A poluição do ar tem sido uma preocupação crescente no Brasil, especialmente devido às queimadas recentes. Isso pode trazer uma série de consequências negativas para a saúde, afetando os sistemas respiratório e cardiovascular, além de aumentar o risco de doenças crônicas. O impacto, no entanto, não se restringe apenas ao interior do corpo; os cabelos também podem sofrer com os danos causados pelos poluentes.
De acordo com Pedro Guimarães, cosmetólogo e educador internacional da Keune Haircosmetics, o ar contém partículas provenientes da queima de combustíveis, madeira, resíduos industriais, além de poeira, substâncias tóxicas do cigarro e diversos gases que se fixam na pele, no couro cabeludo e nos fios, fazendo da poluição uma grande inimiga da saúde e da beleza capilar.
A exposição prolongada a esses agentes pode fragilizar os fios, deixá-los opacos e propensos à queda, além de causar irritações no couro cabeludo, o que reforça a importância de medidas para reduzir a poluição e proteger a saúde de forma geral.
“A parte mais afetada pela poluição no ambiente capilar é o couro cabeludo. Por conta das partículas encontradas no ar, nós podemos ter, no couro cabeludo, agressões do tipo dermatite de contato por sensibilização ou por irritante primário, deixando-o mais sensível e menos saudável”, explica Pedro Guimarães.
Segundo ela, o comprimento do cabelo é afetado, “pois a poluição pode oxidar a fibra capilar, causando ressecamento, alterando o brilho e até acelerando o desbote da cor em cabelos coloridos”. Os gases tóxicos do fumo, como a nicotina, também são outro exemplo de inimigo silencioso.
Um estudo publicado no Journal of Investigative Dermatology, apresentado no 28º Congresso da European Academy of Dermatology and Venereology em 2019, mostrou como a poluição pode agravar quadros de calvície.
“Cientistas acreditam que as toxinas do ar poluído e da fumaça do cigarro podem bloquear as proteínas que produzem os fios, impedindo o crescimento capilar. Eles confirmaram que, embora a calvície seja hereditária, as agressões ambientais podem acelerar ou piorá-la”, comenta o educador da Keune.
Por Raeesah Salomão