O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT) destacou, em entrevista ao jornal Diário da Manhã, que o BRT-Norte Sul, com licitação já lançada, vai representar “redução do tempo de percurso” e maior “possibilidade de acessibilidade” para os usuários do transporte coletivo da capital.
Paulo Garcia admitiu que o trânsito e a mobilidade são hoje grandes problemas em todas as metrópoles do mundo, mas lembrou que Goiânia ainda tem posição privilegiada nesse quesito.
Veja as respostas de Paulo Garcia, em entrevista a jornalistas do Diário da Manhã, abaixo.
“Carlos Freitas – A licitação do BRT Norte-Sul foi aberta pela prefeitura. Qual a importância da obra, a longo prazo, para a cidade?
Paulo Garcia – É uma obra estruturante, fundamental para as próximas décadas, porque cria um eixo norte/sul, unindo praticamente o município de Aparecida a Goianira, porque a obra começa lá Avenida São João, esquina com a Rio Verde, cortando toda a cidade no sentido norte/sul. E, na sua primeira fase, vai terminar no Recanto do Bosque, na região noroeste de Goiânia. É uma obra importante, de recursos vultuosos e que vai criar um corredor para permitir que a pessoa percorra diversos bairros da cidade, bairros esses que, ao longo do trajeto, sofrerão requalificação urbana, aí incluído o paisagismo. E, além disso, vai reduzir o tempo de percurso, vai dar maior possibilidade de acessibilidade, com criação de novas paradas, estações e terminais, além de serem ônibus muito mais modernos, os mais modernos que existem hoje no mercado.
Carlos Freitas – O trânsito em Goiânia é muito congestionado e tumultuado. O que é possível fazer, a curto prazo, para melhorá-lo?
Paulo Garcia – Esse é um grande problema de toda metrópole brasileira. É interessante se a gente rememorar: foi publicado nos últimos dias pela imprensa sobre um estudo referente à qualidade de vida das pessoas nas regiões metropolitanas. E nas quinze regiões metropolitanas do País estudadas, a nossa é a quarta em qualidade de vida. Na verdade, ocorreu um empate técnico com a terceira, que é Curitiba por uma diferença de um milésimo. À frente de nós está a Região Metropolitana de Florianópolis, em segundo lugar, e que se trata de uma Região Metropolitana com muito menos habitantes que a nossa. A primeira, que não é capital, que é a Região Metropolitana de Campinas, em São Paulo. O estudo mostra que se Goiânia fosse isolada dos desenove municípios da região metropolitana, os nossos índices nos colocariam em primeiro lugar ou na disputa pelo segundo lugar com Campinas, em relação às regiões metropolitanas do País. Isso mostra, inclusive, a nossa alta população quando o quisito analisado é mobilidade urbana, mas não significa que não temos problemas. É uma questão que todas as metrópoles estão convivendo: um aumento acentuado de veículos de transporte individual, carros e motos. Eu li na imprensa uma reportagem sobre o número excessivo de motocicletas na cidade de Goiânia. Esse é um direito individual que precisa ser preservado e garantido e ninguém pode se colocar contrário. Mas, o poder público tem que trabalhar e é assim que temos agido, com obras viárias de descongestionamento dos pontos de extremos conflitos. E por isso que estamos fazendo os viadutos: eu prometi realizar 10 durante os quatro anos e já temos três em fase de conclusão e espero, ainda este ano, iniciar mais um. Portanto, estamos adiantados no cumprimento de nossas promessas. Solicitamos ao governo federal recursos para a implantação definitiva de vários corredores – 85, Independência, T-7, T-9, T-63 – e utilizar os modais, facilitar a vida dos pedestres, melhorar a acessibilidade e aí inclui um amplo projeto de ampliação das calçadas e ainda a criação das ciclovias. É isso que temos a fazer. Não há muita novidade, pois o que se faz no mundo inteiro é isso.