O presidente dos EUA, Donald Trump, enviou ao Congresso nesta sexta (5) um pedido de US$ 18 bilhões para construir o muro na fronteira com o México, a fim de barrar a entrada de imigrantes ilegais e proteger as fronteiras norte-americanas.
A proposta é uma contrapartida do governo para manter a proteção aos “dreamers” (sonhadores), jovens imigrantes sem status legal que foram levados ainda crianças aos Estados Unidos.
O valor é suficiente para levantar cerca de mil quilômetros do muro, segundo reportou o jornal “Wall Street Journal” -o que cobriria cerca de metade da fronteira com o México, somadas as barreiras que já existem. Erguer o muro foi uma das principais promessas de campanha de Trump.
O republicano também pede verbas para a contratação de 10 mil agentes de imigração, entre outras medidas de segurança, num valor total de US$ 33 bilhões ao longo de dez anos. Além disso, exige regras mais duras para a concessão de asilo e o fim de repasses federais às chamadas “cidades santuários”, que protegem imigrantes ilegais ao não colaborar com forças federais de imigração.
Todas essas são exigências do governo para manter a proteção aos “sonhadores”, que atualmente estão sob a guarida do Daca, programa criado no governo de Barack Obama e que Trump revogou.
Cerca de 800 mil jovens foram beneficiados pelo Daca e ganharam permissão para viver legalmente no país por dois anos, que podem ser renovados. Todos chegaram aos EUA com menos de 16 anos, vivem no país de forma contínua desde junho de 2007 e não tinham mais do que 30 anos quando o programa começou a valer, em 2012. Eles também não poderiam ter cometido nenhum crime grave.
Desde que Trump revogou o Daca, em setembro, esses jovens vivem num limbo jurídico, sem saber o que acontecerá quando sua permissão vencer.
Democratas negociam com a gestão para que mantenha o programa. O líder da minoria no Senado, democrata Dick Durbin, porém, criticou a “lista de desejos” de Trump.
“É ultrajante”, afirmou Durbin. Para ele, o governo está colocando seu próprio funcionamento em risco, já que a falta de acordo entre os partidos pode travar a votação do orçamento para o próximo ano.