SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A TV alemã ARD produziu documentário sobre um suposto esquema de doping de atletas brasileiros pacientes do médico Júlio César Alves, de Piracicaba (160 km de São Paulo). De acordo com a emissora, um dos clientes do especialista teria sido o ex-lateral Roberto Carlos durante a Copa de 2002, realizada na Coreia do Sul e no Japão. O Brasil conquistou o título do torneio.
Alves é conhecido da comunidade esportiva brasileira por defender abertamente a legalização do doping e que este seja feito de forma controlada. Ele já participou de debates sobre o assunto realizados pela ESPN Brasil e considera “ingênua” a visão de que o combate ao doping no esporte de alto nível é possível.
As práticas médicas de Alves constam em um documento de 200 páginas entregue pela Agência Brasileira Anti-Doping ao Ministério Público de São Paulo. De acordo com a TV, o nome de Roberto Carlos estaria no documento, já que o médico se gabava do lateral ter sido um dos seus clientes.
“Nós não pudemos abrir investigação contra ele porque não pertence a nenhuma organização esportiva”, disse o português Luís Horta, que aconselhava a Agência Brasileira até o ano passado a pedido das Nações Unidas.
Em nota enviada pela sua assessoria de imprensa, Roberto Carlos nega ter usado substâncias proibidas na carreira e afirma jamais ter sido paciente de Júlio César Alves. Atual embaixador do Real Madrid (ESP), o ex-lateral lembra ter atuado por Palmeiras, Corinthians, Internazionale (ITA), Real Madrid e seleção brasileira sem nunca ter sido flagrado em qualquer exame antidoping.
O documentário afirma que não há estafe qualificado em número suficiente para realizar antidoping no futebol brasileiro porque os procedimentos internacionais antidoping não são seguidos. A equipe da emissora alega ter acompanhado um jogo do Palmeiras e notado “várias violações”.