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Aliados de Paulo Garcia querem melhor imagem

 

Uma das maiores preocupações é que baixa aprovação do prefeito Paulo Garcia possa prejudicar o desempenho eleitoral em outubro. Gomide já sente o problema no contato com o eleitor

 (Publicado originalmente no Tribuna do Planalto, com texto de Fagner Pinho)

A gestão do prefeito Paulo Garcia pode ser o grande diferencial para a oposição nas eleições para o governo do Estado. Há, porém, entre partidos da oposição estadual, o temor de que a administração do petista mal avaliada na capital em pesquisas recentes e que enfrenta dificuldades desde o ano passado comprometa poiticamente a campanha dos pré-candidatos Antônio Gomide (PT) e, caso se confirme, a de Iris Rezende (PMDB) ao governo do Estado. Aliados já pensam no antídoto para frear os desgastes e, pelo menos, neutralizar o efeito negativo que eles geram.

A pesquisa Tribuna do Planalto / Grupom, realizada entre os dias 5 e 15 de fevereiro deste ano, apontou que o prefeito não foi bem avaliado pelo eleitor goianiense no geral. Sua administração foi desaprovada por 68,7% dos pesquisados, enquanto 56,7% classificaram sua gestão como péssima ou ruim, em pesquisas conceituais.

O detalhe é que essa pesquisa foi realizada antes da crise enfrentada pelo Paço Municipal em relação à coleta de lixo da cidade, que ocorreu na primeira quinzena de março. Muito do lixo gerado pela população deixou de ser recolhido pela Comurg por conta de imbróglio com as empresas contratadas para tal serviço. Apesar de o problema ter sido solucionado, a questão gerou reclamações contra a prefeitura, tanto nas ruas quanto nas redes sociais, empurrando a avaliação da administração do prefeito para baixo.

Um dos grandes gargalos da gestão é financeiro. No fim do ano passado, a base do prefeito foi derrotada na aprovação do projeto que previa a revisão na cobrança da Planta de Valores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do município. Na ocasião, até mesmo vereadores da base votaram contra orientação do Paço Municipal, em uma votação mal articulada.

Tudo isso fez com que a prefeitura passasse por dificuldades financeiras que culminaram em medidas políticas e técnicas impopulares para acerto de contas em seu orçamento. Dentre elas, o prefeito autorizou a demissão de funcionários comissionados, corte de benefícios não incorporados no funcionalismo municipal, extinção secretarias, além de outras medidas.

Outro problema da cidade que recai no Paço Municipal é a crise no transporte coletivo. Essa pauta, porém, ainda está longe de haver uma solução definitiva. Na quarta, 17, a Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) aprovou o aumento de R$ 0,10 na passagem. A partir do dia 3 de maio, o usuário pagará R$ 2,80 por viagem. Mas o gargalo do transporte vai além. Ainda não há a definição de quem bancará as gratuidades e as melhorias do sistema. Essas decisões não dependem apenas da prefeitura de Goiânia, mas também das outras administrações da Região Metropolitana, além do governo do Estado.

Desgastes
O fato é que, em ano de eleição, na qual a oposição mais uma vez tenta derrotar o governador Marconi Perillo, há o temor de que os problemas administrativos enfrentados por Paulo Garcia respinguem nas candidaturas da oposição ligadas ao prefeito, como é o caso de Antônio Gomide e Iris Rezende. Já há relatos, inclusive, de que Gomide já enfrenta resistência na capital por conta dessas ligações.
Uma fonte ligada à ao ex-prefeito de Anápolis relata que o pré-candidato petista vem encontrando certa dificuldade para ‘inserir’ seu nome na Grande Goiânia. “Algumas pessoas ligadas a Gomide, que já buscam a divulgação de seu nome na capital, percebem certa resistência, pois ligam nome do anapolino ao ‘PT, mesmo partido de Paulo Garcia’”, relata a fonte.
Gomide certamente tem muito a perder com a continuação das dificuldades da gestão de Garcia já que, além de serem do mesmo partido, ele precisa de penetração na região metropolitana da capital, onde ele não é tão conhecido da população. Um ‘empurrão’ de Paulo Garcia, seria providencial e fundamental para que o ex-prefeito cresça e possa, enfim, consolidar sua candidatura.
No caso de Iris Rezende, a perda não seria tão grande para uma possível campanha. “Iris já é muito forte em Goiânia e fez uma boa gestão. Mesmo ligado a Paulo Garcia, (a dificuldade de gestão) respingaria um pouco menos em sua gestão já que ele já tem nome consolidado na capital”, diz um peemedebista ligado ao ex-governador.

