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Categorias: Política
| Em 8 anos atrás

Vazamento é usado para atacar, melhor tirar sigilo, diz FHC

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) condenou o vazamento de informações sob sigilo judicial que seria, segundo ele, usado para atender interesses.

“Vazamento é uma coisa que está acontecendo com muita frequência e é ruim” disse, “porque é manipulável. Você usa o vazamento para atacar. E se for falso? E se for só uma parte? Quanto mais depressa for possível a Justiça deixar transparente tudo, melhor”, afirmou à reportagem nesta quarta-feira (22).

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O tucano deu razão ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em suas críticas à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal por supostos vazamentos nas operações Lava Jato e Carne Fraca.

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FHC afirmou que, se a Procuradoria de fato informou extraoficialmente nomes contra os quais pedirá a abertura de inquéritos que estão sob sigilo, “é muito grave, é condenável. Não é possível”.

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“Então dá publicidade, solta tudo de uma vez. Para as pessoas poderem saber por que são acusadas, para se defenderem. E saber se é verdadeiro, se há mesmo acusação. Às vezes não há”, afirmou.

O ex-presidente, no entanto, afirmou que a força-tarefa da Lava Jato não merece repreensão de forma geral.

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“O Supremo tem avalizado tudo, não tem saído da lei. As críticas são de quem está com problema”, afirmou.

Gilmar Mendes disse, na terça (21), que dar publicidade a dados sob sigilo é uma “forma de chantagem”, “um eufemismo para crime”.

O ministro citou a coluna de domingo (19) da ombudsman da Folha de S.Paulo, Paula Cesarino Costa, na qual ela escreveu que foi a própria Procuradoria que vazou dados sobre os pedidos de inquéritos que deverão ser feitos pelo chefe do órgão, Rodrigo Janot.

O procurador-geral, na quarta-feira (22), respondeu que a acusação é mentirosa. “Beira a irresponsabilidade afirmar que realizamos, na Procuradoria-Geral da República, coletiva em off de imprensa para vazar nomes da Odebrecht”, reagiu.

Sem citar Gilmar Mendes, Janot chamou a repercussão de “disenteria verbal”.

A ombudsman atua de forma independente da Redação da Folha de S.Paulo e tem a função de criticar as edições do jornal e representar os leitores.

Para Fernando Henrique, “também não é bom que haja bate-boca público dos chefes de Poder [e instituições]. Não sei se foi essa a intenção desse último debate”.

O momento, afirmou FHC, exige “um apelo ao senso comum. E é difícil. Tudo o que você diz é lido de uma maneira complicada”.

REFORMA POLÍTICA

Em vídeo publicado em rede social, FHC defendeu o fim das coligações em eleições proporcionais e o estabelecimento de um limite mínimo de votos para que um partido tenha representação na Câmara. Ele criticou a proposta da lista fechada.

“Em um país como o Brasil, você tem que deixar que o eleitor participe da decisão. Senão, você fica na mão das oligarquias partidárias”, disse à reportagem. Ele afirmou que “não dá para aprovar nada que tenha cheiro de impunidade” ou com o objetivo de constranger a Lava Jato.

(FOLHA PRESS)

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