O tema Transporte Coletivo é um dos principais que estão sendo debatidos pelos candidatos a prefeito de Goiânia. O Diário de Goiás conversou com alguns dos prefeitáveis sobre propostas para melhorar a qualidade do sistema. Representante do setor avalia que o assunto está sendo debatido de forma simplista.
Iris Rezende (PMDB) quando candidato a prefeito em 2004, prometeu que resolveria o problema do transporte em apenas seis meses. Ele avalia que resolveu a questão. Oposicionistas entendem que não. Iris afirmou que depois que saiu da prefeitura, a situação se anarquizou.
“Da vez passada, nós resolvemos. De repente, Goiânia recebia quase 1,2 mil ônibus novos, zero quilômetros, cheirosos, com dispositivos para cadeirantes, pessoas idosas, obesas, quando deixei a prefeitura, anarquizou tudo. A verdade é esta. Nós vamos criar novas linhas, criar linhas de bairro para a bairro, linhas paralelas, o povo vai ter ônibus para andar convenientemente e com respeito”, argumentou Iris Rezende.
Vanderlan Cardoso (PSB) afirma que o prefeito não pode se omitir das responsabilidades. Ele entende que há a necessidade de se fazer parcerias com outras esferas governamentais para garantir o bom trânsito dos veículos na capital. Ele defende que o cidadão defina linhas de transporte pela cidade.
“Vamos assumir o Transporte Público, quem indica o presidente da CMTC é o prefeito, não vamos nos omitir, não vou passar estar responsabilidade para ninguém. Nós pretendemos construir os nossos próprios terminais pra que a própria população indique as linhas que ela precisa, além de melhorar o nosso trânsito, com a construção de trincheiras, viadutos, faixas exclusivas, fazendo parcerias com o governo estadual e com o governo federal para realização destas obras”, destacou.
Já o candidato Delegado Waldir (PR) afirmou que o transporte coletivo precisa de financiamento. Uma das formas seria a partir de propagandas nos pontos de ônibus e ainda com recursos oriundos da utilização de estacionamentos verticais a serem construídos pela prefeitura.
“Nós queremos realizar a construção de estacionamentos verticais, porque isso vai ser uma forma de subsidiar o transporte coletivo e permitir que nos pontos de ônibus tenham propaganda e esta também seja uma forma de subsidiar o transporte coletivo”, declarou.
A candidata Adriana Accorsi (PT) avalia que o transporte coletivo é uma das prioridades que serão debatidas durante o processo eleitoral. Ela destacou que importante que o próximo prefeito acompanhe a questão mais de perto.
“Temos que melhorar a qualidade do transporte, fiscalização dos contratos do transporte eu como jurista, como delegada quero fiscalizar e exigir o cumprimento destes contratos, pontualidade, qualidade dos ônibus, segurança no Eixo, fiscalização nas filas para que as mulheres e pessoas idosas sejam respeitadas, investir nos corredores exclusivos porque representam de 30 a 40 % do tempo das pessoas no trânsito. Investir em ciclovias não apenas para motivos esportivos, mas para uso de forma segura da bicicleta”, analisou.
Rompimento
Os candidatos a prefeito Djalma Araújo (Rede) e Francisco Júnior (PSD), defendem o rompimento do atual contrato com as empresas de ônibus.
“Nós precisamos entender que o transporte público em Goiânia é ruim há mais de 30 anos e sempre temos as mesmas promessas. Nós temos que mudar a mentalidade no transporte, criar um modelo novo promovendo a discussão com a sociedade, as empresas, e chegar ao extremo de romper os contratos atuais”, afirma o candidato Francisco Júnior.
Já o candidato a prefeito, Djalma Araújo entende que a qualidade do sistema é ruim e o cidadão sofre bastante. Por isso para ele há a necessidade de rompimento.
“A pessoa que está lá na região noroeste que entra no ônibus que não presta, que não funciona. Queremos romper esse contrato que aí existe. Vamos romper com muita responsabilidade e pressão popular. “As empresas alegam ter realizado investimentos, mas realizaram com dinheiro do BNDES, com dinheiro público. O que houve é que há mais de 60 anos essas pessoas continuam dominando o transporte coletivo, não existe concorrência, existe monopólio. Mandam e desmandam e não acontece nada, o transporte fica de péssima qualidade”, argumentou.
Resposta do Sistema
O presidente do Sindicato de Transporte das Empresas (SET), Décio Caetano, analisa que há bastante desinformação por parte dos candidatos a prefeito. Para ele há propostas simplistas. Ele discorda que as empresas não estejam cumprindo com o atual contrato.
“Eu acredito que há uma desinformação muito grande por parte dos candidatos em relação a realidade do transporte. A gente percebe que muitas vezes as medidas que estão sendo anunciadas são muito simplistas. Desconheço alguma cláusula que as empresas estão deixando de cumprir. Pelo contrário, estamos adimplentes com nosso contrato. Outros propõem que haja fiscalização. O problema do transporte não pode ser imputado somente as empresas. Muito se fala que transporte é caixa preta e a história não é bem assim”, analisou.