A superintendente de Vigilância da Secretaria do Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim acredita que apesar do abrandamento da pandemia no estado, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que o uso de máscara seja flexibilizado e a utilização obrigatória seja retirada. “Ainda é muito precoce. Usar máscara não é o fim do mundo”, disse em entrevista ao jornal O Popular desta quarta-feira (13/10).
Flúvia Amorim ainda destaca que o uso de máscara ajuda não só no controle da Covid-19, mas também de outras doenças virais. “Desde o início da pandemia tivemos queda nos registros de várias outras doenças. Este ano não tivemos surto de catapora e não identificamos, em 2021, nenhum caso de H1N1. Houve uma queda considerável de doenças respiratórias e atribuímos isso ao uso da máscara”, explicou.
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A superintendente explica que qualquer medida que flexibilize o uso de máscara passará primeiro, pela vacinação contra a Covid-19. É necessário que a cobertura vacinal esteja dentro de um parâmetro que alcance a maioria das pessoas no estado. “A tendência é que quando tivermos uma cobertura vacinal maior, de cerca de 70% a 80%, possamos pensar em não exigir o uso da máscara em locais abertos, mas isso ainda não é possível”, pontuou.
Hoje, o estado de Goiás já alcançou uma boa cobertura com a primeira dose. O percentual de vacinados com a D1 é de 87,46%, mas 51% com a dose reforço ou única. Para se ter a cobertura completa é necessário que todo o ciclo de aplicações seja realizada. Amorim, demonstra preocupação pois trata-se de um universo de aproximadamente 600 mil pessoas que tem imunizantes à sua disposição e não completaram o ciclo.
A meta da pasta é atingir no mínimo 80% da vacinação da população geral com a segunda dose. Só assim, daria para flexibilizar o uso de máscara. Flúvia cita Portugal como exemplo a ser seguido. “com mais de 80% da população imunizada, [Portugal] é o país da Europa com as menores taxas de ocupação de leitos, menor incidência de casos e menor número de óbitos. Eles liberaram o uso de máscara em locais abertos. Portugal é o nosso laboratório. Se lá der certo, vamos poder fazer isso aqui também quando a gente tiver essas mesmas coberturas.”