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Agenor: “O Iris é um político do qual sentimos saudades no Estado”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em entrevista publicada na edição desta semana do jornal Tribuna do Planalto o vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), exalta líder peemedebista Iris Rezende, pré-candidato do partido para 2014.

 

Acompanhe a entrevista concedida a Eduardo Sartorato e Filemon Pereira

 

O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), completou seis meses no cargo e diz que, além de substituir o prefeito Paulo Garcia (PT) quando necessário, o petista tem lhe passado algumas missões especiais. Uma delas é a de comandar uma comissão que estuda a municipalização da água na capital, serviço hoje realizado pela Saneago. Mariano ressalta que a comissão não vai tomar nenhuma decisão sobre o assunto, mas repassará um quadro sobre a situação atual e as possíveis ações. A partir daí, a decisão final é do prefeito. O peemedebista comemora o fato de seu partido contar com dois nomes fortes para ser candidato ao governo em 2014 – o empresário Júnior do Friboi e o ex-prefeito Iris Rezende -, mas ressalta que muitos têm saudades de Iris, pela sua “seriedade em resolver as coisas”. Agenor Mariano recebeu a equipe da Tribuna na quinta, 11, em seu gabinete.
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Tribuna do Planalto – Qual avaliação que o senhor faz até agora depois de seis meses como vice-prefeito de Goiânia?
Agenor Mariano – Constitucionalmente, o vice só ocupa o cargo na vacância do prefeito, mas o Paulo tem solicitado que eu tenha uma função mais efetiva aqui no Paço. Então, eu fico aqui como um auxiliar do prefeito no sentido de conhecer todas as ações da prefeitura. Em alguns momentos, funciono como um ombudsman e, em outros, o Paulo me dá missões especiais para resolver.

Uma dessas missões especiais foi buscar informações sobre a possibilidade de municipalização dos serviços de tratamento de água e esgoto em Goiânia. Qual foi o resultado desse estudo?
Isso já era uma preocupação que eu tinha como vereador em Goiânia, antes mesmo de assumir como vice. Quando vereador, eu chegava aos lugares e era questionado se a prefeitura iria levar o esgoto. A resposta era sempre que esgoto era uma responsabilidade da Saneago, mas, ao observar melhor a lei, eu cheguei à conclusão que era responsabilidade também nossa, já que delegamos isso a Saneago. Eu acho injusto, porém, é querer politizar o debate da Saneago, falando que é uma picuinha política da minha parte ou da do Paulo. O debate é 100% técnico. Quando assumimos a prefeitura, o Paulo instituiu uma comissão para estudar a situação, já que a prefeitura ainda não tinha informações. Estamos terminando os trabalhos para entregar ao prefeito, para que ele possa tomar as atitudes que ele julgar necessárias.

A comissão vai sugerir que a prefeitura assuma esses serviços?
Não, ela vai mostrar ao prefeito, além dos levantamentos, todas as opções que ele tiver, mostrando vantagens e desvantagens.

O sr. diz que o prefeito quer resultados, mas há um sentimento na população de que a prefeitura está um pouco devagar nesses seis meses de gestão. O sr. concorda com essa avaliação?
Não concordo. No último ano, o país não cresceu como nos últimos anos, e isso influencia as administrações municipais. O prefeito, ao iniciar seu segundo mandato, tem trabalhado incessantemente desde o primeiro dia. Eu me lembro bem, já que fui secretário de Administração, do primeiro governo do Iris, que foi o mais bem avaliado. Então, eu tenho experiência em primeiros seis meses de governo e me lembro de pessoas falando na rua de que não tinham visto nada do Iris no fim do mesmo período. Quando chegou ao fim do ano, o Iris estava aclamado na cidade, porque a cidade já aproveitava das obras. Existem muitos projetos em andamento e eu não tenho dúvida de que o reconhecimento da sociedade vai acontecer.

Mas o sr. concorda que falta sensibilidade para o agente político em determinados momentos?
Falta em vários momentos, até na maioria das vezes.
Aprovar o aumento da passagem em um momento que já existia insatisfação sobre isso é um ato nesse sentido?
O aumento foi aprovado em cima de uma realidade que se imaginava. Quando ela foi reduzida, foi reduzida em uma visão que se imaginava que fosse uma prioridade do povo. Assim, teve que se buscar os mecanismos para que conseguisse isso. Do contrário, a passagem seria R$ 3 mesmo, porque os custos para o sistema são esses. Se não houvesse uma desoneração de impostos e a prefeitura tirar dinheiro do caixa e por lá para subsidiar, não teria como a passagem ser menos. Como o povo falou, o povo é que manda e a prioridade foi abaixar as passagens.

