“Eu mudei quatro vezes de partido, ela [Lúcia Vânia] mudou quatro vezes de partido, então estamos empatados em mudança de partido. Se isso desqualifica uma pessoa, estamos no mesmo barco. Se você pegar a trajetória dela, ela foi do PP, do PSDB, do MDB e agora no PSB. O mesmo caso. Ela se sentiu confortável quando o PSB fez o convite e apresentou as condições que ela teria de trabalho dentro do PSB. Assim foi comigo dentro do PP, do PSB. Não tenho problema nenhum com relação a isso”, afirmou Vanderlan Cardoso (PP) nesta quarta-feira (18).
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O empresário deixou recentemente o PSB e se filiou ao PP para participar das eleições de 2018. Apesar de não estar definido se disputará algum cargo, o ex-prefeito de Senador Canedo – que já se candidatou a governador de Goiás e a prefeito de Goiânia – afirmou que caminhará com o PP para participar do processo eleitoral, principalmente durante a campanha.
Em entrevista à Rádio Bons Ventos, Vanderlan Cardoso ressaltou o respeito que tem pela senadora Lúcia Vânia (PSB), mas que não era ouvido dentro da sigla. Além disso, o empresário fez questão de rebater a declaração da senadora, em entrevista ao Diário de Goiás, sobre a “trajetória de Vanderlan”.
Questionada sobre a saída de Vanderlan do PSB e o argumento de que o ex-prefeito não era ouvido dentro do partido, a senadora respondeu: “Deixa a versão dele prevalecer. Acho que a história e trajetória dele fala por ele. (…) Voltando à trajetória, quero dizer que eu sempre respondí pela minha trajetória. Então, acho que todo político tem que responder pela sua”.
“Os novos companheiros de partido são políticos e sabem que políticos gostam de ser ouvidos. A senadora Lúcia Vânia não preciso… Tenho um respeito muito grande por ela, gosto dela, tivemos juntos no partido e a vinha dela se deu através de um convite nosso junto com a coordenação nacional. Então, eu tenho o maior respeito por ela, de forma alguma vou estar mandando. Se foi pelo que ela falou na entrevista, eu não entendi o que ela quis dizer”, concluiu.
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O senhor já se ajeitou no PP?
– Estamos chegando em casa nova. Depois da filiação foi muito corrido, viajei bastante. Não tive oportunidade ainda de estar reunindo com os deputados, o presidente estadual, que também está com uma agenda muito tumultuada. Mas já conheço todos e, com certeza, vai dar tudo certo.
O que você propõe ao partido?
– Trazer minhas experiências administrativas, um pouco do nosso conhecimento e também aprender com o partido, já que tem grandes lideranças, grandes nomes da política de Goiás e nacional.
No contexto atual, como o sehor participará das eleições?
– Eu vim para o partido sem nenhuma exigência. Nosso nome está aí e eu quero é participar. Não quero ficar como estava. Quando digo que dentro do PSB não participei dessas últimas conversas até mesmo em chamado para estar opinando sobre esse ou aquele projeto, e essa oportunidade eu vou ter dentro do PP. Foi a primeira coisa que perguntei ao presidente recém-chegado ao PP: se o partido já estava comprometido em algum projeto ao governo do Estado. Ele disse que não, que as decisões serão tomadas depois de ouvir e conversar com todos os pré-candidatos. O PP também tem bons nomes para estar apresentando. A decisão será tomada somente nas convenções ou próximo das convenções. Isso me dá a chance e a condição de estar dialogando e conversando com todos, participando efetivamente de um processo, já que fui candidato duas vezes ao governo do Estado. Fizemos dois planos de governo, apresentamos várias propostas, fui candidato a prefeito de Goiânia, tivemos quase 300 mil votos no segundo turno. E sou um político, acima de tudo. Então, eu gosto de ser ouvido, de participar, de colocar nossas ideias. Nossos projetos para Goiânia, embora à época da eleição alguns foram copiados e outros criticados, alguns estão sendo adotados.
O que foi copiado?
– As regionais, por exemplo. Estamos vendo ir para o Plano Diretor os polos de desenvolvimento. O quanto nós falamos e debatemos naquela eleição que Goiânia, se continuar da forma que está, ficará uma cidade sem oportunidade em que a população, principalmente a de bairros mais distantes, terá que ir para os municípios da região metropolitana para buscar trabalho, entendeu? Eu não vejo uma cidade crescer sem esses polos, ainda mais Goiânia, que cresceu bastante, mas de forma desordenada.
Qual sua avaliação sobre a gestão de Iris Rezende?
