de abril deve fechar com cerca de 6.200 caminhões vendidos, o que representa crescimento de 78% em relação a igual período de 2017, quando foram vendidas 3.470 unidades.
“Se vende caminhão, o PIB está vindo [junto]. A expectativa é de crescimento”, afirmou.
Após um 2017 marcado por quedas nas vendas, para este ano a previsão é de alta também na produção, nas vendas internas e nas exportações de máquinas agrícolas e rodoviárias.
Dados da Anfavea indicam que devem ser produzidos 61,5 mil unidades, 11,8% mais que as 55 mil do ano passado. As vendas internas devem atingir 46 mil e as exportações, 15,5 mil, com crescimentos de 3,7% e 9,9%, respectivamente.
As vendas internas, ainda segundo Megale, podem até superar a previsão inicial, o que deve ser confirmado de forma mais clara em dois ou três meses.
ELEIÇÕES
Em um setor formado por indústrias estrangeiras, Megale disse que o ano -eleitoral- é desafiador.
“O problema é a falta de previsibilidade. O que a gente está vendo é que a economia não tem descolado da política. O cenário político é, realmente, desafiador.”
ROTA 2030
Megale disse que o programa Rota 2030 “está em fase final de discussão”. “Já falei isso outras vezes, mas me parece que agora, finalmente, há uma convergência.”
Pelo programa, empresas que investirem em pesquisa e desenvolvimento terão direto a créditos tributários, mas poderão utilizá-los só no pagamento de IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
O incentivo está sendo classificado como uma “Lei do Bem turbinada”, porque as empresas terão 15 anos para utilizar o crédito, que é a duração total do Rota 2030, no qual estão previstos três ciclos de incentivos de cinco anos cada um. Hoje, as companhias contempladas pela “Lei do Bem”, que inclui outros setores como bens de informática, dispõem de apenas um ano para abater os créditos.
“Às vezes parece que a indústria está indo lá solicitar benesses, mas não é bem isso. O que nós estamos pedindo no Rota é, primeiro, muita previsibilidade, a gente quer ter um programa que dê a visão de 15 anos.”
Segundo ele, previsibilidade é o mais importante que o setor precisa para garantir os investimentos. “Dentro dessa questão tem um ponto que é fundamental, que são os dispêndios que a gente faz em pesquisa e desenvolvimento. Pesquisa e desenvolvimento são absolutamente fundamentais porque têm um papel grande na indústria automotiva mundial.”
(FOLHA PRESS)