Mesmo com a possível volta de Iris Rezende ao páreo, partido deverá manter candidatura própria. Mudança ocorrerá apenas por intervenção nacional. Acompanhe o material produzido pela reporter Sara Queiroz do Tribuna do Planalto.
Antônio Gomide teve pré-candidatura decidida no dia 29 de março. Desde então o petista segue viajando por Goiás para se fazer conhecido ao eleitor
A desistência da pré-candidatura do empresário Júnior Friboi (PMDB) e a possível volta do ex-governador Iris Rezende (PMDB) a disputa não mudaram os planos do Partido dos Trabalhadores em Goiás. O ex-prefeito de Anápolis e pré-candidato pelo PT, Antônio Gomide, reiterou em carta aberta que não irá desistir do objetivo de concorrer às eleições e continuou com suas viagens pelo interior do Estado. Apenas uma decisão nacional poderia ocasionar em uma reviravolta entre PT e PMDB no atual cenário político goiano.
Antônio Gomide teve sua pré-candidatura decidida no dia 29 de março, em um encontro do diretório regional na Câmara Municipal de Goiânia. Três dias depois, Iris Rezende decidiu que também participaria do processo interno de seu partido. Apesar da possibilidade de união entre os dois partidos, caso o ex-governador se colocasse como candidato do PMDB, o então prefeito de Anápolis renunciou ao cargo no dia quatro de abril e confirmou que era pré-candidato do PT.
Longe da disputa interna do PMDB, Gomide começou sua caminhada pelo interior do Estado com o objetivo de se apresentar para a população goiana como mais uma alternativa para o pleito. Seus aliados apostam que o ex-prefeito de Anápolis seria o “novo” que os cidadãos do Estado buscam como alternativa, já que PSDB e PMDB tiveram 16 anos de poder cada um. Atualmente, o ex-prefeito de Anápolis passa metade da semana na região metropolitana de Goiânia e entorno de Brasília e a outra metade pelo municípios interioranos, mostrando suas propostas de governo.
O deputado federal Rubens Otoni (PT) acredita que Gomide irá crescer nas eleições graças ao trabalho realizado em Anápolis e também por suas propostas. A expectativa é que o pré-candidato visite todos os municípios goianos até o dia cinco de julho. “Não existe dúvida no PT, o nosso candidato é Antônio Gomide”, enfatiza o deputado.
O presidente regional do PT, Ceser Donisete, também confirma que a estratégia continua a mesma apesar da renúncia de Friboi. Segundo ele, “o PT já resolveu seu candidato no dia 29 de março e isso não vai mudar”. O presidente afirma que a oposição à Marconi e a expectativa de vitória vão levar Gomide a vencer o pleito em outubro e que o fato de não haver uma aliança com o PMDB vai apenas reforçar a oposição e não dividi-la. A expectativa é que todos os partidos contrários ao governador estejam unidos no segundo turno.
Mas outra parte do Partido dos Trabalhadores se mostra mais cautelosa em relação a candidatura do ex-prefeito de Anapólis. Em entrevista à Tribuna, o atual secretário de Governo da prefeitura e ex-presidente regional do partido, Osmar Magalhães, confirmou que “Gomide é o candidato oficial até que se diga o contrário”. Ele afirmou que uma outra decisão está nas mãos do PT nacional, que pode pedir a aliança com o PMDB e mudar a atual conjuntura da decisão regional. O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, também afirmou à Tribuna, que a união da oposição seria o melhor caminho para a vitória, mas que respeitava a decisão do partido. Paulo Garcia já foi cotado anteriormente para formar a chapa com Iris Rezende como vice-governador, trazendo a mesma chapa vitoriosa nas eleições municipais da capital em 2008.
Apesar do entusiasmo de boa parte dos partidários, ainda existem receios em relação à pré-candidatura e possível postulação de Gomide como candidato próprio do PT. Mesmo depois de ter melhorados nas pesquisas de intenções de votos, o petista ainda fica bem atrás dos candidatos do PMDB, seja Iris ou Friboi. Com resultados ainda tímidos, o ex-prefeito de Anápolis tem a missão de empolgar o partido internamente e também os eleitores.
Indecisão
O fato de o PMDB não ter decidido a tempo qual seria o candidato que disputará as eleições é tido com o principal fator da postulação da pré-candidatura de Antônio Gomide. Algumas rugas entre PT e PMDB se formaram a partir do momento em que o empresário Júnior Friboi foi lançado como pré-candidato. Houve troca de farpas sobre o apoio do PT a Friboi, que chegou a afirmar que o apoio dos petistas não era essencial para sua eleição ao governo. Depois, o empresário disse que o PT teria assumido o compromisso de apoiar o PMDB em 2012 e que isso não poderia mudar, deixando claro que não buscaria este apoio, mas que apenas esperaria.
Candidatura de Dilma pode ser prejudicada em GO
Com a aliança entre PT e PMDB distante no primeiro turno, outra preocupação corre entre os petistas: o apoio de Goiás na reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Os diretórios regionais nunca esconderam que a maior prioridade do partido é a vitória nacional e que as questões estaduais ficariam à cargo dos partidários. Com uma candidatura própria, o PT Goiás corre o risco de disponibilizar um palanque reduzido para presidente no Estado.
O presidente regional do partido, Ceser Donisete confirma que a prioridade número um é a reeleição de Dilma e isso é consenso em todo o Brasil, mas que “não é por conta da prioridade que o PT Goiás vai deixar de lado os outros projetos”. Para ele cada Estado é livre para fazer seu governador, senador e deputados.
Apesar de não formar a coligação regional, os petistas acreditam no apoio do PMDB na reeleição de Dilma. O deputado federal Rubens Otoni (PT) declarou que mesmo existindo diferenças no Estado durante o primeiro turno, eles não vão interferir no projeto nacional e que o PMDB vai apoiar Dilma Rousseff em suas passagens por Goiás. “Independentemente de não estarmos juntos no Estado, ainda existe a aliança nacional e ela tem que ser cumprida.”