Plano de recuperação
A realidade é que a equipe do prefeito Paulo Garcia já trabalha para se reencontrar e dar sequência e tranquilidade à sua administração. Desde o início do ano, em meio às dificuldades enfrentadas, Garcia vem tomando algumas atitudes em busca do saneamento econômico de sua gestão e da conquista de melhora administrativa e política.
Sem muito alarde, modificações na prefeitura vêm sendo realizadas. Além da mudança em seu secretariado, ocorrida no início do ano, o Paço enviou projeto de Reforma Administrativa à Câmara Municipal. O plano inclui corte de pessoal e de gastos além de extinção de sete secretarias e de uma autarquia, com objetivo de reorganizar as contas municipais. A matéria foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça do legislativo goianiense na última quarta-feira, 16, e deve ir para votação ainda nesta semana.
Esta reforma prevê economia aos cofres públicos municipais de mais de 80 milhões de reais por ano e simboliza a adoção de nova mentalidade aos auxiliares das pastas da prefeitura. A palavra da vez dentre os membros da administração municipal passou a ser “economia”.
Segundo explica Osmar Magalhães, secretário municipal de Governo, o trabalho da prefeitura nestes dias tem sido realizado exclusivamente em função da recuperação da administração municipal, sem pensar na disputa eleitoral. “Não estamos realizando um trabalho com calendário voltado para as eleições. O que buscamos e queremos é ser rápidos na recuperação da cidade e na resolução dos problemas que enfrentamos neste início de ano”, explana.
Osmar acredita o que causou o grande estrago orçamentário na prefeitura foi a derrota na votação da revisão da Planta de Valores. “A derrota na votação da remarcação do IPTU foi muito ruim para nossa gestão. Ela nos obrigou a realizar cortes de pessoal e a exclusão de algumas pastas. Evidentemente não gostamos de realizar cortes, mas foram necessários. Recebemos o apoio e tivemos a compreensão dos vereadores nessa decisão”, frisa.
Com os pés no chão, a administração passou a trabalhar com menos recursos. Mas sabe-se que, com recursos parcos, as dificuldades se manterão nos próximos meses, atrapalhando projetos políticos petistas e talvez de aliados. Diante disso, a aprovação de algumas matérias e a inauguração de obras pode dar um fôlego para Paulo e sua base.
Dentre os projetos, a principal meta é a aprovação da Desafetação das Áreas Públicas da capital, projeto que já passou por primeira votação na Câmara, e objetiva a venda de áreas da prefeitura. Além disso, o Paço quer inaugurar obras, como o viaduto da Rua 88 e a finalização de Cmeis. Segundo os aliados do prefeito, estas ações são primordiais para a melhoria da imagem da administração de Garcia.
“Trabalhamos para adequar nossa administração com a falta de recursos. Muito do planejamento feito anteriormente teve que ser reavaliado. Assim, houve uma otimização de gastos, enquanto buscamos novas opções de captação de recursos, como a desafetação de áreas públicas. Acredito que o prefeito, com todas as medidas que tem tomado, somadas a inauguração de obras, voltará a ter tranquilidade administrativa”, revela Osmar Magalhães.

 

 

Marcley Matos

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