– Por se tratar de Iris Rezende Machado, pelo político que é, ele não é tão mal administrador como está nesta administração. Então, por se tratar dele nós esperávamos, acho que todo goianiense, que tivesse mais ação, mais vontade em resolver os problemas. Se pegarmos como exemplo a Marginal Botafogo, ali não tem nenhum projeto concreto para resolver o problema. É muito simples, você pega um litro de água e coloca em uma vasilha de 500 ml, vai transbordar. A marginal está estreita, quase toda água de Goiânia vai para lá. Nós já debatíamos isso na campanha, projeto nenhum foi apresentado. Agora, vai lá, fica fazendo aqueles remendos, que não vão resolver, a próxima chuva que dá, transborda de novo e leva tudo e fica jogando dinheiro fora e ação concreta nenhuma é apresentada. Eu esperava mais. Quando você pega a saúde, o que foi prometido, o que foi falado, precisa de ação concreta, não é essa questão de “agora não falta nada”, mas você chega lá e está um caos, não tem nada. Não adianta você por um dentista no PSF, três equipes, mas a cadeira não funciona, não tem medicamento, não tem nada. O mais caro é o profissional da área da saúde, o restante é muito barato. Agora, não adianta você pagar um médico, estar com uma quantidade enorme de médico e dentista e chegar lá não ter material para trabalhar.
O senhor então perdeu para o nome do político, Iris, que não tinha projeto ou que tinha projeto, mas não está sendo executado?
– Eu disputei com ele, nós mostramos projetos na campanha e não vi projeto até então. Perdi pelo nome. Infelizmente muita gente vai por isso, pelo nome, outros pela gratidão, outros pela idade. Foi um contexto, o povo não entendeu ou não observou as nossas propostas. Aliás, é muito difícil a população observar o plano de governo de um candidato, olhar atentamente, analisar para ver o que está sendo proposto. Às vezes vai no oba-oba e aí paga um preço muito caro.
Qual avaliação o senhor faz da administração de Divino Lemes, em Senador Canedo?
– Conhecendo bem aquela administração de quando nós assumimos, o primeiro orçamento que administrei foi em torno de R$ 70 milhões, o último, em torno de R$ 150 milhões. Hoje o orçamento é quase R$ 600 milhões. Entregamos com a saúde praticamente com quase 80%, 90% de avaliação da população, pouca coisa precisando ser feita na infraestrutura, alguns projetos em andamento como polos de desenvolvimento e que até agora não foram colocados. Eu vejo que a administração que lá está, quase um ano e meio depois, ainda não mostrou a que veio, e sem paixão nenhuma também. Eu ando pouco em Senador Canedo, não fico dando palpite na administração de Senador Canedo, mas como você me perguntou a avaliação que eu faço é essa: está muito aquém, uma cidade que foi planejada para 30 anos para frente, que foi feita uma infraestrutura que faltam algumas coisas para ser resolvido. Nós que investimos tanto para a segurança daquela cidade, vários projetos foram implantados, hoje Senador Canedo volta para as páginas policiais. Está voltando a Senador Faz Medo de quando eu assumi, de tanta violência. Um surto de Dengue, várias pessoas morrendo em Senador Canedo e isso quase não é noticiado.
Se o senhor tivesse sido eleito prefeito em 2016, Goiânia estaria diferente?
– Primeiro que crise em prefeitura, quando vem os períodos ruins, você tem que estar preparado. Em períodos ruins você tem que tomar atitudes. A primeira coisa que eu vejo de falta de ação concreta é tirar esse mundo de penduricalho, acordos políticos, fulano estar lá cangando grilo e sem fazer nada. Tira e começa a enxugar, aplica melhor os recursos, compra melhor, aproveita melhor o pessoal que a prefeitura tem. Então, a crise está muito mais na crise de atitude. Isso que não dá. Eu citei um caso de Senador Canedo, como tem crise com uma cidade daquela, de 110 mil habitantes com R$ 600 milhões de orçamento? Não tem. Porque a cidade está daquele jeito, a saúde está daquele jeito? Goiânia, com o orçamento que tem, porque está desse jeito? Eu citava vários casos de prefeitos, como o ex-prefeito de Bela Vista, que a cidade não tinha nada, e o ex-prefeito Eurípedes fez uma das melhores saúde, educação, cidade organizada. Em Jesúpolis, que era o segundo menor PIB, não tinha dinheiro para nada e, de repente, entra um prefeito, que foi o maior construtor de casa popular proporcional ao país, ganhou duas vezes o Prefeito Empreendedor, do Sebrae, fez distrito industrial, fez saúde de primeira, e eu nunca ouvi o ex-prefeito, já falecido, que tinha crise. Então, é crise de atitude.
