Uma semana após a passagem do furacão Maria, Porto Rico continua sem energia elétrica na maior parte de seu território e sofre com a falta de alimentos e água potável.
No dia 20, o Maria se tornou um dos furacões mais potentes a tocar o solo de Porto Rico, causando a morte de pelo menos 16 pessoas e provocando danos em toda a ilha, que dias antes já havia sofrido com o furacão Irma.
Segundo autoridades locais, o processo de recuperação será longo e complicado. Nesta terça (26), o Conselho Coordenador do Subsetor de Eletricidade de Porto Rico disse que as avaliações sobre os danos na ilha não foram concluídas e, somente após isso, serão determinadas quais recursos humanos e de equipamentos serão necessários para restaurar a energia.
Com a situação ainda crítica, Donald Trump afirmou que em breve visitará Porto Rico. O presidente dos Estados Unidos é criticado pela demora em responder à tragédia.
Apesar do anúncio, Trump já avisou que, por se tratar de uma ilha, o envio de ajuda a Porto Rico será mais complicado do que para os Estados do Texas e da Flórida, que também sofreram com furacões nas últimas semanas.
Os pedidos a Washington por água, comida e combustível, entretanto, não cessam.
“É [uma questão de] vida ou a morte”, disse à “CBS News” a prefeita de San Juan, a capital porto-riquenha, Carmen Yulin Cruz. “Há pessoas que não têm nem comida nem água há 14 dias”.
O cantor de salsa porto-riquenho Marc Anthony pediu a Trump em um tuíte, com palavrão incluído, que deixe de falar da NFL (Liga Nacional de Futebol Americano) e “faça algo” pelo “necessitado Porto Rico”.
Nos últimos dias, Trump protagonizou polêmica ao comentar protestos de atletas do país durante o hino nacional norte-americano.
“Também somos cidadãos dos Estados Unidos”, disse Anthony.
Apelando a uma “ação rápida” de Trump e do Congresso, o governador porto-riquenho, Ricardo Rosselló, também lembrou que a ilha “é parte dos Estados Unidos” e reforçou a necessidade de “apoio total” do governo.
Para o democrata Adam Smith, a resposta de Trump à crise é “totalmente inadequada”.
“É uma vergonha”, disse Smith em comunicado.
Apesar das inúmeras críticas, a Fema (Agência Federal de Gestão de Emergências) disse que há mais de dez mil funcionários em Porto Rico e nas vizinhas Ilhas Virgens americanas. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, também desconsiderou os questionamentos. (Folhapress)