Em uma nova crítica ao ex-diretor do FBI (polícia federal americana) nesta sexta-feira (9), o presidente Donald Trump acusou James Comey de mentir sob juramento no depoimento que deu ao Senado na quinta-feira (8).
“James Comey confirmou muito do que eu disse, e algumas coisas que ele disse apenas não eram verdade”, afirmou Trump, durante entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca, acompanhado do presidente da Romênia, Klaus Iohannis, na tarde desta sexta-feira.
“Ontem [quinta] não mostrou nenhuma conspiração, nenhuma obstrução”, disse o republicano, referindo-se ao depoimento de Comey, o qual classificou como “uma desculpa dos democratas, que perderam a eleição que não deveriam ter perdido”.
O presidente afirmou ainda estar “100%” disposto a testemunhar, também sob juramento, ao conselheiro especial Robert Mueller, que investiga os laços de assessores do republicano com a Rússia.
Mais cedo, Trump já havia chamado Comey de “vazador”. “Apesar de tantas mentiras e declarações falsas, justificação total e completa… e UAU, Comey é um vazador!”, escreveu em uma rede social.
As acusações de Trump marcam um novo capítulo da disputa com Comey, cujas declarações a senadores na quinta-feira reforçam a tese de que o presidente tentou obstruir a Justiça, crime passível de impeachment.
Comey, que foi demitido do comando do FBI no início de maio, se referia a uma conversa que teve em fevereiro com Trump, na qual o presidente o teria “orientado” a abandonar uma investigação contra o ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn, acusado de manter contatos irregulares com a Rússia.
O ex-diretor do FBI confessou ter registrado por escrito o conteúdo das conversas que teve com Trump e tomado a decisão de vazá-lo à imprensa, por meio de um amigo, por temer interferências da Casa Branca na investigação sobre os supostos elos da equipe de campanha do republicano com Moscou.
Comey disse aos senadores que começou a registrar o teor de seus encontros com Trump porque estava “realmente preocupado que ele [Trump] poderia mentir sobre a natureza” das conversas.
Dois dias após o jornal “New York Times” publicar sobre a existência das notas redigidas por Comey, o Departamento de Justiça apontou Mueller para acompanhar a investigação como conselheiro especial, reforçando a independência do inquérito.
O advogado pessoal do presidente, Mark Kasowitz, sugeriu na quinta-feira que Comey poderia ser alvo de uma investigação por vazar à imprensa as notas sobre a conversa na Casa Branca.
A equipe de advogados de Trump prometeu entrar com uma reclamação formal no Departamento de Justiça. (Folhapress)