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Categorias: Política
| Em 11 anos atrás

Unidos pela ocasião, separados pelo discurso

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Com presença maciça na inauguração do diretório do PMDB, em Aparecida de Goiânia, na tarde desta terça-feira, 28, líderes da oposição goiana desafinaram no discurso de unidade.

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A união – do tipo venha a nós e seja feita a nossa vontade – serviu como cortina para a falta de sintonia expressa nas opiniões sobre alianças no primeiro turno, possível candidatura de Iris Rezende (PMDB) e postulação de Antônio Gomide (PT).

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Em alguns temas, o empresário José Batista Júnior, o Júnior do Friboi (PMDB), beirou a contradição. Questionado sobre a pré-candidatura concorrente do prefeito de Anápolis e sua perspectiva para uma junção ainda no primeiro turno, ele disse torcer pela união, que considera importante, mas que não o prejudica. “Temos espaço para muitas candidaturas”, avaliou.

O presidente estadual do PMDB, Samuel Belchior, manteve seus argumentos de outrora afastando, porém, Iris Rezende do processo. “Ele não é candidato, não aceitou e não tem trabalhado por isso”, disse.

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Sobre a pré-candidatura do petista, Samuel afirmou estar dentro do previsto. “Já tínhamos conversado sobre isso, não é novidade, mas sairemos juntos.”

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), por outro lado, disse que a palavra final será de Iris Rezende, o maior “líder da oposição”, como o próprio intitulou.

Sobre o processo sucessório, Maguito disse que Aparecida participará de perto para garantir, futuramente, mais espaço na administração estadual. “Mesmo sendo a segunda maior cidade do Estado, não temos uma secretaria. Não vamos mais aceitar isso”, declarou o prefeito também de forma confusa, dando margem para a interpretação de uma cobrança por espaço na gestão de Marconi Perillo (PSDB).

Também estiveram no evento, o presidente do PMDB de Aparecida de Goiânia, Ezizio Barbosa, o deputado federal Leandro Vilela (PMDB), o deputado estadual Francisco Gedda (PTN) e representantes de outros partidos oposicionistas. 

Confira, na íntegra, as entrevistas concedidas na tarde desta terça-feira, 28:

 

Samuel Belchior 

Como o senhor recebeu a notícia da pré-candidatura do prefeito de Anápolis, Antônio Gomide?

O prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), me procurou, um dia antes da minha saída para as férias com a família, e disse que se apresentaria como um pré-candidato ao Governo do Estado. Isso foi uma novidade, pois foi conversado lá atrás que os partidos da oposição teriam liberdade para apresentarem seus nomes para que, no momento certo, pudéssemos sentar e definir. Está tudo dentro do previsto e não vejo que o PT esteja caminhando para uma candidatura solo. Sairemos juntos.

Iris Rezende, no entanto, não deixa de ser cotado como um pré-candidato do PMDB. É um equívoco esta especulação?

É um equívoco. Neste momento Iris  não é candidato. Ele não aceitou, não se posicionou e não tem trabalhado por isso. O pré-candidato, hoje, é Júnior do Friboi. O que foi conversado é que a antecipação de seu nome era para que ele pudesse se viabilizar. Se ele não se consolidar, vamos estudar as alternativas.

Aproximação com Vanderlan Cardoso ainda é possível?

Seria muito interessante que o Vanderlan tivesse conosco nesta aliança da oposição. Eu não vejo a possibilidade de o PT e o PMDB caminhar separado, mas vejo dificuldades para uma única candidatura da oposição. Seria ótimo ter o PSB, mas acredito que eles vão lançar seu candidato e nós, o nosso.

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Júnior do Friboi

O senhor acaba retomar as atividades políticas, após um período de férias, qual a agenda agora?

Estou aqui trabalhando. Estamos construindo nossa agenda para começarmos as visitas por todo o Estado e vamos startar, de fato, a pré-campanha pelo Governo de Goiás.

Como o senhor recebe a pré-candidatura do prefeito de Anápolis, Antônio Gomide?

Gomide é um amigo querido. Sou filho de Anápolis, votei no prefeito e temos uma indústria na cidade que está sendo muito bem administrada pelo petista. Não tenho absolutamente nada contra sua postulação, acho legítima. Agora, é natural que cada um coloque suas propostas e trabalhe pela viabilização de seus nomes. Eu entendo que, no final, estaremos juntos. A intenção é de estarmos logo no primeiro turno, mas se for uma decisão do PT, respeitaremos e ficaremos unidos no segundo turno.

O senhor vai trabalhar para ter o PT logo no primeiro turno?

Seria muito interessante ter Gomide conosco. Cada um busca suas alianças e vamos caminhar para que, em abril, as coisas estejam bem definidas.

Não perco a esperança nunca. Espero que possamos sair unidos. A união faz a força, principalmente em um momento tão importante. Unidos, teremos mais condições de vitória, mas se não for possível, estaremos juntos no segundo turno.

Se o PT laçar candidato próprio prejudica o PMDB?

Eu vejo que tem espaço para mais candidatos. Estamos fazendo as nossas pesquisas para medir qual a nossa posição. Mas quero deixar claro que o PMDB é um partido de muita capilaridade, é considerado o maior do Estado e esta decisão será nossa. Defendo que o PMDB tenha candidato próprio independente de pesquisas.

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Maguito Vilela

Prefeito, os partidos estão lançando suas pré-candidaturas e buscando a viabilização. Como o senhor avalia este momento?

Eu acho que importante, nesta fase, bastante diálogo. É o momento de procurar alianças e buscar a união, depois as definições.

O senhor se encontrou recentemente com o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide. Trataram de assuntos eleitorais?

Estou conversando com todos os líderes, de todas as cidades. Estive com Iris Rezende (PMDB), Antônio Gomide (PT), Paulo Garcia (PT), Júnior do Friboi (PMDB)… Enfim, estou buscando o diálogo para tentar entender o quadro e poder colaborar.

Por ser uma cidade grande, com o segundo maior número de eleitores, Aparecida de Goiânia pode definir uma eleição. Como estão participando deste processo?

Por ser a maior cidade do Estado, depois da Capital, com o maior número de eleitores, temos que nos credenciar nas conversações sobre o processo sucessório. O que Aparecida quer é participar. As cidades que participam mais, têm mais espaço. Hoje não temos uma secretaria, mesmo sendo uma grande cidade. Não vou aceitar isso. Vamos trabalhar pelo nosso espaço. Politicamente, Aparecida vai participar ativa e efetivamente.

Como caminha a aliança entre o PT e o PMDB?

Minha avaliação é de que o PMDB está unido, assim como o PT. Vamos sair juntos. Caso contrário, estaremos entregando uma eleição. Sozinhos, os dois partidos não terão chances de vitória. Quanto a isso, já sabemos como perder uma eleição. Temos que buscar o caminho do sucesso. O melhor candidato, que unir mais e viabilizar a coligação é que tem que ser o nome da oposição.

Iris ainda é cotado como um possível candidato?

O Iris é o maior líder do PMDB e das oposições. Ele tem a palavra final e vai decidir se será, ou não, candidato. É um excelente nome para qualquer cargo político no País.

 

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