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Categorias: Cidades
| Em 5 anos atrás

Vazão do Rio Meia Ponte chega ao 23º dia de estabilidade, afirma secretária

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Em entrvista ao Jornal do Meio-Dia, da TV Serra Dourada, a secretária estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis afirmou que nesta sexta-feira (06/09) a vazão da bacia do Rio Meia Ponte chegou ao 23º dia de estabilidade. Ela apontou que se mantém a média de 2.700 litros por segundo desde 14 de agosto, o que qualifica como “quase um milagre” em face do atual estágio de seca prolongada no Estado, que já passa dos 110 dias sem chuvas.

A secretária disse que, na medida em que entrou água na adutora Mauro Borges, intensificou-se o processo de fiscalização, com 50% da vazão reduzida até esta sexta-feira. “Ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, tem água para todo mundo, sem conflito, sem crise”, atesta. “A gente consegue fazer uma gestão para esperar a chuva e evitar racionamento”, projeta.

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A propósito da ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público de Goiás na segunda-feira (02/09), em que requer liminar para suspender totalmente as outorgas de uso de recursos hídricos da bacia do Rio Meia Ponte, à exceção das concedidas para abastecimento da população e sobrevivência de animais, a titular da Semad afirma que se trata de medida “despropositada”. Ela explica que “fazemos uma gestão que garante, até o presente momento, água tanto para as cidades, sem nenhum um dia de racionamento, quanto para o campo”. Segundo observa, os setores rural e urbano têm colaborado. “Não são interesses simples de conciliar”, pondera.

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“Fazemos isso de forma muito tranquila, tanto é que a resposta este ano foi muito efetiva”, diz Andréa Vulcanis. Ela avalia que se alcança 23 dias mantendo-se a vazão graças ao setor rural “que nos ajuda, ao respeitar o horário e a quantidade que se pode irrigar”. Contudo, argumenta que a ação do MP “gerou um tumulto, pois a proposta era suspender todas as outorgas e, com isso, o segmento ficaria impedido de produzir”.

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A secretária apresentou números que considera importantes. “Nós estamos hoje com uma média de 2.700 litros por segundo, sendo que o
racionamento está previsto para iniciar com 1.500 litros por segundo no Rio Meia Ponte”, enumera. “Então, nós ainda temos 1.200 litros por segundo. Entre 14 de agosto a vazão caiu em 280 litros por segundo. É normal que reduza a vazão do rio, mas só reduziu 280 em 23 dias, situação que ocorria a cada dois dias, antes das nossas intervenções”, explica.

Andréa Vulcanis destaca o papel da sociedade que, segundo ela, colabora neste momento com a redução do consumo de água. “A Saneago captava 2 mil litros por segundo e, este ano, só 1 mil. Estão vindo 800 l/s do Sistema Mauro Borges. Nós entendemos que esses números refletem, sim, uma economia na cidade”, afirma. “É importante que esses números persistam”, alerta. “Se a sociedade gastar mais, falta água lá em cima e, então, nós entendemos que os setores rural e urbano cooperem neste momento para que possamos atravessar a crise”, pontua.

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A secretária informa, ainda, que a água do reservatório Mauro Borges está sendo usada na quantia de 800 litros por segundo, que é quanto cabe na adutora. “Se fosse maior ou tivesse sido construído um duplo sistema de adução, atenderia melhor”, observa. “A Saneago trabalha nas propostas que visam interligar melhor os dois sistemas e nós esperamos que essas obras entrem logo em ação para que, no ano que vem, não voltemos a ter esta realidade”, conclui.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.