As unidades de saúde do Governo de Goiás registram queda no número de internações por dengue. A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) atribui a redução a mudanças climáticas – em período de estiagem ocorre a diminuição da procriação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, a baixa nos casos da doença – no entanto, a pasta alerta para a continuação dos cuidados de prevenção.
A infectologista do Hetrin (Hospital Estadual e Trindade), Pâmella Wander Rosa, explica que a dengue apresenta comportamento sazonal. “As mudanças climáticas atuais, diminuição das chuvas e, consequentemente, dos pontos de reservatório de larvas dos mosquitos contribuem para a diminuição de casos. Nesse período também ocorre a diminuição da reprodução do agente transmissor”, ressalta.
Os Hospitais Estaduais do Centro-Norte (HCN); de Trindade (Hetrin); e de Formosa (HEF) começaram a registrar redução das internações a partir do mês de maio. No município de Uruaçu, o HCN atendeu, no início do ano 209 pacientes com dengue. Em fevereiro, começou a contabilizar alta, com 483 casos no total. Em março, o número caiu para 293; em abril, 167; e, em maio, baixou para 121. Na primeira quinzena de junho foram apenas 19 casos.
Já o Hetrin começou 2024 com 95 pacientes com dengue, depois subiu para 385, em fevereiro. Em março, 495 casos foram registrados. O mês de abril foi o que teve o maior índice, chegando a 617 infectados. Já em maio, houve redução, contabilizando 109 casos a menos que o mês anterior, sendo 508 pacientes com dengue.
O HEF, no município do Entorno do Distrito Federal, o início do ano foi marcado por 406 pacientes com dengue. Em fevereiro, esse número saltou para 1.989 casos, atingindo o ápice em abril com 2.626. Em maio, caiu para 1.985 casos.
Apesar da “trégua” do mosquito a SES-GO ressalta que é importante não se descuidar, mantendo os mesmos cuidados preventivos de limpeza e eliminação dos potenciais criadouros do mosquito transmissor da dengue. É recomendado também que pessoas da faixa etária indicada para vacinação contra a dengue, de seis a 16 anos, se imunizem.
Segundo a infectologista, a vacinação de crianças e adolescentes ajuda no controle da imunização e diminuição dos casos. De acordo com ela, o impacto da vacina poderá ser avaliado melhor nos meses chuvosos, quando o mosquito volta a se proliferar. “A imunidade de grupo também é responsável pela diminuição dos casos (histórico de infecções prévias/circulação de sorotipos). A avaliação sobre impacto da vacinação será avaliada nos próximos picos da doença”, explica Pâmella.