A ex-prefeita de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) Dárcy Vera (PSD) foi presa no início da manhã desta sexta-feira (19), um dia após decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que revogou uma liminar que a mantinha em liberdade provisória.
A ex-prefeita (2009-16) tinha sido presa preventivamente em 2 de dezembro, na segunda fase da Operação Sevandija, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que investiga fraudes em contratos de licitações da prefeitura que somam ao menos R$ 203 milhões.
Dárcy foi presa em sua casa, no bairro Ribeirânia, e encaminhada à sede da PF (Polícia Federal) na cidade. Deixou o imóvel com sua advogada de defesa, Maria Claudia Seixas. Ela deve ser transferida para a penitenciária de Tremembé, onde estava até obter, em 13 de dezembro, a liminar no STJ que a deixou em liberdade provisória até esta sexta-feira (19).
O STJ informou que a 6ª Turma revogou a liminar por quatro votos a um na quinta (18). “Para os ministros, é concreto o receio de que haja movimentação, dissipação ou ocultação dos valores que se quer recuperar. Apesar de já ter sido destituída do cargo, por sua notória influência regional, a ex-prefeita ainda pode obstaculizar a investigação”, diz trecho de nota do STJ.
Além de Dárcy Vera, a PF está cumprindo outros seis mandados de prisão preventiva expedidos pela Quarta Vara Criminal de Ribeirão Preto.
Dois deles envolvem investigados pela Sevandija que já estão presas: o ex-secretário da Administração Marco Antônio dos Santos e o advogado Sandro Rovani, ex-defensor do Sindicato dos Servidores Municipais.
O ex-superintendente da Coderp (companhia de desenvolvimento) Davi Mansur Cury se apresentou espontaneamente à PF ainda na madrugada desta sexta (19). Já o ex-secretário da Educação, Ângelo Invernizzi, e Maria Lucia Pandolfo, ex-funcionária da Coderp, foram presos em suas casas. O ex-secretário Layr Luchesi Junior é considerado foragido.
A advogada de Dárcy Vera, Maria Cláudia Seixas, sempre afirmou que a ex-prefeita não é culpada das acusações feitas contra ela e conseguirá provar isso. De acordo com a advogada, Dárcy “não se furtou a nenhum tipo de esclarecimento”.
As defesas dos outros envolvidos na operação Sevandija também têm afirmado que seus clientes são inocentes. (Folhapress)