O que acontece com os partidos para você trocar sempre? O que você espera do PP?
– Muitas vezes me questionam isso, que mudei de partido já quatro vezes. Eu ficaria muito triste se estivessem me questionando eu estar na Lava Jato, processo por corrupção. Agora, eu procuro dentro do partido, colaborar. Agora, o momento que me sinto desconfortável não quero trazer problema para ninguém, então vou procurar meu rumo. Agora, meus projetos, ideais, o que eu penso não muda de jeito nenhum, pode ser neste ou naquele partido. Eu disputei o governo de Goiás a primeira vez pelo PR. Só tenho amigos dentro do PR, não tenho problema nenhum com o PR. Disputei pelo PSB, tenho amizades incríveis, em Goiás e Brasília. Não tenho problemas por onde eu passo. Agora, eu gosto de ser ouvido. Se dentro do PP, que eu estou apostando muito devido à amizade que tenho com Alexandre Baldy e os deputados e prefeitos, vou sim debater ideias. Me sentindo confortável, vou ficar no partido. As pessoas estão olhando agora projeto e pessoa. Se formos observar qual melhor partido, qual não tem problema, ficaria sem partido. Se no Brasil pudesse disputar sem partido, muita gente disputaria sem partido, porque todo partido tem seus problemas.
Isso é um recado para os novos companheiros ou para Lúcia Vânia?
– Os novos companheiros de partido são políticos e sabem que políticos gostam de ser ouvidos. A senadora Lúcia Vânia não preciso… Tenho um respeito muito grande por ela, gosto dela, tivemos juntos no partido e a vinha dela se deu através de um convite nosso junto com a coordenação nacional. Então, eu tenho o maior respeito por ela, de forma alguma vou estar mandando. Se foi pelo que ela falou na entrevista, eu não entendi o que ela quis dizer.
Ela disse que sua trajetória mostra que o senhor muda muito de partido
– Sim, mas eu mudei quatro vezes de partido, ela mudou quatro vezes de partido, então estamos empatados em mudança de partido. Se isso desqualifica uma pessoa, estamos no mesmo barco. Se você pegar a trajetória dela, ela foi do PP, do PSDB, do MDB e agora no PSB. O mesmo caso. Ela se sentiu confortável quando o PSB fez o convite e apresentou as condições que ela teria de trabalho dentro do PSB. Assim foi comigo dentro do PP, do PSB. Não tenho problema nenhum com relação a isso.
O governo José Eliton começou no mesmo ritmo que o governo Marconi?
– Eu tenho conversado com muita gente sobre esse início do governador José Eliton, que tem surpreendido muito, porque ele foi para cima, está tomando medidas, atitudes que eu tenho certeza que terá resultado. Agora mesmo ele foi ver o Corujão, em São Paulo, que é um projeto excelente da Saúde, na madrugada, para acabar com essa demanda. Antes de assumir, discuti com ele sobre o que será implantado na saúde e começou já efetivamente a colocar esses projetos. Ele tem pouco tempo para mostrar sua marca, mas se depender, pelo que estou vendo da atitude dele, do compromisso, da vontade, já já ele será muito conhecido.
O tempo não é curto?
– Dá tempo. Por exemplo, se ele pega a saúde que está um caos em Goiânia e tem um problema sério no Estado, se ele resolve o problema das cirurgias eletivas, das filas intermináveis de pessoas, se ele contrata alguns hospitais particulares para fazer essas cirurgias e dar atendimento à população já é uma marca, a marca da saúde. Entendeu? Se você resolve um problema, que hoje é crônico, a população clama por saúde no Estado inteiro, com certeza, já vai marcando o governo José Eliton.
O senhor não teria forças para ganhar as eleições de 2018?
– Quero participar das discussões, coloquei meu nome à disposição do partido, estamos muito envolvidos na reestruturação das empresas ainda, antes de ser político temos obrigações nas empresas, é muita gente que depende de nós, mas meu nome está à disposição, e o que ficar definido pelo partido não vou fugir.
O senhor é empresário político ou político empresário? Porque as duas categorias precisam de tempo
– Os dois. A população sempre entendeu isso de mim. Eu participo de uma eleição e quando termina, eu não saio doido procurando projeto para pegar cargo porque temos a nossa própria vida, tenho que cuidar, que são as empresas, eu vivo daquilo. Então, por isso que eu gosto de falar que sou um político independente e gosto de expressas minhas ideias. As pessoas dizem: “Você vem debater em época de eleição”. Sim, eu não sou um político, às vezes de carteirinha, que vive de política. Eu admiro quem vive só a política, faz política 24 horas. Mas não é o meu caso. Eu vim para política sendo empresário, que gera emprego e renda. Eu vim nessas condições, ninguém pode cobrar de mim e dizer: “Você não faz política todos os dias, todas as horas”, porque já me conheceram assim.
