O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (25) em Davos, na Suíça, que seu país pode cortar a ajuda aos palestinos se eles não concordarem em negociar um plano de paz com Israel.
Falando no Fórum Econômico Mundial, o norte-americano também afirmou que os palestinos tinham desrespeitado os EUA por não se encontrarem com o vice-presidente Mike Pence durante a visita deste ao Oriente Médio, na semana passada.
Na ocasião, os palestinos recusaram o encontro durante a visita do vice americano, que aconteceu depois de o governo Trump decidir reconhecer Jerusalém como capital de Israel e anunciar a mudança da embaixada do país para a cidade, que também é reivindicada pelos palestinos como capital de seu futuro Estado.
A decisão dos EUA mudou a tradicional posição dos EUA em relação a Jerusalém, que antes era a de que o futuro da cidade deveria ser decidido em negociações entre Israel e os palestinos.
Trump se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e afirmou que seu objetivo é a paz no Oriente Médio.
“Quando eles [palestinos] nos desrespeitaram há uma semana por não permitir que nosso grande vice-presidente os encontrasse, e nós damos a eles centenas de milhares de dólares em ajuda e suporte, números tremendos, números que ninguém entende -esse dinheiro está na mesa e esse dinheiro não vai para eles a não ser que se sentem e negociem a paz”, disse Trump.
Seu governo já havia anunciado que cortaria pela metade a verba para a agência da ONU que lida com os palestinos.
O presidente palestino Mahmoud Abbas disse anteriormente que a decisão dos EUA sobre Jerusalém era um “tapa na cara” e que rejeitava a participação dos EUA como mediador de conversas com Israel.
Trump afirmou que os palestinos têm que vir à mesa de negociações. “Posso te dizer que Israel não quer a paz e eles vão ter que querer a paz também, se não não vamos ter nada a ver com eles mais”, disse Trump.
O presidente dos EUA também afirmou que seu governo está elaborando um plano de paz para a região que será “uma ótima proposta para os palestinos”, pois cobre muitas das reivindicações deles.
Mais cedo em Davos, o rei Abdullah da Jordânia afirmou que Israel tem que ser parte da solução para a região e que a decisão dos EUA sobre Jerusalém frustrou os palestinos, que agora creem não haver um mediador honesto para as negociações. (Folhapress)