Esse recurso será tirado de algum lugar para ser investido no subsídio?
São recursos da prefeitura, não é verba carimbada. Faz parte do recurso do tesouro municipal.

Mas ele seria investido onde?
Poderia ser investida em aumento do servidor, folha de pagamento, em obras. Algum lugar vai sentir, a não ser que a arrecadação aumente nos próximos meses.

Esse dinheiro para a passagem dos estudantes não pode ser embutido na Educação, por exemplo?
Apesar de sabermos que esse recurso é para o estudante, existem normas definidas das atribuições. Num futuro próximo, pode haver um entendimento nacional, mas até agora isso não ocorreu e a prefeitura assumiu esse gasto para atender o clamor das ruas.

As empresas querem suspender o City Bus, o que parece ser uma represália à redução na tarifa. Como o sr. vê isso?
O que sei é o que sai na imprensa, que mostra também que esse serviço não “pegou”. Essas decisões da CDTC são pautadas em números, e me parece que o volume de usuários mostra que o serviço não é uma prioridade da sociedade. A prefeitura, porém, deve ser informada sobre isso e tomará a decisão certa.

Dentre as obras importantes da prefeitura, existe o Complexo Mauro Borges, o túnel da Araguaia e os Cmeis. Além disso, o que há mais?
A prefeitura está em plena execução de casas do programa habitacional que devem ser entregues. Uma parte está sendo licitada, outra sendo projetada e outra já sendo construída. Na saúde, as últimas pesquisas de opinião já mostraram uma melhora, fruto do investimento incessante que a prefeitura tem feito – mais de R$ 120 milhões a mais do que a prefeitura teria como obrigação constitucional. A prefeitura de Goiânia se transformou na grande secretaria de Saúde dos goianos, pois acaba que atendemos o Estado inteiro. Não estamos nos negando a isso, apenas estamos nos esforçando para dar um atendimento mais digno a cada dia. O prefeito quer construir uma nova maternidade. A maternidade Dona Iris é um sucesso e já chegou ao milésimo parto.

O sr. falou que hoje Goiânia tem servido de atendimento de saúde para o Estado inteiro, mas o governo comemora, segundo ele, a excelência das Organizações Sociais. Como é isso?
Talvez seria interessante buscar saber se a população está comemorando, nas vezes que requer atendimento, seja no Hugo ou no Materno Infantil. Não comentarei sim ou não, porque desconheço, hoje, como está o atendimento na rede estadual. O que percebo é que, se essa melhora fosse real, certamente estariam esvaziando nossos Cais e postos de atendimento. Nossa demanda só tem crescido, ao ponto de gastarmos milhões de reais a mais.

O governo já anunciou que vai fazer o VLT no Eixo Anhanguera. O prefeito já disse que prefere o sistema do BRT, que vai ser implantado no corredor Norte-Sul. O sr. acredita que o VLT, pelo custo, realmente vale a pena?
O ideal seria se tivéssemos metrô. Nem VLT, nem BRT. Mas sabemos que essa é uma realidade que ainda não conseguiremos superar em termos de custo financeiro para execução.

Não daria para requerer nesse pacote de R$ 50 bilhões que a presidente Dilma Rousseff soltou depois das manifestações?
Em determinados trechos, 1 km de metrô custa R$ 1 bilhão. Em São Paulo, chegou a custar R$ 300 milhões a mais, a mesma distância. Uma única linha de metrô, que cortaria Goiânia de ponta a ponta, teria 30 km. Só aí teríamos que gastar R$ 30 bilhões. Então, neste momento, não existe o recurso necessário. O Governo Federal pautou a liberação de recursos na área da mobilidade estabelecendo algumas etapas. Quem já tem BRT e VLT já está no estágio para buscar a implantação de metrô. Mas quem não tem nenhum dos dois, primeiro deve tentar resolver os problemas com os métodos que ainda não foram aplicados.

Como você avalia que o PMDB está se preparando para o ano que vem? Qual o cenário do partido?
O PMDB está na melhor posição – é o único com mais de um pré-candidato. De acordo com o cenário, você tem plano A ou B. O partido tem mais que isso, o que demonstra que seus membros têm interesse em participar do processo político, que tem quadros, que está mais vivo do que nunca, se preparando, estudando, buscando saber quais são as melhores opções para se colocar como opção ano que vem. Acredito que o PMDB vive um momento fantástico com essa possibilidade de nomes. Mas ele não escolherá nomes agora apenas para agradar adversários. Escolherão quando for mais conveniente.

