O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será realizado em 3 e 10 de novembro. Com a proximidade da prova, é essencial manter o foco e a organização nos estudos para garantir um bom desempenho e, assim, um ótimo resultado – que poderá ajudar na entrada no ensino superior.
Para Paulo Jubilut, fundador do Aprova Total, plataforma online que prepara jovens para vestibulares, a reta final é importante para focar naqueles conteúdos com os quais o aluno tem mais dificuldade. “Todas as matérias são importantes e devem estar no cronograma de estudos. Mas, aos atrasados, garantir saber mais sobre o conteúdo desafiador é um caminho”, aconselha.
Cada matéria tem sua particularidade e deve ser analisada com atenção, o que vai implicar em maneiras diferentes de estudar cada uma delas. Além disso, tendo em vista o pouco tempo até a data, as prioridades de cada conteúdo mudam. Confira, abaixo, as dicas do professor Jubilut!
A prova de Linguagens é dividida em 3 matérias, sendo elas língua portuguesa, literatura e idiomas. Para a primeira disciplina, vale priorizar os estudos em estratégias argumentativas, coesão e coerência textual, interpretação de textos e imagens. Para literatura, busque obras clássicas, autores contemporâneos e interpretação de poemas.
Para inglês ou espanhol, faça exercícios de gramática e revise provas passadas. Uma dica, caso o aluno não tenha o domínio da língua, é assistir a filmes e séries nesses idiomas. “Além de ajudarem nas questões, podem ser boas referências para usar na redação”, aponta o professor.
Dentre os temas mais exigidos na matéria, segundo levantamento do Aprova Total, destacam-se geopolítica, espaço agrário, espaço urbano, geologia e clima. Nessa fase, a prova é interdisciplinar, e os exercícios frequentemente trazem conteúdos de forma contextualizada, sempre buscando descrever processos e fenômenos geográficos. Para estudar o conteúdo, foque em análise de textos, gráficos, imagens e mapas. Busque, ainda, em edições anteriores, entender os processos geográficos e saber como relacioná-los com o cotidiano e atualidades.
Com base nas edições anteriores do exame, os temas em destaque são Idade Moderna, Brasil Colônia, Segundo Reinado e Era Vargas. Mas, além de saber dos assuntos, é importante estar atento a como o tema é abordado. As questões frequentemente cobram a relação entre diferentes períodos e conceitos históricos. “Estudar história requer paciência e bastante leitura”, afirma Jubilut. Para ele, é válido elaborar esquemas e mapas mentais nesse momento. Linhas do tempo e resumos também são recursos para fixar o conteúdo.
Nos últimos anos, assuntos como política, movimentos sociais e cultura têm feito parte da prova do Enem, o que traz um equilíbrio entre teoria e temas da atualidade. Para sociologia, é essencial relacionar as várias áreas estudadas na disciplina.
Em filosofia, cabe focar em pensadores contemporâneos e clássicos. Para ajudar o vestibulando nos estudos, Jubilut aconselha ler bastante conteúdos relacionados às matérias. Além disso, buscar por exercícios que ajudem a identificar a dinâmica do exame nessas áreas do conhecimento.
Assim como as demais matérias, a prova de biologia costuma trazer temas de forma contextualizada e, muitas vezes, interdisciplinar. Ecologia, botânica, biogenética, fisiologia e citologia são os favoritos do exame e caem em todas as edições.
“Não adianta só decorar conceitos. O aluno precisa entender como cada processo funciona na prática”, aponta o professor. Contudo, além de técnica, é importante entender os impactos da ação humana no ambiente – como poluição, extinção de espécies, aquecimento global e mudanças climáticas.
Em química, quatro grandes grupos ocupam o pódio de preferidos do Enem. Mesclando entre conteúdos introdutórios e mais aprofundados, são: química inorgânica, química orgânica, físico-química e química-analítica. Além desses, o vestibulando também deve estar atento a bioquímica e química ambiental.
Já em física, o cotidiano é frequentemente levantado. Além das fórmulas, entender como determinado processo é aplicado na prática é essencial. Entre os temas para priorizar estão eletrodinâmica, termologia, ondulatória, cinemática e óptica.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), 73% dos estudantes brasileiros não alcançaram o nível básico em matemática. Para Jubilut, esse déficit acaba gerando cada vez mais dificuldade de estudar, resultando em notas medianas no exame.
Para se sair bem na disciplina, o aluno deve focar em matemática básica, estatística, geometria espacial, geometria plana e funções. Interpretar os enunciados e ter atenção ao que é pedido também ajuda a acelerar o tempo de resolução. “Saber contas básicas, como porcentagem, áreas e interpretação de gráficos e tabelas, são meio caminho andado”, conclui o professor.
Por Maria Rita