São Paulo – A Transpetro informou que não houve desvios por parte de seus agentes públicos e que dois escritórios de advocacia estão conduzindo uma investigação interna independente. “A Companhia não fez qualquer desses pagamentos indevidos”, informa o documento “Demonstrações Contábeis 2014”.
O balanço diz que “informações que determinem o montante que foi cobrado adicionalmente pelos membros do cartel não se encontram nos registros contábeis” da Transpetro. Por isso, não foram detalhados valores nem os ativos.
“Como eles foram feitos por empreiteiras e fornecedores, os valores exatos que foram gastos adicionalmente pela Companhia e usados para financiar pagamentos indevidos não podem ser identificados”, ressalta a Transpetro. “Estes contratos tiveram seus preços elevados em função da atuação em conluio dos membros do cartel e ex-empregados da Petrobrás.”
O balanço da Transpetro destaca ainda que dois escritórios de advocacia estão conduzindo uma investigação interna independente, contratados pela Petrobrás. Mesmo assim, a empresa explica que não será possível encontrar detalhes sobre as propinas e os valores pagos majorados, que levem a uma mudança nos valores contábeis aferidos.
“Como as supostas atividades de lavagem de dinheiro tinham o intuito de ocultar a origem dos recursos e o montante envolvido, não se espera a existência de registros específicos dessas atividades.”
A subsidiária da Petrobrás ressalta ainda que as “investigações em curso pelas autoridades brasileiras têm como foco determinar a responsabilidade penal dos réus. “Não de obter de forma detalhada o montante exato dos gastos adicionais que foram cobrados das empresas do Sistema Petrobrás pelos membros do cartel ou os valores utilizados para fazer os pagamentos indevidos.”
A Transpetro registra ainda no balanço que “ainda não recuperou nenhum valor referente aos pagamentos indevidos feitos por fornecedores e não pode estimar de forma confiável qualquer valor recuperável nesse momento”. “Qualquer valor recuperável será reconhecido como resultado quando recebido (ou quando sua realização se tornar praticamente certa).” O ex-presidente da subsidiária Sergio Machado não quis comentar o caso. e F.M.
(Estadão Conteúdo)