Governistas querem proteger governador de ataques e prometem contra-atacar. PMDB manterá críticas
(Reportagem publicada no Jornal Tribuna do Planalto, reporter Fagner Pinho)

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Como já é de praxe, com a chegada do pe­ríodo eleitoral, iniciou-se também o ba­te rebate entre críticas, ataques e acusações entre base a­liada e candidaturas de oposição. Em Goiás, onde há quatro candidaturas competitivas, inclusive com a tentativa de reeleição do governador Marconi Pe­rillo (PSDB), o caso não é diferente.

 

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Com pelo menos três candidatos de oposição, é até natural que Marconi se torne o alvo principal. Sabendo disso, a equipe do governador já formatou uma espécie de ‘blindagem’ para proteger o tucano das críticas adversárias. Marconi, porém, não ficará só na defesa. O governador também deverá partir para o ataque a partir de agosto.

Lideranças da base aliada avisaram que não aceitarão “ilações irresponsáveis” por parte da oposição. Em al­guns casos, poderá haver um pa­drão nas respostas do go­verno e da base aliada. Além dis­so, outros modelos de desqualificação dos ataques também já vêm sendo adotados por parte do governador Mar­co­ni Perillo (PSDB) e de sua equipe.

Medidas deverão ser adotadas para evitar ou buscar a diminuição das críticas consideradas infundadas ou irresponsáveis por parte da oposição. A principal dela é a utilização constante da justiça eleitoral, buscando direito de resposta, perda de minutos nos programas de rádio e de televisão, entre outros.

A primeira tentativa já ocorreu na semana passada, quando a chapa encabeçada por Marconi entrou com pedido solicitando a retirada de publicações do deputado Ronaldo Caiado em redes sociais. O pedido, no entanto, foi negado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO).

A justiça comum também será acionada em caso de ‘abuso’ por parte da oposição nas acusações ou críticas, como ocorreu com as acusações de Ronaldo Caiado. Um dos que criticaram as acusações do democrata foi o deputado federal e candidato ao senado pela chapa tucana, Vilmar Rocha (PSD). “Fazer a crítica, tudo bem. Mas a forma com que se faz é que faz a diferença. Onde está a prova de que havia Caixa 2? Tem que se provar isso. Eu acho que o governo fez correto de questionar judicialmente o autor dessa denuncia”, opinou.

Carlos Maranhão, coordenador de Marketing da campanha tucana, corrobora com a o­pinião de Vilmar. “O problema não é a crítica em si, mas a for­ma como se faz e o conteúdo utilizado. Respei­tamos a crítica, mas não aceitaremos abusos e ilações irresponsáveis”, avisa.

No que tange sobre a forma de resposta do governo, Maranhão avisa que há muitas formas para se proceder. “Acionaremos a justiça eleitoral e, caso necessário, acionaremos também a justiça comum. A democracia nos permite esse subterfúgio. Essa é uma das formas. Nosso trabalho é propositivo. Nós vamos responder às críticas, mas não entraremos no jogo da oposição”, frisa.

No entanto, o coordenador explica que cada caso é um caso e que a forma da resposta dependerá da crítica oposicionista. “Não temos como fazer previsão de como iremos nos defender. Temos que esperar a crítica para nos reunirmos e decidirmos como será a resposta. Mas nada será deixado sem resposta”, finaliza.

A base aliada também buscará atacar a candidatura de I­ris Rezende como já tem feito. Pee­medebistas que a­poiam Marconi, como Fre­de­rico Jay­me, Juarez Maga­lhães Filho e Robledo Resen­de já iniciaram o ataque à can­didatura do ex-go­verna­dor. Além disso, pontos co­­mo a venda de Cachoei­ra Dou­­rada, e casos como o Cai­xego e BEG poderão ser explorados.

Ataque
A inauguração do comitê de Iris Rezende, há algumas semanas, foi o pontapé para uma campanha mais crítica por parte da oposição.O responsável por criar a centelha que colocou fogo na sucessão política deste ano foi o deputado federal e candidato a senador na chapa peemedebista, Ro­naldo Caiado.

O democrata acusou que a base aliada estaria se utilizado dos recursos obtidos com a obrigação do reemplacamento com chip por parte do Detran para financiar a campanha de Marconi Perillo à reeleição.

Como resposta, o governo estadual concedeu uma entrevista coletiva no dia seguinte, que contou com a participação de diretores do Detran e também do vice-governador de Goiás e candidato a reeleição ao mesmo cargo, José Eliton (PP), que condenaram as acusações de Caiado e anunciaram que as questionariam judicialmente.

