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Categorias: Economia
| Em 6 anos atrás

Trump ataca BC americano pelo 2º dia e diz que altas de juros ferem economia

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Um dia depois de criticar a política de aumento de juros do banco central americano e, depois, recuar confirmando a independência do Federal Reserve, o presidente Donald Trump voltou a atacar as elevações promovidas pelo Fed.

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Em tuíte nesta sexta-feira (20), Trump afirmou que os EUA “não devem ser penalizados” porque sua economia está indo bem. “O aperto [monetário] agora fere tudo o que fizemos”, escreveu.

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“Os Estados Unidos deveriam poder recapturar o que foi perdido devido à manipulação ilegal de moedas e a acordos comerciais ruins. As dívidas perto de vencer e nós estamos aumentando juros -sério?”, criticou o americano.

É o segundo dia de ataques diretos à condução de política monetária feita pelo Fed, em críticas que colocam em xeque a independência do banco central americano. Na quinta-feira (19), o republicano já havia sugerido que as elevações de juros poderiam prejudicar a recuperação da economia americana, por encarecer o custo de empréstimos.

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Em última instância, pode levar a uma desaceleração do crescimento econômico do país, seja por uma redução do consumo, que responde por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto), ou por uma migração de investidores para a renda fixa.

Os ataques foram os primeiros da Casa Branca ao Fed em duas décadas e quebraram uma tradição dos presidentes de evitar comentários sobre a política monetária do país.

“Não estou entusiasmado”, comentou, na quinta, Trump sobre o aumento de juros em entrevista à emissora CNBC. “Eu não gosto de todo esse trabalho que estamos fazendo com a economia e, então, eu vejo os juros subindo”, criticou.
“Eu não estou feliz com isso. Mas, ao mesmo tempo, estou deixando eles fazerem o que acham melhor.”

Após os comentários, o dólar passou a recuar em relação a outras moedas e os juros dos títulos de dívida americana caíram.

A Casa Branca, então, emitiu uma nota em que afirmou que Trump respeita a independência do banco central e que não está interferindo na política monetária do Fed.

“Claro que o presidente respeita a independência do Fed”, afirmou a nota, que ressaltou que o republicano não está interferindo nas decisões de política monetária do banco central americano.

“As visões do presidente sobre as taxas de juros são bem conhecidas e seus comentários hoje são uma reiteração dessas posições de longo tempo e desses são comentários públicos.”Neste ano, o Fed aumentou juros duas vezes, nas reuniões de ma rço e junho, já sob o comando de Jerome Powell, nomeado ao cargo pelo próprio Trump. A taxa está atualmente na faixa entre 1,75% e 2% ao ano.

A expectativa do mercado é de mais duas altas em 2018. No ano passado, foram três aumentos, sob a gestão da ex-presidente Janet Yellen. O Fed subiu juros pela primeira vez em quase uma década em dezembro de 2015, na administração de Barack Obama.

Ao elevar as taxas, o banco central analisa o cenário de fortalecimento do mercado de trabalho e recuperação da economia americana, que podem gerar pressões inflacionárias. O duplo mandato do Fed é maximizar o emprego e estabilizar os preços.

A maioria dos bancos centrais de países desenvolvidos trabalha de forma independente do governo, para não ser influenciado pelos debates políticos.

A regulação do Fed prevê que seu presidente só pode ser retirado do cargo antes do fim do mandato por motivos legítimos, que não são especificados.

Nesta semana, Powell compareceu ao congresso americano e afirmou que, por enquanto, a melhor política a ser adotada era continuar a elevação gradual dos juros dos títulos americanos.

Na história americana, já houve casos de presidentes que interferiram nas decisões de política monetária do Fed. Em 1965, o democrata Lyndon Johnson convocou o então presidente do Fed, William McChesney Martin, a seu rancho no Texas para questionar sobre a decisão de subir juros. Martin não cedeu.

O ex-presidente Richard Nixon foi criticado por pressionar o Fed a manter as taxas de juros baixas, uma pressão que levou a um cenário de inflação. Desde então, o Fed tem se esforçado para garantir ao mercado que é independente. (Folhapress) 

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