O senhor está à disposição para cargos do executivo e legislativo?
– Eu digo à disposição é para os debates de ideias e projetos. Se eu for chamado, terá que ser feita uma avaliação, as pessoas que me apoiam. Eu participei de três eleições majoritárias, duas para governador direto e uma para prefeito. Não sei se foi sorte ou azar, pegar Iris e Marconi, os dois maiores políticos, que sabem fazer política e vive da política. Então, foram três eleições muito difíceis. Eu tenho também que organizar minha vida particular, vai depender muito dos próximos meses, dessas discussões. Eu não fujo da raia e o que as pessoas não podem falar de mim é que sou covarde, que fujo. Teve uma eleição mais difícil do que aquela de 2014? Nós ficamos, tínhamos apoio de Ronaldo Caiado e depois fiquei só e mesmo assim fomos, porque eu falei que não ia me acovardar. Quando a gente diz que é um soldado dentro do partido e vai discutir, não tem essa de ficar esse ou aquele. A minha preferência sempre foi o executivo, porque é minha praia, é o que eu sei fazer. No legislativo eu nunca fui para uma disputa, mas acho que um político sempre tem que estar aprendendo. Eu já disse que um soldado do partido, eu posso ser candidato a tudo, inclusive a nada. Estar ajudando, participando, quantas pessoas já me ajudaram. Estou organizando minha vida empresarial para tirar os 45 dias para estar junto com os que me apoiaram.
Tem como meta disputar a prefeitura em 2020?
– É natural. Eu disputei a prefeitura em 2016, fomos para o segundo turno. É natural que a gente dispute e coloque o nome à disposição do partido. Não fiz imposição nenhuma ao PP. Isso não foi colocado. Lógico que se eu disputei, fui para segundo turno e estou indo para um partido, é natural que o partido coloque “você tem pretensão de disputar?”, que foi o caso que Alexandre falou. A gente tem essa pretensão, mas o que vai determinar é daqui pra lá. Foi conversado nesse sentido, mas não “já vem para o partido com essa colocação de que você será o candidato em 2020”.
Até porque o nome de Baldy é citado para 2020
– E ele pode pleitear isso, pelo que está ajudando Goiânia.
O senhor tem trauma de disputar para governador novamente?
– De jeito nenhum. Eu sai de um município pequeno, que me projetou. Senador Canedo tinha 80 mil, 90 mil habitantes se não me engano. Sair para o governo do Estado
Porque você não consegue apoio em massa da Assembleia de Deus?
– Não sou candidato da Assembleia de Deus. Muitas das vezes as pessoas acham que porque eu sou da Assembleia de Deus, todas as igrejas ou meu campo, de Campinas, têm essa obrigação de votar em mim. Eles têm o compromisso deles, cada um tem seu candidato, mas dentro da Assembleia de Deus eu tive muito apoio. Não somente da Assembleia, mas de todas as igrejas, também na Igreja Católica, onde eu fui no Estado inteiro.
Voltará a ser candidato a prefeito de Senador Canedo?
– Eu tenho um carinho muito grande por Senador Canedo, por aquela população e eu não descarto. Nós temos ainda alguns projetos que eu sonho em ver serem realizados naquela cidade e, pelo que estou vendo, não vai acontecer. Anel Viário de Senador Canedo não saiu até hoje, está lá a estrutura enorme, que quando saímos logo em seguida parou as obras. Então, eu não tenho essa questão de porquê ser candidato só em Goiânia. De forma alguma, posso ser candidato em Senador Canedo, sem problemas.
O senhor está mais inclinado a opinar para o PP permanecer na base? Se não, seria vice de Daniel Vilela?
– Eu tenho conversa com todos os pré-candidatos, aliás, são todos meus amigos, converso com Daniel Vilela, com Ronaldo, com José Eliton, que esteve no meu palanque, mesmo com aquele incidente. Eu não tenho problema nenhum. Se eu tivesse posição e se minha posição fosse caminhar com a base, eu tinha ficado no PSB. O PPS com o PSB já acertou lá atrás de caminhar com a base. Como você vai ter uma posição se ainda não dialogou o suficiente para saber se é esse ou aquele projeto? Eu acho que o partido que define tão cedo pode ter problemas lá na frente. Chega lá na frente e vê que tem que mudar a situação e fica constrangedor, como a gente vê muitos aí.