Depois disso, a troca de acusações dos dois lados teve início, com novos embates e críticas, o que levou os partidos a traçarem estratégias para as novas ‘batalhas’. Do lado da oposição, Ronaldo Caiado já antecipou que manterá suas críticas em torno das ações que considerar erradas ou inoportunas por parte do governo estadual. A tática é aguardar o escorregão ou erro adversário e atacar com veemência.

Iris Rezende, inclusive, também iniciou uma série de ataques mais incisivos ao governo. Durante a semana passada, o ex-governador criticou a falta de credibilidade do governo. “Per­­­deram a credibilidade des­de que se envolveram com o cri­­me. Desde então não conseguiram combater a violência”, disse.

Ele também criticou o endividamento do Estado que re­cen­temente pediutrês empréstimos em órgãos diferentes como a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça de Goiás e o Tribunal de Contas do Estado. “O Estado só funciona por conta dos empréstimos do governo federal”, apontou Iris. Depois das críticas, o governo desistiu do empréstimo junto ao TJ-GO, que teria valor de R$ 80 milhões. Liderançcas do PMDB dizem que manterão as críticas até como uma forma de defesa, em caso de ataque adversário. Os ataques por parte dos adversários já são aguardados pelos peemedebistas, mas não incomodarão. “São questões passadas”, minimizou um peemedebista.

Mais críticas
O empresário Vanderlan Cardoso, candidato ao governo pelo PSB, também iniciará o trabalho de críticas mais acentuadas ao governo a partir desta semana, quando lançará seu Plano de Metas, feito por meio do Diagnóstico Goiás, que é uma compilação de documentos que apontam as falhas administrativas do governo atual e as propostas do governadoriável.

No PT, do candidato ao governo e ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, as críticas também são voltadas à infraestrutura do Estado, principalmente em regiões mais isoladas como a região norte e nordeste, além da cobrança por conta da falta de hospitais regionais no interior.

Oposição critica investim­entos em período eleitoral

O anúncio de investimentos da ordem de R$ 140 milhões até o final do ano foi alvo de críticas por parte da oposição, que classificou o gesto como ‘eleitoreiro’. O governador anunciou o valor na segunda-feira, 21, em reunião na sede da Secretaria de Segurança Pública. A segurança é um dos pontos mais criticados da gestão tucana.

Para o coordenador geral da campanha de Iris Rezende, o deputado federal Sandro Mabel, criticou a ação. “O governo diz que este é o ano da segurança, das estradas. Isso é uma mentira. Esse ano é ano de eleição. Ano que mentem para garantir mais quatro anos de engodo”, avaliou, dizendo que o Estado está quebrado e, mesmo assim, investiu-se R$ 500 milhões em publicidade.

Marconi criticou as ações da oposição em torno dos problemas enfrentados pelo Estado com o aumento da violência. “Infelizmente o debate político é enviesado. As pessoas querem generalizar as coisas. Querem fazer demagogia em cima de uma área tão complexa como a segurança pública. Mas não vamos ficar na defensiva, vamos apresentar à população o trabalho de excelência que aqui é desenvolvido”, garantiu o tucano. (F.P.)

Governo terá mais cuidado em ações

Depois de problemas seguidos em relação a ações de órgãos do governo estadual e de decisões da administração, o governo estadual terá mais cuidado para que elas não atrapalhem a campanha à reeleição do governador Marconi Perillo. As decisões dos órgãos do governo passarão por supervisão da cúpula administrativa. Em pouco mais de uma semana, o governo teve que voltar atrás em quatro decisões.

O primeiro recuo foi em relação ao reemplacamento de veículos com chip, o qual foi suspenso depois de críticas do candidato ao senado pelo DEM, Ronaldo Caiado. O segundo recuo foi em relação ao empréstimo junto ao Tribunal de Justiça de Goiás. O terceiro foi o recuo em relação ao aumento de 9,5% do Ipasgo.

O quarto foi a confirmação do pagamento parcelado previsto pelo Fundo de Cultura da Secretaria Estadual de Cultura a 270 projetos culturais de artistas estaduais. Este último causou ainda a saída de Gilvane Felipe da pasta. O ex-secretário irá trabalhar na coordenação de campanha de Marconi Perillo.

Em todos os casos, o governo teve que lidar com críticas da oposição, que se aproveitou dos fatos para apontar os erros de gestão. Depois das críticas e do desgaste, o governo teve que voltar atrás em decisões. (F.P.)

 

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