Economia

“Traz mais responsabilidade para as empresas”, diz Fecomércio sobre abertura por tempo indeterminado

A Federação do Comércio (Fecomércio) recebeu com alegria o decreto estadual que manteve a abertura das atividades econômicas por tempo indeterminado. Ao mesmo tempo, todavia, os empresários avaliam que a responsabilidade cresce para que o setor produtivo mantenha a rigidez dos protocolos sanitários e evite um novo fechamento.

Em entrevista exclusiva ao Diário de Goiás, o presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, destacou que as empresas têm investido em segurança sanitária e devem redobrar esforços para garantir a oportunidade da abertura. “A abertura indeterminada está trazendo mais responsabilidade para as empresas. A abertura competiu aos governantes permitirem. Manter aberto compete a nós empresários fazer o dever de casa e manter a segurança dentro do ambiente de trabalho”, disse.

Para Baiocchi, a decisão do governador Ronaldo Caiado foi acertada, pois, conforme cita, o nível de contaminação e óbitos durante o período de 14 dias de abertura do comércio manteve-se estável. “É importante salientar também que, antes desses 14 dias de abertura, o comércio, bares e restaurantes e hotelaria, ficaram quatro meses fechados. Esses ambientes não influenciaram para a contaminação”, completou.

O dirigente da Fecomércio opina que as autoridades devem atuar na causa da contaminação e evitar o efeito de fechamento da economia. “Quando se fecha o comércio, estamos penalizando quem está tomando os cuidados. Imagino eu que as aglomerações que estão fazendo que isso aconteça”, comenta Baiocchi. Ele sinaliza que o transporte coletivo tem sido um dos principais vetores de disseminação do coronavírus e também pede um atendimento hospitalar com diagnóstico mais rápido da Covid-19 “para que o paciente possa ser encaminhado a um tratamento”.

Estudo da UFG

No dia 29 de junho, quando o governador Ronaldo Caiado decidiu pelo isolamento intermitente, o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Thiago Rangel, apresentou um estudo do grupo que conta com mais dois professores e previa até 18 mil mortes por Covid-19 no estado até o fim de setembro se medidas de controle não fossem tomadas. Em um discurso forte, o cientista ainda classificou como imoral este montante de óbitos.

Às vésperas da reabertura, Baiocchi divulgou um vídeo em que criticou o estudo. Nesta terça, ele ressaltou a seriedade da UFG, mas avaliou que Rangel fez uma apresentação alarmista.

“Quando na reunião ele declarou que morreriam 18 mil pessoas até agosto* (o estudo prevê tal número até o fim de setembro) se não houvesse isolamento total e que seria imoral e irresponsável manter aberto ou abrir (o comércio), falei que renunciaria ao meu cargo se isso acontecesse. É um número que não tem lógica. Mesmo assim (na atual situação), estamos aquém (dos números) das melhores hipóteses do estudo. Esse alarmismo, em que coloca o cidadão na em situação de que “se você for pra rua, vai morrer ou matar seu pai e sua mãe”, não é justo com o cidadão. A UFG é uma instituição seríssima e entendo que o estudo é feito com bases estatísticas, mas a forma que foi apresentada, infelizmente, o professor não teve sabedoria”, comentou.

Retomada em marcha lenta

Apesar da permissão para reabrir, Baiocchi relata que as vendas ainda estão abaixo da média. “O cliente ainda está com medo de ir às compras e também não tem motivação, como festas comemorativas”, destaca. A Fecomércio, todavia, afirma que prefere uma retomada paulatina e espera as festas de fim de ano para ter um movimento maior. “Entendemos que só pelo Natal o movimento deve crescer mais”, pontuou o presidente.

Baiocchi revelou ainda que ele e representantes do setor produtivo têm se reunido com o prefeito Iris Rezende para avaliar os efeitos da reabertura. Ele defende que qualquer decisão sobre o funcionamento das atividades econômicas seja tomada com base nos números da epidemia.

Veja a entrevista na íntegra

Novo decreto mantém comércio aberto por tempo indeterminado em Goiás; Fecomércio analisa

Fecomércio analisa o período de abertura de empresas em Goiás decretado pelo governador Ronaldo Caiado e pelo prefeito de Goiânia, Iris Rezende. Entrevista com Marcelo Baiochi, presidente da Fecomércio/GO. #FecomércioGO #Fieg #Goiás

Publicado por Diário de Goiás em Terça-feira, 28 de julho de 2020
Redação / Diário de Goiás

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