Mais para abril ou maio do ano que vem?
Se pudesse até 30 de junho. Penso assim: os pré-candidatos estão aí. O Iris não se colocou como pré-candidato, mas é lembrado como tal, até pelo desejo de muitos de nós. O Júnior tem manifestado certo interesse, apesar de ter chegado recentemente no partido. Como ele é o menos conhecido dentro do PMDB, no sentido de contato com a militância, acaba que ele precisa andar mais, até para se apresentar. Ele está agindo assim, seguindo orientação do Iris. O PMDB não é o maior partido do Brasil à toa; não subestime o partido para as eleições de 2014. No entanto, nossos problemas internos, como o próprio nome diz, são internos. Na hora certa resolveremos e ofereceremos às pessoas do Estado nosso candidato.

É um desafio escolher um candidato e manter a união no partido?
Não entendo dessa forma, porque quando as coisas começam muito claras, evita-se esse tipo de desentendimento. E desde o primeiro momento, talvez pela experiência do partido, as coisas têm sido colocadas em pratos limpos. O PMDB foi a sigla que mais apresentou nomes novos na política de Goiás, nos últimos oito anos. Eu mesmo sou prova viva dessa geração que recebeu ajuda do partido e do então prefeito Iris Rezende.

Que avaliação o sr. faz do governo estadual, como agente político?
O governo, primeiro, está sofrendo um desgaste que todos os governos estão sofrendo, no que diz respeito às mobilizações. Mas avalio que a saúde não vai bem, tanto que sentimos os reflexos aqui. A educação também não vai bem, ao ponto de, constantemente, vermos problemas em relação à estrutura das escolas. A segurança pública não vai bem, ao ponto de sermos classificados como a nona capital mais violenta do país, ter mais de três mil crimes não solucionados e a Força Nacional ter de vir pra cá ajudar. Ao ponto de a Polícia Militar ter, praticamente, ou menos, o efetivo de 20 anos atrás e as delegacias estão se desmanchando em todo o Estado. Assim sendo, para mim, o governo não vai bem.

Nas últimas semanas percebemos alguns ataques aos líderes do PMDB, mas ninguém saiu em defesa deles no partido. Por quê?
O PMDB é um partido muito grande e a gente tem que ter cuidado. Alguém inicia um debate, outro responde, e um escala um secretário para responder e por aí vai. A sociedade não está muito afim de ver este tipo de debate. O Iris não é aquele líder que se esconde atrás de subalternos para ficar colocando notinha no jornal. Um líder não tem medo, encara e assume o que fala e faz, não manda recado. Sobre coisas que envolvem o nome de Iris Rezende, muitos de nós podemos até nos manifestarmos quando somos perguntados, mas não em uma ação orquestrada de mandar subalternos responderem coisas que o adversário falou. Dar o tapa e esconder a mão. O Iris é aquele político do qual, muitos de nós, sentimos saudade no Estado de Goiás, porque tem seriedade em resolver as coisas.

Você falou dos nomes do PMDB, que o partido é grande e vai estar preparado para o ano que vem. Essa aliança com o PT é duradoura não tem dado problema nenhum essa escolha de chapas? Quando descer para essa questão de nomes, você acha que não haverá dificuldade em se manterem unidos?

Se nós fossemos iguais e concordássemos em tudo, seríamos um só partido. Existem diferenças e podem existir divergências, mas temos um objetivo comum: queremos o Estado cada vez melhor. Queremos um Estado que atenda mais a necessidade dos goianos, que traga mais credibilidade e não nos envergonhe em nível nacional. Entretanto, o modus operandi de como conseguiremos isso vai depender de que entremos em acordo entre nós e consigamos encontrar a melhor saída. Como temos prazo, cabe a nós, enquanto partido, respeitados pelas nossas características, personalidades e individualidades, vamos trabalhar nossos nomes e projetos, construindo algo concreto para quando chegarmos no momento da decisão não ficarmos a reboque nem de um partido nem outro. Teremos várias opções e um planejamento amadurecido para convergir no momento ideal e na hora certa. Tudo o que os partidos fazem agora são ensaios. Ainda estamos nos preparando.

Marcley Matos

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